A alternativa C, que afirma que "o texto B aborda o tema da nação, como o texto A, mas sem perder a visão crítica da realidade brasileira", pode ser interpretada pela análise de certos elementos que revelam um sentimento ambivalente em relação à sua terra natal.
Enquanto o texto A, "Canção do Exílio" de Gonçalves Dias, é mais voltado para a exaltação do ambiente natural brasileiro e expressa um forte sentimento de saudade, idealizando a terra natal sem necessariamente criticar a realidade que o contexto do exílio sugere, o texto B, "Canto de Regresso à Pátria" de Oswald de Andrade, traz uma nova perspectiva que, embora também sinta saudade e um desejo de retorno, apresenta uma crítica velada.
No texto B, algumas palavras e expressões sugerem uma visão crítica da realidade urbana e do progresso, como quando menciona "Ouro terra amor e rosas", quase como uma enumeração que reflete insatisfação ou uma busca por algo mais do que as aparências sugerem. Quando o eu lírico diz "Sem que eu veja a rua 15 / E o progresso de São Paulo", sugere um retorno não apenas à natureza, mas uma crítica ao "progresso" que pode ser interpretado como uma referência ao desenvolvimento capitalista e suas consequências.
Portanto, a visão crítica da realidade brasileira se manifesta na contrastante apreciação da natureza com o reconhecimento de que o progresso urbano e a modernização têm custos sociais e ambientais. Assim, o texto B não é meramente uma saudade da natureza, mas também traz questões acerca do que aquele "progresso" representa para a identidade e a experiência do eu lírico. Essa complexidade é que pode levar à interpretação de que o texto B reflete uma visão crítica em relação à realidade brasileira, conforme afirmado na alternativa C.
Alternativa C, O poema romantico de Goncalves Dias mostra uma visao ufanista do Brasil, enaltecendo-o por meio dos elementos naturais “Minha terra tem palmeiras, / Onde canta o Sabia?”. O texto de Oswald de Andrade, escritor modernista, enaltece o pais, mas nao perde de vista a realidade. Faz denuncias, como “Minha terra tem palmares / Onde gorjeia o mar”, ou seja, apesar da valorizacao dos elementos naturais (mar, terra, ouro), o Brasil mantinha a escravidao, indicada pela referencia ao Quilombo dos Palmares. Em “Nao permita Deus que eu morra / Sem que volte pra Sao Paulo / Sem que eu veja a rua 15 / E o progresso de Sao Paulo”, o eu lirico do poema revela seu desejo de voltar nao para qualquer lugar do Brasil, mas para a rua 15 de novembro, centro financeiro do pais, no inicio do seculo XX, na cidade de Sao Paulo, quando foi escrito o poema.