Professor
José J.
Respondeu há 4 anos
O colonato foi uma prática social surgida dentro do Império Romano nos séculos finais de sua existência no qual ele foi marcado pela crise do sistema escravista, decadência do estado romano e, no século V, pela penetração das tribos germânicas nos territórios de sua parte ocidental. Diante da crise econômica e da situação de insegurança por conta da formação de bandos criminosos controlando regiões inteiras, da perda de controle do estado de vastos territórios e dos grupos tribais germânicos e outros andando livremente pelas terras do império muitos camponeses vão pedir a proteção de grandes proprietários que também controlavam milícias privadas, eram comandantes militares e tinham autoridade nas cidades próximas. Dessa forma, eles aceitam entregar parte de sua produção a esses aristocratas em troca de proteção ou por se assentar em suas terras e começarem a trabalhar. Outros também aceitam dar parte do seu tempo de trabalho para participar do cultivo das lavouras dos seus protetores.
Partes desses colonos eram pobres das cidades que se alojavam no campo devido a decadência econômica dos centros urbanos em que viviam e outra parte eram ex-escravos que vivaram colonos alforriado, pois seus senhores empobrecidos pelo desmantelamento gradual do sistema econômico romano devida ao processo de falência do seu estado. Isso não significa que a escravidão tenha acabado, mas ela diminui sua força como meio de dominação social sobre a mão-de-obra.
O estabelecimento desse sistema foi facilitado já no fim do século III e começo do IV d.c. quando os imperadores da Dinastia Ilíria (Diocleciano, Constantino, etc.), estabelecem a proibição do campesinato de deixar as terras. Assim como a gradual eliminação das proteções e direitos que o direito romano dava a essas populações foi degradando socialmente a sua posição social que começou a se aproximar a dos escravos.
O estabelecimento dos germânicos dentro das terras ocidentais do Império também reforçou a prática do sistema do colonato, pois os reis e a nobreza germânica recém-chegadas ganhava concessões de terras e obtinha o direito de ter suas terras cultivadas pelos camponeses locais a quem ela devia também “proteção” militar.
Muitos séculos depois o sistema de colonato evoluiu na Gália (atuais França e Bélgica) para o feudalismo que foi difundido para outras partes da Europa a partir das terras do Império Carolíngio (751-843).