Ajuda pôr favor alguém pode interpretar o texto e resumir???

Filosofia
Não entendi o texto alguém pode resumir e FAZER uma intepletação do texto filosofia são os 2 texto de filosofia que eu postei O racionalismo de René Descartes diante do Ceticismo e do Empirismo Modernos Com o Humanismo renascentista, o ceticismo antigo foi retomado por diversos filósofos modernos, dentre os principais: o alemão Heinrich Cornelius Agrippa (1486-1535), o português Francisco Sanches (1550-1622) e, sobretudo, o francês Michel de Montaigne (1533-1592). Todos chegaram à seguinte conclusão: se nada é seguro, então só o erro é certo. E se tudo é possível, então o nada é verdadeiro. Em 1530, depois de ter passado em revista todos os domínios do saber humano, Agrippa proclamou a incerteza e a vanidade das ciências. Em 1580, depois de ter submetido a exame crítico a faculdade humana do conhecer, Sanches agravou o julgamento: não se sabe nada, nada se pode conhecer. Nem o mundo, nem nós próprios. Montaigne, por sua vez, afirmou que o homem nada sabe porque o homem nada é. Abandonando o mundo exterior – objeto incerto de opinião incerta -, Montaigne tentou desdobrar-se sobre si próprio e encontrou em si o fundamento da certeza e os princípios firmes do juízo, isto é, do discernimento do verdadeiro e do falso. No entanto, mesmo dentro de si não encontrou nada senão incerteza e vazio, nada senão finitude e mortalidade. Seus “Ensaios” são um tratado de renúncia à certeza. A partir de fins do século XVI, porém, uma reação ao ceticismo moderno se esboçou nas figuras do inglês Francis Bacon (1561-1626) e dos franceses Pierre Charron (1541-1603) e René Descartes (1596-1650), que irão se debruçar na experiência, na fé e na razão, respectivamente, para justificar a certeza humana. O empirista Bacon aceitava a crítica dos céticos, mas considerava que o que importava ao homem não era a teoria ou a especulação, mas a ação, porque o homem é agente antes de ser pensamento. Por isso, era na ação, na prática e na experiência que se encontrariam as bases seguras e corretas do saber. O seu Novum Organum tinha a finalidade de opor a certeza da experiência ordenada à incerteza da razão. Mas a ciência nova, ativa, empírica anunciada em suas obras, como em “A Dignidade e o Progresso das Ciências”, não pode ser colocada em prática por Bacon e nem por ninguém depois dele, pois era impossível. O empirismo puro não leva à ciência, nem mesmo à experimentação, uma vez que toda experimentação supõe uma teoria prévia. Já Descartes pensava que o ceticismo não era uma atitude viável, e que a longo prazo seria intolerável. Pois o homem tem necessidade de certeza para viver e para se orientar na vida. Onde Montaigne não soube encontrar nada além de vazio e de finitude, Descartes descobriu a clareza da liberdade espiritual na alma e reencontrou a certeza da verdade intelectual em Deus. Espírito e Deus foram as duas substâncias cartesianas que responderam à impossibilidade da certeza no ceticismo. A tarefa do seu “Discurso do Método” é descrever a tarefa de reencontrar-se a si próprio e à sua razão e mostrar o caminho para a clareza e para a certeza do conhecimento intelectual. O “Discurso” responde aos “Ensaios”. Os tratados de métodos, aliás, não foram raros no século XVII, e o último em data, o Novum Organum de Bacon, trazia também um método novo para uma ciência nova, ativa, oposta à ciência puramente contemplativa do passado, mas que mostrou-se inviável. Tanto Bacon como Descartes pretendiam transformar o homem no senhor e possuidor da natureza para que se pudesse transformar a condição humana na Terra. A diferença é que o método cartesiano trouxe resultados. O filósofo francês notara, em relação ao empirismo, que por ter desejado seguir a ordem das coisas e não a das razões, a reforma de Bacon atingiu um sucesso apenas literário. E foi por ter seguido o caminho inverso, o do racionalismo, que centrava o intelecto como fonte do conhecimento, que a revolução cartesiana obteve êxito. Não à toa, René Descartes é considerado o inaugurador da filosofia moderna. O método cartesiano consistiu em desfazer todas as ideias anteriores e recebidas por tradição e destruir todas as crenças e opiniões para submetê-las ao controle e ao julgamento da razão. Tal método libertaria o sujeito de suas crenças e afirmaria a soberania e a liberdade da razão. O método seria a via que conduziria à verdade. Ora, a chamada dúvida hiperbólica - que a tudo questiona, até mesmo a própria existência - é aquilo que torna o método cartesiano possível e dissolve os erros. Deve-se duvidar de tudo para ter a certeza de que apenas conservou-se a verdade. Dessa forma, o cético é vencido por suas próprias armas. Mas a dúvida cartesiana não é um estado, como entre os céticos, mas uma ação: Montaigne sofre a dúvida, enquanto Descartes a exerce; e ao exercê-la, dominou-a e libertou-se dela. Pois ao possuir um critério ou uma regra – que Montaigne não tinha -, pode discernir o verdadeiro do falso. Tal como Bacon, Descartes considerava que a filosofia feita até então era confusa, incerta e duvidosa, embora reconhecesse que toda ciência buscava seus princípios na filosofia. Com isso, do desmoronamento de suas primeiras certezas, Descartes salvou apenas aquelas que, a seu ver, não dependiam da filosofia: Deus, a alma e a matemática. A metafísica cartesiana procurou uni-las. Na filosofia cartesiana, não restou nada da filosofia humanista, pois uma sabedoria separada da ciência não poderia mais ser aceitável do que uma ciência separada da sabedoria. Ora, as ideias obscuras e confusas que fazem nascer a dúvida e que são destruídas pela dúvida são as que nos vêm da tradição e dos sentidos. Quanto às ideias claras e verdadeiras, são as ideias matemáticas. É exclusivamente na matemática que o espírito humano chega à evidência e à certeza para constituir uma ciência. Por isso, o método cartesiano foi ordenado a partir da matemática. Mas não se trata de ir buscar à matemática os seus modos de raciocínio e de aplicá-los a outros domínios e a outros objetos, mas sim de apreender a essência do raciocínio matemático. Esse espírito do raciocínio matemático – muito diferente do raciocínio puramente silogístico ou lógico – consiste no estabelecimento de relações ou proporções precisas e de séries de relações ordenadas. Invenção de relações e de uma ordem entre as relações: é esta a essência do pensamento matemático, onde “razão” significa “relação” ou “proporção”, que por sua vez estabelecem uma ordem, e por si mesmas se desenvolvem em série. Mas Descartes considerou que a crítica da razão não poderia e não deveria exercer-se sobre as verdades religiosas, uma vez que elas eram reveladas e, portanto, superiores à razão. O filósofo francês cria, no entanto, que havia, fora dos mistérios sagrados da religião cristã, uma verdade perfeitamente acessível à razão humana: a existência de Deus e da alma; e que ela poderia e deveria ser provada por meio da razão. Nós somos seres que pensamos, que temos uma ideia clara de nós mesmos e de Deus. O “eu penso” cartesiano implica o “penso Deus”; trata-se de uma ideia inata. A razão humana é demonstração de que o homem é exclusivamente o ser que tem a ideia de Deus, e tal ideia é a mais simples e clara. Esta ideia do perfeito é de tal modo superior a nós que não poderia provir de nós mesmos, seres finitos e imperfeitos. Apenas poderia provir do próprio Deus. A existência de Deus pode ser concluída de nossa própria existência: Deus existe porque eu existo, eu que tenho uma ideia de Deus. Descartes inspirou seu argumento na prova a priori ou prova ontológica da existência de Deus, formulada pelo monge medieval Anselmo de Aosta (1033-1109) em seu Proslogion. Nessa reinterpretação da razão humana e de seu papel, o filósofo francês teve de recriar a física e a metafísica então vigentes: à antiga física, que se baseava nos dados imediatos dos sentidos, no mundo do senso comum e cotidiano, Descartes substituiu por uma física das ideias claras; física matemática que baniu do mundo real qualquer dado sensível e apresentou uma imagem nova do universo, estrita e unicamente mecânico. Como dito anteriormente, Descartes considerava que a existência de Deus podia e devia ser provada. Mas a sua física destruiria a base das provas tradicionais (a concepção tradicional de um cosmo hierárquico) e a sua lógica destruiria a estrutura lógica dessas provas, baseadas todas na impossibilidade do infinito. Foi preciso encontrar provas novas ou mesmo retomar provas antigas depois de as ter ajustado à razão. É a isso que Descartes dedicou a sua metafísica. A metafísica cartesiana está preocupada sobretudo com a intuição intelectual dos princípios; metafísica que procurará Deus na alma, tal como havia feito o monge Agostinho de Hipona (354-430). Há, assim, em René Descartes uma primeira separação entre filosofia e teologia, entre filosofia e ciência e entre ciência e Deus, mas que nem por isso deixam de relacionar-se entre si num todo sistemático e coerente. Para o universo infinito cartesiano – constituído pela terceira substância, ou seja, a extensão -, não há espaço nem para o homem nem para Deus: o antropomorfismo da filosofia humanista e a teologia da escolástica medieval são banidos da investigação da realidade natural. A estrutura do mundo não implica em qualquer finalidade e não se explica por um fim: resulta das leis matemáticas da natureza. Já não é na autoridade, mas na alma que precisamos encontrar Deus, e é no estudo da alma que a filosofia vai doravante basear-se. Não à toa, a filosofia cartesiana, mecanicista, é uma das fontes da laicidade, do racionalismo e do individualismo modernos e é denominada como “filosofia da consciência”. A filosofia cartesiana representou, então, uma ruptura com a ideia escolástica de saber, pois para Tomás de Aquino (1225-1274), por exemplo, a teologia era a suprema expressão da sabedoria. Afinal, o objeto teológico é o próprio Deus. Já Descartes, como filósofo moderno, declarou desde a Primeira Parte de seu “Discurso do Método” que, através de sua razão, procuraria as causas primeiras da existência dentro de si mesmo e no “grande livro do mundo”. Descartes não discordava de Aquino quanto a Deus, já que concluiu a sua existência e tornou-o fundamento do conhecimento humano, e tampouco quanto à importância da teologia. A diferença fundamental estava na distinção hierárquica entre teologia e filosofia, típica do pensamento medieval, e a separação cartesiana de ambas, isto é, a laicidade entre os saberes. Na sua concepção laica, a filosofia identificou três substâncias que permeiam a realidade e a sua apreensão, objetos ao mesmo tempo da metafísica e da física: dentro de si, o sujeito encontra a alma e Deus; no livro do mundo, encontra a extensão. Mas, se Aquino considerou Deus como “Aquele que é”, elevando o primeiro princípio filosófico existencial exclusivamente ao nível de Deus, Descartes, ao contrário, equiparou Deus ao primeiro princípio filosófico, utilizado para justificar as certezas que deveríamos possuir para a investigação racional e empírica da realidade. O Deus cartesiano, um deus deísta, foi tornado fundamento para um universo mecanicista, que tinha como substrato a pura extensão. O deísmo não encontra mais no divino a intimidade e o conforto existencial do teísmo, mas apenas um fundamento metafísico, e portanto racional, que justifica os aspectos ontológico e epistemológico de uma realidade entendida pelas propriedades geométricas do espaço e das leis físicas do movimento, entendido apenas como deslocamento de um corpo – as bases da concepção mecanicista de natureza. A única função do Deus de Descartes era ser a causa primeira de um mundo mecânico. Em suma, a essência de um Deus cartesiano estava largamente determinada pela sua função filosófica, que era criar e preservar um mundo mecânico da ciência como o próprio Descartes o concebeu. Ora, é bem verdade que o Criador é eminentemente um Deus cristão, mas um Deus cuja verdadeira essência seja a de ser um criador não é de todo um Deus cristão. A essência do verdadeiro Deus cristão não é criar, mas ser. “Ele que é” também pode criar, se assim o quiser; mas ele não existe porque cria, não, nem a ele próprio; ele pode criar porque existe supremamente. (...) A mais extraordinária característica deste Deus era que a sua função criativa absorvera integralmente a sua essência. Daí o nome que, a partir de agora, passaria a ser o seu verdadeiro nome: já não “Ele que é”, mas antes “O Autor da Natureza”. Certamente que o Deus cristão fora sempre o Autor da Natureza, mas ele também fora infinitamente mais do que isso, ao passo que, depois de Descartes, ele estava destinado a tornar-se progressivamente nada mais do que isso. (GILSON, 2002, p. 68-69).
Foto de Júlio V.
Júlio perguntou há 3 anos

Sabe a resposta?

Ganhe 10 pts por resposta de qualidade
Responder dúvida
2 respostas
1
votos
1 usuário votou nessa resposta como útil.
Professor Matheus C.
Identidade verificada
  • CPF verificado
  • E-mail verificado
Respondeu há 3 anos

Oi, Julio! Tudo bem?

Fique à vontade para me chamar, se ainda precisa de ajuda: (51) 995292534. Descartes parece um autor muito complicado, mas verá que faz muito sentido o que ele diz!

Abraços!

Envie uma dúvida gratuitamente

Envie sua primeira dúvida gratuitamente aqui no Tira-dúvidas Profes. Nossos professores particulares estão aqui para te ajudar.

0
votos
Nenhum usuário votou nessa resposta como útil.
Professor Igor M.
Identidade verificada
  • CPF verificado
  • E-mail verificado
Respondeu há 3 anos

Oi, Júlio, resumo de texto filosófico entra como tarefa, nos envie que resolveremos.

Se essa resposta te ajudou, por favor vote nela, me ajuda muito.

Obrigado, tenha um bom dia

Professores particulares de Filosofia

+ Ver todos
Encontre professor particular para te ajudar nos estudos
R$ 40 / h
Igor M.
Ribeirão Preto / SP
Igor M.
4,4 (49 avaliações)
Horas de aulas particulares ministradas 4 horas de aula
Tarefas resolvidas 63 tarefas resolvidas
Identidade verificada
  • CPF verificado
  • E-mail verificado
1ª hora grátis
Graduação: Geografia (Universidade de São Paulo (USP))
Experiente professor intercambista da USP para inglês, espanhol e reforço escolar de ciências, matemática, história e geografia.
R$ 70 / h
Cássio R.
São Paulo / SP
Cássio R.
5,0 (8 avaliações)
Horas de aulas particulares ministradas 367 horas de aula
Tarefas resolvidas 1 tarefa resolvida
Identidade verificada
  • CPF verificado
  • E-mail verificado
1ª hora grátis
Filosofia no Ensino Médio Curso Superior de Filosofia Filosofia - Enem
Doutorado: Filosofia da Linguagem (Pontíficia Universidade Católica de São Paulo (PUC))
Professor de latim, francês e alemão com metodologia focada na imersão e no desenvolvimento natural de cada aluno. Vem aprender e chega de decoreba!
R$ 55 / h
Paola R.
Vitória / ES
Paola R.
5,0 (21 avaliações)
Horas de aulas particulares ministradas 1 hora de aula
Tarefas resolvidas 25 tarefas resolvidas
Identidade verificada
  • CPF verificado
  • E-mail verificado
Filosofia no Ensino Médio Curso Superior de Filosofia Filosofia - Rousseau
Especialização: Direito Tributário (PUC-RS)
Graduação - instituto brasileiro de mercado de capitais e puc-mg. Média geral na faculdade de direito, 8,99. Especialização em tributário pela pucrs
Envie uma tarefa, lista de exercícios, atividade ou projeto
  • Você define o prazo
  • Professores fazem propostas e você escolhe o melhor
  • Interação com o professor por chat
  • Se não gostar da resolução, reembolsamos
Enviar Tarefa

Envie uma dúvida gratuitamente

Envie sua primeira dúvida gratuitamente aqui no Tira-dúvidas Profes. Nossos professores particulares estão aqui para te ajudar.

Encontre um professor e combine aulas particulares Presenciais ou Online