Auto-propriedade

Boa tarde Gabriel, Muito boa a sua pergunta! A ética argumentativa Hoppeana se propõe a usar a lógica a priori para justificar um ordenamento social próprio, ou seja, um sistema totalmente derivado de regras lógicas racionais. O argumento central de Hoppe é que o mero ato de argumentar já diz que você esta reconhecendo a sua auto-propriedade, a auto-propriedade do seu oponente e toda a propriedade de bens externos, dessa forma validando todas as definições de qualquer ética que se queira derivar logicamente. Como quaisquer pessoas podem argumentar entre si, esse reconhecimento de propriedade, interno e externo, valem para todas as pessoas igualmente, o que a torna um princípio ético. Note que estamos falando de uma definição ética de propriedade que independe de controlar ou não funcionalidades ou materialidades. Imagine um cenário onde você é proprietário de uma máquina qualquer, um trator, por exemplo. O fato de você saber ou não operar aquela máquina não é determinante para ela ser propriedade sua, mas sim a sua capacidade de argumentar com um outro indivíduo que realiza uma troca com você - o vendedor aceita trocar dinheiro pelo o produto. Espero ter esclarecido sua dúvida. Abraço!

Em relação ao Outro, podemos dizer que somos donos de nós mesmos, mas em relação ao ser fica complicado. O corpo é uma máquina, há múltiplas funções sendo realizadas ao mesmo tempo, mas talvez não sejamos totalmente donos, ou responsáveis, do nosso pensamento. O que é que pensa enquanto eu jogo futebol ou acompanho um filme? Nietzsche diz: "algo pensa em mim". O que será esse algo? Como surgem as ideias?