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História
" O século XIX possui, como uma de suas principais características, a afirmação e a expansão do pensamento liberal, do industrialismo e, consequentemente, da lógica capitalista. Nesse ínterim, consolidou-se também uma poderosa ideologia: o nacionalismo." JUSTIFIQUE porquê podemos considerar as unificacões citadas como um projeto burguês.
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Maria Luisa perguntou há 3 anos

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Professora Renata Z.
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Respondeu há 3 anos
Um dos principais motivos para a unificação foi o surgimento do nacionalismo. A unificação e o nacionalismo geraram o desejo de ampliar o território, aumentar o domínio em outras regiões conseguindo expandir a indústria com matéria prima retirada do território dominado, ou seja, a motivação é econômica, por isso, pode se dizer que é burguês.

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Professor Rafael M.
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Respondeu há 3 anos

Oi Maria Luisa, tudo bem?

Eu já respondi essa mesma pergunta para uma outra pessoa, então vou apenas copiar a resposta aqui. Qualquer coisa, pode entrar em contato :)

Então, para respondermos o porquê de as unificações do pensamento liberal, do industrialismo, do nacionalismo e da lógica capitalista poderem ser pensadas ou não como um projeto burguês, precisamos fazer uma volta até o final da Idade Média. É uma resposta longa então posso deixar algum buraco na explicação, e por isso peço que me avise, por favor.

No final da Idade Média, aqueles processos como os renascimentos comercial e urbano, as Cruzadas e as grandes navegações vêm como processos que sinalizam o fim de uma ordem feudal da sociedade porque cada vez mais víamos inovações nas tecnologias que favoreciam o comércio (como na navegação, técnicas de produção agrícola, dentre outras), a expansão de ganhos econômicos através do comércio marítimo e terrestre com as ligas e hansas (lembre das cidades italianas que pagaram a Quarta Cruzada, ou, se quiser, a "Cruzada comercial") e a necessidade, que se colocava cada vez mais, de criar mecanismos políticos, econômicos e até religiosos que permitissem a plena expansão dos lucros. Por isso, por exemplo, que os grandes comerciantes e artesãos urbanos, organizados nos "movimentos comunais", derrubavam os governantes aristocratas: com um príncipe burguês governando a cidade, seria possível remover antigos entulhos político-jurídicos para promover o desenvolvimento do comércio.

Sentindo-se ameaçados pelas burguesias europeias e também pelas revoltas camponesas (Jacqueries) do final da Idade Média, os reis aristocratas promovem uma reorganização de seu poder, o que nos leva à formação dos Estados absolutistas como forma de um mundo feudal que está declinando, enquanto aquele que chamaríamos de capitalista está nascendo (pelo mercantilismo, por exemplo). Nesse momento, de grande expansão comercial europeia e de início das colonizações, nós temos uma série de pensadores que começam a tentar entender como funciona esse comércio, de onde exatamente vem o lucro, o que é lucro, dentre outras coisas e que podemos chamar, talvez, de um início do pensamento liberal, que vai amadurecer no liberalismo clássico (séculos XVIII - XIX) de Adam Smith, John Stuart Mill e outros.

Com o surgimento do Estado absolutista, nós temos um enfraquecimento da Igreja que envolve também a ideia de que, se na Idade Média era a Igreja Católica que tomava conta da sociedade, nesse momento é o Estado - o rei passa a ser aquele responsável pelo bem estar de todos. Você já deve ter ouvido falar, por exemplo, dos cercamentos, que foi um grande movimento de confisco de terras camponeses para dá-las a grandes proprietários e/ou comerciantes (os burgueses). Isso fez com que os camponeses, sem terra para tirar seu sustento, migrassem para as cidades para trabalhar lá, o que começou a gerar altíssimos níveis de desemprego e pobreza, levando o Estado a ter que agir de alguma forma sobre isso, para mitigar esses problemas sociais (o que não foi feito e/ou foi feito com muita dificuldade), e o que começa a aparecer entre esses pensadores que eu mencionei no parágrafo anterior é um pensamento individualista, de que o Estado não deveria intervir tanto nas trocas econômicas porque isso arruinaria a liberdade do indivíduo e, assim, impediria o bem estar da sociedade já que o comércio em grande escala, realizado por esses indivíduos, abasteceria a sociedade com riquezas. Essa filosofia do indivíduo, por assim dizer, se mantém até hoje e é um dos fundamentos do que se chama de pensamento liberal.

Alguns séculos depois, com as revoluções industriais, a produção aumenta dramaticamente, assim como as expropriações de terras e êxodo rural. Essas indústrias eram controladas, sobretudo, por aristocratas que passaram para essa atividade (e assim sobreviveram contra a burguesia na luta de classes) e pelos grandes burgueses, de tal maneira que políticas de Estado que incentivassem e permitissem à indústria que se desenvolvessem cada vez mais sem limites (inclusive utilizando mão de obra precarizada, escravidão etc.) eram fundamentais para o pensamento liberal do momento, apoiador dessa classe burguesa e quem quer que se beneficiasse disso. A revolução francesa, por exemplo, era esse pensamento liberal sendo colocado na prática com a queda do rei aristocrata Luís XVI.

Onde entra o nacionalismo nisso? No século XIX, com a segunda revolução industrial, a expansão das indústrias não mais pela Inglaterra, mas por parte da Europa (principalmente França e, depois, Alemanha) e dos EUA, nós temos uma classe burguesa mais amadurecida submetendo a classe trabalhadora (ou "proletariado", se você preferir) a jornadas extremamente desgastantes de trabalho - 12 horas para mais, salários minúsculos etc. - sem contar os genocídios coloniais como os da Índia (35 milhões de mortos), China (mais de 50 milhões), Congo (cerca de 13 milhões), dentre outros, em um movimento que incentivou na classe trabalhadora a organização em sindicatos, associações secretas que conduziram ao surgimento do socialismo, anarquismo e outras vertentes de pensamento que lutavam contra essa exploração e, em último plano, contra esse capitalismo que estava amadurecendo. Para manter o controle sobre a classe trabalhadora, as burguesias europeias, em posição de classe dominante, incentivavam esse sentimento de pertencimento à nação que era racista, misógino e xenofóbico, para que se mantivesse a ligação de dominação e também para obrigar essa classe trabalhadora alienada a lutar nas guerras imperialistas que, beneficiando apenas aos grandes burgueses, empregavam o braço proletário nas lutas.

Então, tudo isso faz parte do projeto burguês de sociedade: onde o lucro se expande ao infinito, com o pensamento liberal dando legitimidade a tudo isso, ao mesmo tempo em que é preciso controlar as pressões que outras classes fazem sobre a dominação burguesa.

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