Professor
José J.
Respondeu há 4 anos
Podemos resumir as causas da decadência do Império Romano nos seguintes itens:
1) Sua enorme extensão dificultava sua guarda e administração consumindo muitos recursos. Vale lembrar que muitas províncias, especialmente na sua parte ocidental não eram muito ricas ou desenvolvidas;
2) Sua enorme burocracia civil e militar, marcada por forte corrupção e a presença de indivíduos incompetentes que adquiriam os cargos graças a indicações por amizade ou corrupção;
3) A crise do escravismo romano causado pela diminuição da entrada de escravos no império e a sua baixa taxa de reprodução. Isso ajudou a causar uma forte crise na produção econômica do estado romano, repercutindo no estado, e provocou socialmente na mudança do tratamento do estado romano para com suas populações pobres livres que foram perdendo seus direitos e sendo submetidas a relações de submissão social por conta de dividas acumuladas num estado cujo sistema jurídico e corpo legal protegiam os interesses dos credores à custa dos devedores;
4) Essa crise do escravismo causou um forte empobrecimento das cidades e das atividades econômicas realizadas nelas: artesanato e comércio. A crise urbana e a perda de renda das aristocracias afetou seriamente o comércio que começou a diminuir a sua intensidade e até houve casos de rotas que praticamente acabaram, como foi o caso das rotas para a Bretanha (atual Inglaterra).
5) Muitas regiões em crise e com populações arruinadas pela crise econômica ou pelo aumento da exploração econômica pelas elites ou fiscal pelo estado acabavam sendo tomadas por grandes quadrilhas de bandidos que tornavam inseguras as rotas comerciais e desafiavam a autoridade do estado;
6) A crise militar causada pela crise econômica, estatal (corrupção; dificuldade de arrecadar impostos, distribuí-los e usa-los de forma eficiente; má formação dos quadros administrativos), financeira e monetária cujo resultado foi a incapacidade de manter tropas e fortificações funcionando, algo que favoreceu a entrada de tribos germânicas, alanas e taifalis na parte ocidental do Império Romano, além de impedir o controle da rebelião visigoda cujo resultado foi o saque de Roma em 410 d.c.
7) A crise administrativa foi o resultado de tudo isso e trouxe a autoridade para as elites locais da parte Ocidental do Império Romano ou a levou aos chefes e reis germânicos que assumiam o controle de diversos territórios. Quando estes chefes germânicos se aliavam as elites romanas locais acabavam formando reinos que na prática eram independentes do governo romano e do imperador sediado na cidade italiana de Ravena ainda que formalmente o reconhecessem assim como ao imperador da parte oriental do império que residia em Constantinopla.