Melhor resposta
Essa foi a melhor resposta,
escolhida pelo autor da dúvida
Olá, Silvia! Bom dia! Tudo bem?
RESPOSTA RÁPIDA: Maquiavel não foi bom, nem mau. Ele foi um pensador! Ele tentou pensar como o governo pode manter o poder. Para manter o poder, o governo não pode se preocupar com pequenas ações e sim com o objetivo final, que é justamente MANTER O PODER. Neste caso, a lógica básica é: "os fins justificam os meios". Ou seja, não importa quanto sofrimento ou dor o governo cause, mas o fim justificará tudo isso, ou seja, o poder mantido será maior do que isso. Essa lógica, de manutenção do poder, é nefasta, é cruel mesmo. Mas, foi o pensamento de Maquiavel. Talvez ele nem gostasse disso, mas foi a conclusão dele.
RESPOSTA LONGA:
Nicolau Maquiavel foi um conselheiro da cidade de Florença, na Itália, por boa parte da sua vida. No caso, ele aconselhava o governante, que era da família Médici. O papel dele, como intelectual, estudioso dos assuntos do governo e de política, era pensar planejamentos e propostas para que o governo fosse sempre bem sucedido. Nesse sentido, ele precisava pensar a realidade social para entender os pormenores, os detalhes.
Foi pensando a sua própria realidade, e com base nos seus estudos eruditos e numa tradição de pensadores que evocavam conhecimentos dos antigos gregos e romanos, que ele desenvolveu sua "doutrina".
Quando eu digo doutrina, refiro-me aos ensinamentos dele, ao modo como ele entendia o mundo, isto é, sua realidade social.
Maquiavel tentou não pensar com juízos de valor, nem com emoções como ponto de partida. Para ele não importava a raiva, o amor, o ódio, a dor, o sofrimento, etc. O que importava era o PODER. Nesse sentido, ele tentou responder a seguinte questão, dentre outras: COMO O GOVERNO PODE TER PODER E CONTINUAR A TER PODER PARA SEMPRE?
Maquiavel tentou entender o poder. E, para o governo ter poder e praticar poder, ele poderia fazer coisas, isto é, ações específicas. Essas ações poderiam ser boas ou más. Isso não importava para a resposta de Maquiavel. Em todo caso, qualquer ação causa uma consequência, um resultado visível. Daí, seria possível observar esse resultado final, esse produto ou essa consequência de uma determinada ação. O resultado poderia ser satisfatório ou insatisfatório. Ele poderia manter o poder do governo ou perder esse poder.
Pensando nisso que Maquiavel construiu sua doutrina, com diversos conselhos ao "príncipe", o governante de Florença. Ele trabalhou com a ideia de um governo autoritário, que usa o medo para mandar na população. Ele trabalhou com a ideia de um governo democrático, oligárquico, aristocrático, bondoso ou maldoso, tirano ou simpático. Enfim.
Daí então surgiu a máxima de Maquiavel, que é uma lógica considerada antiética hoje em dia: "os fins justificam os meios".
Neste caso, matar 1 milhão de pessoas para fazer com que outras 5 milhões obedeçam ao governo, seja por medo, por propaganda, por simpatia, torna-se permitido. Em nome do poder, um objetivo final, um resultado esperado, quando alcançado, vale mais do que qualquer atrocidade.
Então, por exemplo, na lógica da manutenção do poder, que Maquiavel desenvolveu, se você precisa ficar rica, isso é ótimo, é um objetivo legal, bacana! Quando você ficar rica, você terá completado seu objetivo e as pessoas gostarão de você. Mas, para você fica rica, você teve que matar cem pessoas e roubar outras cem. Nessa lógica, não importa seu passado, seu histórico e suas ações. O objetivo final é que importa.
O mesmo se aplica ao governo e ao poder. Se o objetivo final for manter o poder, não importam as ações do meio. Elas podem ser bem crueis. Mas, enquanto o poder for mantido, esse fim, esse objetivo final, justifica todo o resto.
Maquiavel não era bom, nem mau. Ele foi um pensador e cumpriu seu papel de conselheiro do governante. Ele não falou que todo mundo precisa seguir essa lógica, isto é, que os fins justificam os meios. Mas, ele disse ao governante que se ele quiser continuar no poder, os fins justificam os meios rsrs.
Espero ter ajudado! Abraços.