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O professor Viktor Chagas chegou ao Museu da República, no Rio de Janeiro, cumprimentou os seguranças e apontou para a maior tela do salão térreo. “Esta é a famosa pintura da confecção da bandeira, de Pedro Bruno”, disse, apressado. O quadro A Pátria, de 1919, retrata uma criança agarrada a uma imensa bandeira do Brasil que está sendo confeccionada por um grupo de mulheres. É uma das imagens emblemáticas da virada republicana do país. O professor subiu as escadas, atravessou uma sala, depois outra, e por fim se postou diante de uma imagem menor que reproduzia a tela de Pedro Bruno, mas coberta de letras brancas que diziam: “1Ordem e Progresso: é verdade esse bilete.”

Trata-se de uma das montagens que Chagas pinçou da internet para integrar a exposição “A política dos memes e os memes da política”, organizada por ele. “O meme, em essência, é tudo que é replicado. E sempre pressupõe muitas camadas de significados”, afirmou o professor, diante da imagem. “Este meme, por exemplo, só ganha sentido ao conhecermos o quadro original, o contexto político do momento e outro meme que mostrava o recado de um menino para a sua mãe” (“Senhores paes, amanhã não vai ter aula poorque pode ser feriado. Assinado: Tia Paulinha. É verdade esse bilete”). A frase final do recado virou mote para diversos memes.

A exposição espalha-se por quatro salas que tratam da relação dos memes com os símbolos nacionais, a propaganda política, a persuasão e a desinformação, entre outros temas. Tudo é acompanhado de textos que mostram a complexidade das forças políticas e sociais em jogo nas imagens. “2Ver um meme na parede de um museu: essa provocação sempre foi nossa intenção”, disse Chagas, do Instituto de Arte e Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF). “Queremos que as pessoas encarem o objeto do meme como 3algo relevante, fugindo do 4oba-oba, 5do besteirol, da 6balbúrdia.” [...]

Formado em jornalismo pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), com mestrado e doutorado em história pela Fundação Getulio Vargas, Chagas sempre trabalhou com temas relacionados à mídia e ao poder. Quando foi contratado pela UFF, em 2011, começou a ser indagado pelos alunos sobre fenômenos da internet. Leigo no assunto, ele passou a pesquisar sobre memes e percebeu que tinham muito a ver com seus temas de estudo. Organizou, então, um grupo de alunos para catalogar os memes e analisá-los. A ideia era colocar as pesquisas como verbetes na Wikipédia, mas seus colegas na universidade não endossaram a proposta. Disseram que uma enciclopédia deveria prezar pela relevância e, para a academia, memes não eram importantes.

Chagas decidiu, então, montar uma “enciclopédia” por conta própria. Criou com sua equipe o #MUSEUdeMEMES, um site que reúne as intervenções mais difundidas e influentes, que explica em que contexto surgiram e que impacto político e/ou social tiveram. Na última contagem feita, estavam catalogadas e analisadas no museu cerca de 200 famílias de memes, séries com o mesmo tema.

O site também abriga cerca de 1.200 trabalhos escritos cadastrados (teses, artigos etc.) e tornou-se referência no assunto. Em quatro anos de existência, teve mais de 2 milhões de visitantes, marca considerável para um projeto acadêmico. 7Chagas, porém, sentia falta desta parte importante do trabalho: transformar o museu virtual numa exposição real. E assim ele chegou ao Museu da República, que hospeda a mostra até o dia 24 de agosto. [...]

 

PAVARIN, Guilherme. Memes no museu. Revista Piauí, ed. 155, ago. 2019.

Disponível em: https://piaui.folha.uol.com.br/materia/memes-no-museu. [Adaptado]. Acesso em: 2 set. 2019.

 

Com base no texto e de acordo com a variedade padrão da língua escrita, é correto afirmar que:

01) no penúltimo parágrafo do texto, em todas as orações o sujeito é o nome “Chagas”, o qual é retomado pelas formas nominal e pronominal.   

02) na frase “Chagas, porém, sentia falta desta parte importante do trabalho: transformar o museu virtual numa exposição real.” (referência 7), os dois-pontos são empregados para apresentar um esclarecimento.   

04) os termos “oba-oba” (referência 4), “besteirol” (referência 5) e “balbúrdia” (referência 6) estabelecem uma relação de antonímia com a expressão “algo relevante” (referência 3).   

08) na frase “Ver um meme na parede de um museu: essa provocação sempre foi nossa intenção” (referência 2), os dois-pontos introduzem uma oração subordinada.    

16) no trecho “Ordem e Progresso: é verdade esse bilete.” (referência 1), a expressão “É verdade esse bilete” expressa ironia ao estabelecer intertextualidade com o bilhete de um menino à sua mãe.    

32) o texto é um exemplar de artigo científico, uma vez que nele se identifica o posicionamento crítico de um pesquisador que é referência em sua área.    

 

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Professor Miguel R.
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Respondeu há 3 anos

Ananda, contextualizada e inteligente, essa questão. Veja:

1 - incorreta: o sujeito de “que explica” é “um site”.

2 - correta: explica o termo anterior, “parte importante do trabalho”

4 - correta: os termos denotam “irrelevância”, em oposição a “relevante”

8 - correta: introduz uma oração subordinada substantiva apositiva

16 - correta: faz crítica, querendo dizer o oposto - irônico -, que não há “ordem e progresso”

32 - incorreta: é artigo informativo, jornalístico, de revista

Soma: 30 

Espero tê-la ajudado. At.te, tutor Miguel Augusto Ribeiro. 

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Professora de português e redação com 15 anos de experiência na área de concursos e reforço escolar. Especialista em neurociência do aprendizado.