Qual era a relação internacional do brasil em 1989 ate 2003

História História do Brasil

Eu queria saber em uma visão mais objetiva, qual era a relação internacional do brasil entre os anos 1989 ate 2003/2002

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Isaque perguntou há 4 anos

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Professor José J.
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Respondeu há 4 anos

Entre esses anos o Brasil abandonou por completo qualquer projeto nacional e implantou, internamente, uma política neoliberal de favorecimento do capital financeiro internacional (especialmente anglo-americano) e das corporações transnacionais no qual foram realizadas muitas privatizações de empresas e serviços públicos, abertura econômica de seu mercado interno e desproteção alfadegaria das industrias nacionais (resultando em muita falência e desnacionalização delas), achatamento ainda maior da renda e padrão de vida da população do que havia sido feito durante o Regime Militar (1964-1985), desmonte de direitos, das legislações sociais e do sistema de ensino público, precarização das forças armadas, abandono gradual do programa nuclear e de vários programas de armamentos e tecnologias de vanguarda, etc. Essas medidas eram parte do programa (o Consenso de Washington) apresentado em 1989 pelo FMI e Banco Mundial na capital dos EUA (Washington) para o conjunto dos países após a rendição do grupo dirigente soviético ao poder dos EUA nessa época e cujo resultado foi inviabilizar projetos de desenvolvimento nacionais dos países da periferia da ordem capitalista mundial e isolar países independentes como Cuba, Coreia do Norte, Síria, Líbia, Vietnã, etc. No caso do Brasil o controle do país pelas finanças mundiais era feita por meio de representantes destes (Brasileiros ou não) instalados no Banco Central através do complexos sistema das dívias interna e externa.

Dessa forma, ainda que com resistências importantes dentro do corpo diplomático brasileiro (O Brasil por muitos anos críticava publicamente invasões americanas ao redor do Globo e mantinha relações com países embargados por esse poder como Cuba, Iugoslávia e Iraque) e na classe política (não só a de esquerda), houve uma aceitação não declarada da hegemonia mundial dos EUA, do sistema do dólar-petróleo, do controle estadunidense do Caribe e América Central, do domínio das finanças de Nova York e Londres sobre o planeta (levando F. Collor a levantar a proteção do sistema bancário nacional e a desregulamentar o sistema financeiro nacional), da penetração dos serviços secretos americanos aqui, da redução forte da soberania do estado brasileiro sobre o seu território.

Com isso, a infraestrutura e o sistema econômico foram deformados ainda mais para atender aos interesses privados do grande capital estrangeiro (especialmente o anglo-americano), a economia do Brasil foi reprimarizada por conta do processo de desindustriaização, da conversão dos setores estrativistas voltados para o mercado exerno (agronegócio e mineração) nos ramos principais da economia e no favorecimento dos interesses rentistas do capital financeiro tanto as custas da população como dos setores da burguesia nacional não vinculados ao capital estrangeiro.

A negociações, no fim dos anos 1990, pelo governo Fernando Henrique Cardoso com o de Bill Clinton para aceitar a Área de Livre Comércio das Américas (ALCA) e entregar as forças armadas dos EUA a base de lançamento de foguetes espaciais em Alcantara (Maranhão) eram os exemplos mais flagrantes da submissão do Brasil ao poder dos EUA até 2003. Também o Controle da economia dos Brasil pelos secretários do Tesouro dos EUA na época-Robert Rubin e depois Lawrence Summers- após a crise de 1998, era outro exemplo importante dessa submissão.

Até a criação do Mercosul (Mercado Comum do Sul) em 26 de março de 1991 pelo Tratado de Assunção, que poderia ser um ato de independência da América do Sul, foi feito na época como um meio de ampliar a internacionalização da economia brasileira (isto é, seu controle pelas burguesias dos EUA e Europa Ocidental) e dos demais integrantes do bloco na época (Uruguai, Argentina e Paraguai).

Enfim, entre 1989 e 2003, houve uma grande e gradual regressão das políticas adotadas, principlamente, na maior parte do tempo desde a Revolução de 1930 e mesmo em certos momentos antes dessa data por figuras como Rui Barbosa. Na verdade, nessa época, a grande maioria das conquistas do Brasil no século XX foram perdidas e muitas até hoje não foram recuperadas.

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Professor Paulo C.
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Respondeu há 4 anos

Olá Isaque

O ano de 1989 é bastante sintomático, pois, marca a queda do Muro de Berlim (09/11) e portanto, o fim da Guerra Fria, e consequentemente a vitória do capitalismo sobre o socialismo, ou os americanos se tornaram vencedores contra a União Soviética. A partir deste momento, o mundo viveu a globalização, com a imposição dos princípios neoliberais com privatizações radicais e diminuição do papel do Estado na sociedade. Pobreza e baixo crescimento aconteceram no cenário econômico. Desta forma, o Brasil seguiu a linha privatizante de estatais no governo Collor e Fernando Henrique Cardoso. A CSN, criada por Vargas na Segunda Guerra é vendida para grupos privados,asiim como, a Companhia Vale do Rio Doce, também criação de Getúlio. Sendo assim, o Brasil obedece aos ditames impostos pelo Consenso de Washington.

Espero que a resposta tenha elucidado suas dúvidas.

Abraços

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