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História Ensino Médio
1. O contexto social e econômica do renascimento 2. A reforma protestante (Lutero, Calvino, Contrarreforma) 3. O absolutismo inglês
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Professor José J.
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Há então três temas distintos nessa pergunta, embora haja relação entre eles. O Renascimento será um amplo movimento cultural europeu que ocorreu entre os séculos XV e XVI, embora ele possa ser situado também entre o fim do século XIV e o começo do século XVII, dependendo do enfoque do estudioso. Ele será o desenvolvimento final, por um lado, do grande processo de desenvolvimento cultural que ocorreu na Europa desde o século XII marcado pela retomada cada vez maior do legado cultural greco-romano, da absorção do progresso cultural cientifico e filosófico dos povos muçulmanos e dos judeus (muitas traduções do árabe e do hebraico para o latim ocorreram, assim como, essas línguas são ensinadas em diversos centros de estudos da época), se incorporá também as fortes influências culturais e artísticas dos povos cristãos orientais (bizantinos, armênios, sírios cristãos, coptas do Egito), apesar do rompimento com suas igrejas, o estabelecimento das línguas modernas europeias, seu uso nas côrtes, na poesia e literatura em geral e o lento processo de substituição do latim por elas como línguas oficiais dos estados, língua franca entre os povos e idiomas de cultura, a fundação das universidades modernas, a redescoberta do direito romano, os estilos artísticos românico e gótico, a incorporação dos inventos chineses como a bússola, o papel, a pólvora, as armas de fogo, o dinheiro de papel, etc, entre outros progressos mais. Esse progresso cultural se assentou num grande progresso econômico e social da Europa Feudal-Católica marcado pela abertura de novas zonas agrícolas, tanto dentro dos países da Europa Ocidental como na ocupação de terras na Europa Oriental, aumento da produtividade da agricultura e pecuária devido a invenção ou incorporação de novas técnicas, recuperação econômica e social das cidades, desenvolvimento do comércio local e a longa distância, evolução da produção artesanal, substituição da madeira pela pedra como material de construção das aldeias, perda progressiva do poder político da nobreza feudal para os reis ou para cidades-estados independentes (Veneza, Nuremberg, Gênova, por exemplo), o que diminuía o caos e a insegurança social por conta das guerras privadas dos nobres, criava condições para o progresso social e permitia que uma força política externa (o estado dos reis) protegesse, em graus variados dependendo do país, da vida e bens dos seus súditos, além da abolição progressiva da servidão camponesa. Também temos o gradual recuo do poder político da Igreja Católica abrindo o caminho para o desenvolvimento do poder laico, isto é do estado-tanto dos reis como dos nobres maiores e das aristocracias comerciais- e daí o aparecimento de uma cultura erudita não religiosa. Esse progresso não foi interrompido por tragédias momentâneas, como a peste negra de 1348-1349, ou tragédias locais, como a Guerra dos Cem Anos entre França e Inglaterra. Na Itália, onde os elementos desse progressos se concentraram mais, ela desenvolverá, na sua parte norte, uma rede de cidades-estados ricas e independentes no qual uma aristocracia comercial substituirá a nobreza feudal no controle dos estados (por algum tempo haverá até mesmo certo tipo de democracia nelas) ou a nobreza feudal mudará o seu perfil cultural, passando a viver nas cidades e promovendo ou desenvolvendo uma cultura urbana sem relação com muito da cultural feudal da metade da Idade Média. Suas cidades são grandes centros comerciais, bancários, manufatureiros e tecnológicos e seus agentes políticos e comerciais se espalham desde o norte da Europa até o Oriente Médio. Cidades como as italianas existiam na Alemanha e na atual Bélgica, mas, embora ricas e importantes, elas não tinham os vínculos diretos com a economia do Mediterrâneo e do Oceano Índico como as cidades italianas que traziam progressos do todo tipo e produtos dos países orientais. Dessas cidades italianas podemos destacar quatro: Milão, Gênova, Veneza e Florença. Dessas quatro a mais poderosa e rica será Veneza e Florença é onde será elaborada a cultura renascentista por ser o lar de um grande número de artistas, cientistas e intelectuais talentosos. O prestigio das realizações de Florença será tão grande que sua língua, o toscano, virá a ser o idioma italiano que nós conhecemos hoje. Reforma Protestante Enquanto o Renascimento está no seu apogeu e se difundindo da Itália para toda a Europa, dois processos históricos distinto se entrecruzam: a nova cultura crítica do Renascimento se desenvolve fortemente no Norte da Europa, mas em um ambiente social e político distinto: aqui a nobreza feudal ainda tem poder muito do seu antigo poder e o poder político e social da Igreja Católica é bem maior do que nas cidades do norte da Itália: ela detém o controle da maior parte das terras e , portanto, dos camponeses que nela vivem; 2) em toda a Europa há um processo de decadência do clero católico levando a formação de um vasto corpo de padres, frades e freiras corruptos, mal formados culturalmente, ignorantes de boa parte dos dogmas católicos e envolvidos em todo tipo baixo de lutas políticas e negócios escusos incluindo diversas formas de exploração da fé e ignorância populares (culto exagerado de relíquias e santuários, venda de perdões dos pecados, etc). Na Itália isso também acontecia, mas no norte da Europa isso era mais intenso. Muitos intelectuais da Época eram fortes críticos da corrupção do clero (exemplos: Erasmo de Roterdã e Sebastian Brant no norte da Europa; Gil Vicente no sul da Europa) e havia, na população pobre, ideias, impressões e sentimentos negativos contra uma parte do clero por conta da sua corrupção, tanto entre bispos e cardeais, como entre os párocos e frades locais. Movimentos de reforma e rompimento com a Igreja católica, por causa desse males, também havia ocorrido no passado (as hereias medievais). Na Alemanha havia também uma importante transferência de renda, por diversos meios, para os estados papais no centro da Itália para a realizações de obras de grande porte como a construção então em curso da nova Basílica de São Pedro em Roma,além disso, o poder da Igreja se sobrepunha e atrapalhava muito o exercício do poder local pelos príncipes e monarcas alemães, algo que os incomodava muito. Nesse contexto, em outubro de 1517, um monge agostiniano (isto é, que era membro da Ordem de Santo Agostinho) e professor de teologia moral da Universidade de Wittemberg, Martin Luther-Martinho Lutero na forma aportuguesada do seu nome-na cidade do mesmo nome, situado no Ducado da Saxônia-norte da Alemanha-torna público suas 95 teses criticando o estado de corrupção em que se encontrava a Igreja Católica e sugerindo as reformas para encerrar esse mal. Com isso se desencadeia um movimento profundo e gigantesco que acabará dividindo a Cristandade Católica em vários grupos e levando a conversão de diversos estados europeus as diferentes igrejas reformadas que surgiram a partir do movimento desencadeado por Lutero como foram os casos dos estados do norte da Alemanha, da Dinamarca, da Suécia, da Holanda, da Escócia, da Inglaterra, da grande maioria dos Cantões Suíços, etc. o luteranismo estará associado ao absolutismo e a ordem feudal modificada da Idade Moderna, incluindo a aceitação da servidão, reinstalada, na Prússia (grande estado alemão do leste da Europa), na Finlândia e nos países bálticos. Ele separa o poder político do religioso, mas faz dos reis (cujo poder emana de Deus) protetores da Igreja e sua teologia da perdição completa do ser humano por conta do pecado original de Adão e Eva, no qual apenas a fé possivelmente salvaria, leva a uma visão negativa da humanidade e aceitação das relações de poder -da família ao estado- como um castigo pelo pecado original e uma determinação de Deus para melhorar e buscar, se possível, a purificação da sua criação perdida e danada. O luteranismo simplificará o culto, eliminará as ordem monásticas, o celibato, cinco dos setes sacramentos católicos, o culto aos santos (não a sua existência, isso é importante, eles continuam existindo, mas são agora exemplos de vida e não figuras para se adorar), estabelecerá definitivamente a bíblia traduzida como livro religioso oficial, eliminará a figura do purgatório, acabará com o culto a relíquias, santuários e peregrinações a eles, afirmará que nenhum obra, penitencia, compra de perdões dos pecados ou doações a igreja salvam da danação eterna, entre outros exemplos. O Calvinismo, cujo fundador é o francês Jean Calvin (1510-1564), João Calvino em português, incorporará essa doutrina negativa em relação a humanidade, assim como a ideia da salvação pela fé, mas, como o seu fundador será um reformador refugiado perseguido pela monarquia absolutista católica francesa na cidade-estado republicana de Genebra, na Suíça atual, onde instalará um governo teocrático protestante, o calvinismo, nas suas múltiplas formas, se desenvolverá em oposição a toda forma de hierarquia religiosa de tipo católico. Surgirão grupos mais republicanos e outros defensores do absolutismo, como os presbiterianos na Escócia até o século XVII. A doutrina negativa da natureza humana levará ao surgimento de um postura de buscar a purificação do pecado por meio de um controle rigoroso dos costumes e do corpo e uma aversão violenta ao mundo, aos prazeres e as artes. Como surgiu em um meio dominando por uma aristocracia comercial, com o tempo, não só o calvinismo acabará vendo no trabalho um meio de purificação e busca da salvação (ou da realização na Terra da vontade e obras de Deus), mas, algo que parece não estar nos escritos de Calvino, ter visto na riqueza (ou no seu acumulo frugal) um sinal de predestinação da salvação e da ação de Deus no mundo.. Essa postura o tornaria popular entre as camadas sociais de mercadores, banqueiros negociantes de vários tipos (a burguesia). O calvinismo elimina toda referencia aos santos e coloca o Antigo Testamento em igualdade com o Novo (ele reafirma o Velho definitivamente), isso os leva a incorporar ideias e práticas mais judaicas como a separação absoluta entre o "Povo de Deus Iluminado" e a humanidade "sem-Deus", a ideia de eleição, a visão das comunidades protestantes emigradas como o novo povo de Israel, chegando até em certas seitas, a incorporar regras de conduta e vestimentas contidas no Antigo Testamento. Escócia, a maior parte da população da Inglaterra e País de Gales, a maioria dos colonos no atual EUA, a Holanda, alguns principados alemães, grande parte dos Cantões Suíços, parte da população da França, os reis e nobreza do Reino de Navarra no sudoeste da França, a nobreza húngara até o século XVIII, são exemplos de conversões ao calvinismo. Como reação a um movimento que ameaçava extinguir o catolicismo na Europa, o papado tomará vários tipos de medidas que iam do apoio a guerra contra os protestante por parte de monarcas católicos (como Carlos V do Sacro Império Romano-Germânico na Alemanha e rei da Espanha), a instalação de órgãos de repressão (as inquisições modernas) e um política de mudança profunda na Igreja e na prática católica. Esta mudança será estabelecida graças ao longo Concilio de Trento (1545-1563), realizado nessa cidade do extremo-norte da Itália que criou o catolicismo existente até o Concílio Vaticano II (1962-1965): fortemente conservador a ponto de até se opor a inovações cientificas e a liberdade de pensamento; controlador da conduta dos fieis por meio dos párocos, dos tribunais da Inquisição e da prática da confissão; fortemente opositor da tradução da Bíblia para as línguas nacionais ao mesmo tempo afirmando de forma fortíssima todos os dogmas, sacramentos, práticas litúrgicas.legais, teológicas (como o celibato) e institucionais tradicionais incluindo toda a hierarquia católica até a figura do Papa de Roma; proibição da leitura de obras colocadas num índice oficial que existiu até o século XX. Mas também se procurou combater a corrupção do clero, acabar com práticas como a venda dos perdões dos pecados (indulgências), controlar a prática de culto a santos, relíquias e santuários, formar melhor os sacerdotes, controlar, reformar e fundar novas ordens religiosas (dezenas surgiram no século XVI), promover o catolicismo na América, Ásia e África para compensar a perda de fieis na Europa por meio de ordens como os Jesuítas, buscar trazer ao catolicismo certas populações europeias e reforma a fé dos europeus católicos eliminando elementos e sobrevivências pagãos, bem como práticas e interpretações populares contrárias a norma oficial. Absolutismo Inglês O reino absolutista Inglês que existiu até 1648 surgiu com o processo de encerramento da Guerra das Duas Rosas (1455-1485) no qual um acordo entre as duas família dinásticas que disputavam o trono da Inglaterra: os Lancaster, no poder e tendo como símbolo uma rosa vermelha, e os York, aspirantes ao poder e tendo como símbolo uma rosa branca. Nesse acordo, uma família nobre galesa (os galeses são o povo celta nativo do País de Gales) vinculada por casamento aos Lancaster, os Tudor, é reconhecida como a sua legítima sucessora através da figura de Henrique de Tudor. Este se casa como uma York, Isabel, membro de um ramo dessa família que havia se aliado aos Lancaster. Henrique toma o poder ao derrotar e matar na batalha de Bosworth (1485) a Ricardo III de York, que havia tomado o trono e matado os sobrinhos apos a morte de Eduardo V em 1483 (com eles os York haviam tomado momentaneamente o trono inglês ao matarem o rei Lancaster Henrique VI na Batalha de Barnet-1471). Com o apoio social da maior parte da nobreza inglesa e galesa, da Igreja Católica, dos eruditos de Oxford e Cambridge, das côrtes de justiça, do parlamento e da burguesia mercantil e financeira, Henrique VII se firma no poder, centraliza-o em si e reprime com ferocidade todas as insurreições de dissidentes da nobreza, incluindo pretendente verdadeiros e falsos da família York ligados a Ricardo III. Também controla de forma dura a vida da nobreza para que essa reconheça a legitimidade do seu reinado por meio de instituições repressivas. Ao morrer em 1509 Henrique VII legará ao seu Filho Henrique VIII um estado forte, próspero comercialmente, reconhecido por outros estados europeus e pelo papado em Roma e aberto ao renascimento italiano e do norte da Europa. Henrique VIII dará prosseguimento ao desenvolvimento do estado absolutista inglês pretendendo fazer dele uma potência europeia a altura da França e da Espanha. Ações militares contra a Escócia, ações colonialistas na Irlanda, eliminação da autonomia do País de Gales (país de seu pai e avós paternos) dentro do reino inglês, casamento com a princesa espanhola Catarina de Aragão e ambições de ter um herdeiro como Imperador do Sacro-Império Romano Germânico , aliança com Carlos V da Espanha e Sacro Império, oposição a Francisco I rei da França e depois, o traumático (para a Inglaterra) rompimento com o catolicismo em 1534 e a criação da Igreja da Inglaterra (Igreja Anglicana), repressão feroz aos católicos e eliminação física das ordens católicas, sucessivos casamentos com mulheres nobres europeias, cujos desgostos e brigas, leva Henrique VIII a ordenar os seus assassinatos, tentativa de impor a força aos escoceses o casamento de seu filho Eduardo Tudor a filha ainda bebe do rei católico escocês Jaime V,o que leva a morte deste, dizima parte da nobreza escocesa e leva o incêndio e saque da capital Edimburgo, etc, foram esforços para concentrar e promover o poder da Inglaterra Absolutista. Mais tarde, a filha de Henrique VIII com Ana Bolena, Isabel I realizará muito dos projetos do pai e levará a Inglaterra absolutista ao apogeu econômico, político e cultural, embora estivesse muito longe de ter o poder internacional que a propaganda inglesa posterior (amplificada no século XX por Holywood) lhe atribuiu.

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Tenho experiência de 17 anos em docência. Sou professora de psicologia, filosofia, sociologia, história, neurociência e psicologia aplicada,