Período refratário

Olá Taís! 1 - Não, não por conta do tempo que que o axônio (ou o neurônio) entra em período refratário. Esse período acontece devido a cinética de ativação/inativação dos canais de sódio sensíveis a voltagem. O potencial de ação é extremamente rápido em decorrência do tempo que leva para que os canais de sódio sensíveis a voltagem, e também os de potássio sensíveis a voltagem, entrem na configuração inativados e/ou fechados. 2 - Na verdade, não é que você precise bloquear algo para que o estímulo "não volte". O que acontece é que, devido a natureza do funcionamento desses canais, o estímulo sempre será propagado em uma única direção. Analise o seguinte: após o neurônio receber um estímulo despolarizante, se esse estímulo alcançar o limiar para a abertura dos canais de sódio sensíveis a voltagem, estes irão se abrir, levando a um grande influxo de sódio no neurônio; a seguir, em um tempo determinado pela própria composição do canal, ele entrará num estado inativo, de forma que o influxo de sódio é interrompido. Nesse ponto, a célula estará despolarizada em mais ou menos +30mV, e vai estar com bastante sódio no meio intracelular. Aí, os canais de potássio sensíveis a voltagem, que são mais lentos para serem abertos, vão terminar de se abrir nesse momento, de forma que você terá um efluxo de potássio e, portanto, uma repolarização da célula. O fato é que, caso o canal de sódio sensível a voltagem não se inativasse, você teria um influxo de sódio contínuo e sustentado até que a célula atingisse o potencial de equilíbrio do sódio, que é mais ou menos +50mV. Além disso, se esses canais não se inativassem, seria teoricamente possível que essa célula pudesse novamente abri-los (ou mesmo mantê-los abertos), gerando um potencial de ação "sustentado" e impedindo que novos potenciais fossem gerados nesse momento. É por essa razão que os canais, após serem inativados, permitem que aquele segmento do axônio entre em período refratário por um espaço curto de tempo, de forma que o neurônio possa rapidamente gerar outro estímulo caso necessário. Também não se esqueça de que tudo isso é um processo dinâmico: mesmo que a célula esteja com muito sódio, a bomba de sódio e potássio vai estar expulsando esse sódio continuamente. Uma coisa que talvez te ajude a entender esse ponto, é estudar o potencial de ação cardíaco. As células do miocárdio geram um potencial de ação diferente, que tem um platô que se mantém por um certo período de tempo, de forma a impedir que o músculo cardíaco entre em tetania. Esse platô só é possível porque existem canais de cálcio nessas células, que se mantém abertos para permitir um influxo contínuo de cálcio para manter a despolarização da célula. Se ainda estiver muito confusa e com dúvidas, pode marcar uma aula rápida comigo que eu te ajudo a esclarecer especificamente esse assunto, por um valor bem abaixo do que normalmente cobro por aulas inteiras. Espero ter ajudado!

Olá Thaís Quanto a sua primeira dúvida, o período refratário é o tempo necessário para a célula reorganizar a concentração de íons Na e K em seu interior após o potencial de ação ocorrer. Lembre-se, durante o potencial de ação que ocorre somente no axônio ocorre um grande fluxo de íons Na para dentro do axônio, seguido de uma saída de íons K do interior do axônio para a região extracelular. Após a despolarização, a bomba de sódio potássio reequilibra os íons no interior da célula, preparando-a para uma nova despolarização (abertura de canais de Na). Na segunda pergunta, complementando a resposta do Professor José Francis, o estímulo que chega no axônio produzirá uma resposta binária, ou seja, ocorre ou não ocorre o potencial de ação. Talvez você esteja confundindo a despolarização que ocorre nos dendritos e no corpo do neurônio com o potencial de ação que ocorre no axônio. Lembre-se de que são duas condições diferentes de despolarização da membrana celular. segue dois links bons para complementar seus estudos: https://pt.khanacademy.org/science/biology/human-biology/neuron-nervous-system/v/anatomy-of-a-neuron https://www.todamateria.com.br/transmissao-do-impulso-nervoso/ Espero ter ajudado na dúvida.

1° dúvida: O potencial de ação é gerado a partir de um estimulação elétrica que alterará a voltagem da célula e permitira a abertura dos canais de sódio voltagem-dependentes. Tal abertura só ocorre de forma massiva e relevante para a despolarização após um limiar (nível mínimo de estimulação) ser atingido. Após o limiar ser alcançado, o potencial é disparado e não há mais volta, independente de o estimulo cessar, ocorrerá a despolarização. Ao atingir o platô da despolarização, os canais de sódio se fecham e a célula volta a se repolarizar, atingindo níveis mais negativos que seu potencial de repouso e após alguns milésimos de segundos, voltará ao seu potencial de repouso . Durante o tempo em que o potencial de ação está acontecendo e a célula está se repolarizando, não é possível reabrir os canais para gerar novo potencial de ação, configurando o período refratário absoluto. A hiperpolarização ( níveis de maior polarização) configura um momento em que já se pode abrir os canais de sódio novamente, porém com maior dificuldade, pela célula estar mais polarizada e ter que receber maior taxa de estimulação elétrica para atingir o limiar. 2° dúvida: O potencial de ação não é capaz de voltar justamente pela presença do período refratário. após a abertura e fechamento dos canais de sódio, estes precisam de um tempo para serem abertos novamente, ou de um estímulo mais intenso que o primeiro ( caso já se tenha atingido o período refratário relativo), garantindo que se tenha uma especificidade na direção em que o potencial ocorrerá.