Qual a correlação entre os temas?

História História do Brasil Curso superior
Qual a correlação direta entre Ditadura do Sertão e Ditadura Militar e Ligas Camponesas e Esquerdas Revolucionárias?
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Pedro perguntou há 5 anos

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Professora Mariana P.
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Entre a Ditadura do Sertão e a Militar temos a visão contrária a concessão de direitos sociais fundamentais aos trabalhadores do campo brasileiro e a reforma agrária, além da repressão por meio da violência. Já entre Ligas Camponesas e Esquerdas Revolucionárias, temos: a Reforma Agrária, principal pauta das Ligas Camponesas e pauta importante durante a Revolução Russa, a forte participação do trabalhador com uma atuação política mais ativa na luta pelos direitos dos trabalhadores, abandonando a visão assistencialista e a luta pela extensão dos direitos trabalhistas a todos os trabalhadores do campo.

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Professor José J.
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Respondeu há 5 anos
Então. Uma dos problemas mais graves da sociedade brasileira em toda a sua história é a concentração da propriedade da terra em poucas famílias e as consequências que dela vem: autoritarismo e violência política; concentração da renda; miséria; forte exploração econômica; negação do direito de propriedade aos camponeses; ataque as forma coletivas de propriedade dos povos indígenas, comunidades quilombolas, comunidades rurais da Amazônia; recusa dos grandes proprietários em seguir as leis do país (trabalhistas, previdenciárias, ambientais, fiscais, etc); devastação ambiental em larga escala; promoção do trabalho escravo; devastação cultural e promoção do analfabetismo e de todas as formas de atraso social e patologias sociais (resultado das relações humanas brutais que promove ou estimuladas propositalmente como formas de dominação) por parte das elites concentradoras de terras-chamadas coletivamente, historicamente, de latifundiários (grandes proprietários de terras) ou terratenentes, atualmente como o agronegócio, sendo um dos principais responsáveis por promover no país as piores formas de relações sociais e econômicas e estimulando as elites urbanas e os setores das classe média a elas associados a não aceitarem nenhum pacto social que pudesse melhorar a vida da população brasileira, promover o progresso social e cultural e um verdadeiro desenvolvimento econômico. Não bastasse tudo isso um outro problema gravíssimo a classe latifundiária produzia: por serem grandes produtores de alguns produtos para a exportação nos mercados dos países historicamente imperialistas (EUA e antes a Europa Ocidental) eles eram defensores de uma submissão a esses centros de poder mundiais cujo objetivo eram manter o Brasil atrasado e controlar suas matérias-primas, mercados e serviços públicos básicos. Assim, o latifúndio e as brutais formas de relações sociais que produzia (quer sobre a forma da grande propriedade antiga ou o moderno agronegócio capitalista) eram um dos grandes males nacionais e o seu combate foi uma meta de todas as correntes políticas reformistas ou revolucionárias que o Brasil teve desde o século XIX e as derrotas que sofreram resultou nos males sociais que hoje vemos. Até mesmo o único grande projeto político-social aplicado por um governo para modernizar e conseguir a independência econômica do Brasil frente aos centros de poder mundiais anglo-saxões (Londres e Nova York-Washington), o do governo Getúlio Vargas, teve que, por muito tempo, evitar a aplicação das suas reformas sociais ao campo para, ao se aliar com o latifúndio e criar políticas para o favorecer, para conseguir apoio político para implantar no meio urbano reformas como a Consolidação das Leis do Trabalho e a Previdência Pública, por exemplo. Por ser um grande mal, o latifúndio foi denunciado em todas as grandes manifestações culturais produzidas pelo Brasil do qual podemos citar como exemplo romances como Seara Vermelha de Jorge Amado, Vidas Secas de Graciliano Ramos, Urupês de Monteiro Lobato, o Quinze de Rachel de Queiroz; poemas como Morte e Vida Severina de João Cabral de Melo Neto; certos trabalhos de Cândido Portinari entre muitos outros exemplos de obras pictóricas; o Monumento Eldorado Memória de Oscar Niemeyer(1996) em denúncia ao Massacre de Eldorado dos Carajás; canções populares como Filhos da Bahia de Lourival dos Santos, Disparada de Geraldo Vandré, Ladrão de Terra cantado por Tião Carreiro e Pardinho, etc; parte dos trabalhos fotográficos de Sebastião Salgado feitos no Brasil entre muitos outros exemplos. Enfim, desde o século XIX há uma forte consciência cultural (tanto popular como erudita) sobre o mal representado pela concentração da propriedade da terra no Brasil. Para buscar resolver esse problema, surgirá no Nordeste, nos anos 1950 um movimento social destinado a promover a Reforma Agrária: as Ligas Camponesas que terão no advogado Francisco Julião a sua maior liderança. Elas tem como antecedentes imediatos as Ligas criadas pelo PCB (Partido Comunista Brasileiro), em várias cidades pelo interior do Brasil, ainda no fim da fase ditatorial do primeiro governo Vargas, com o objetivo de lutar pela reforma agrária e melhorar as condições de vida da população local cuja expectativa de vida era de cerca de 40 anos. Reprimidos pelo governo anticomunista de Eurico Gaspar Dutra, elas ressurgem em 1954, no município pernambucano de Vitória de Santo Antão, com o objetivo de prestar assistência funerária, oferecer crédito e formar cooperativas agrícolas. Seu nome oficial era Sociedade Agrícola e Pecuária de Plantadores de Pernambuco. Sua ação política e social logo se espalhou por Pernambuco e estados vizinhos, organizando camponeses, reivindicando melhorias e suas vidas (como campanhas de alfabetização) e a democratização da propriedade da terra. Sua ação foi impulsionada pelos deputados e políticos trabalhistas, como o importante, mas hoje esquecido, Sergio Magalhães, eram apoiadas pelo PCB, o governo de Miguel Arraes (PSB-Partido Socialista Brasileiro) em Pernambuco e o de João Goulart em nível nacional. Contra eles não se voltaram apenas as elites terratenentes do Nordeste e do Brasil, toda as elites do Brasil, as multinacionais e o governo americano, que fez do consulado de Recife o maior do Brasil para combater as Ligas Camponesas e seus aliados, espiona-las, organizar e financiar as elites nordestinas e seus apoiadores locais nas diversas classes sociais , armas grupos armados de paramilitares em todos os estados do Nordeste (havia pára isso 5000 militares americanos disfarçados de turistas, missionários, cientistas, etc no Brasil, a maioria no Nordeste e isso foi denunciado na época por Francisco Julião), promover guerra ideológica contra elas. Sabe-se hoje, por meio de documentos liberados, que o governo americano chegou a planejar a invasão militar de Pernambuco caso houvesse um levante camponês ou mesmo uma ação forte de reforma agrária (isto é, a democratização das relações sociais no campo). A Guerra Fria e a recente vitória da Revolução Cubana davam os temas para a propaganda contra as Ligas Camponesas e os seus apoiadores. Apesar da sua forte ação social e política elas foram reprimidas rapidamente e com força após o Golpe de 31 de março feito por um setor dos militares com apoio das elites brasileiras e a grande e decisiva participação do EUA. Durante a ditadura, para fazer frente a esse regime repressivo antipopular foram organizadas diversas tentativas de luta armada e no Sertão Nordestino elas também ocorreram, tendo, claro, retomado a antiga bandeira de luta contra o latifúndio e a defesa da população dos direitos da população camponesa. Exemplos de guerrilhas rurais ou com atuação no campo são a Var-Palmares que teve a figura do ex-capitão do Exército Carlos Lamarca, a Guerrilha do Partido Comunista do Brasil (PC do B) no vale do Araguaia no começo da década de 1970 entre outras. Todas foram derrotas, seus líderes foram eliminados, seus militantes presos, mortos ou exilados. Essas guerrilhas também incorporaram militantes de movimento sociais anteriores ao Golpe de 1964 incluindo figuras das Ligas Camponesas como Mariano Joaquim da Silva, o Loyola, assassinado pela repressão da Ditadura Militar. Um exemplo de tentativa guerrilheira antes do Golpe ocorre já em 1961, quando Francisco Julião ajudou a fundar o Movimento Revolucionário Tiradentes que, em caso de necessidade, deveria ser um embrião de grupo guerrilheiro que lutaria contra os grandes proprietários e em defesa das populações rurais do Nordeste , e mesmo do Brasil. No entanto, ele não deu certo e seu campo de treinamento no interior de Goiás foi ocupado pela polícia local em 1962.

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Tenho experiência de 17 anos em docência. Sou professora de psicologia, filosofia, sociologia, história, neurociência e psicologia aplicada,