Olá, gostaria de saber como o enem lida com redações que baseiam-se em um modelo já pronto, com frases inteiras dentro dela. Já faz algum tempo que surgiu um discussão a respeito de uma aluna que copiou integralmente o modelo que seu professor sugeriu em sua redação, mas não sei no que deu.
* Quando digo frases inteiras não me refiro aos textos motivadores, mas a frases e conteúdos decorados pelo aluno antes de realizar a prova.
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Oi, Carlos!
Essa questão de usar um modelo prévio é, digamos, uma “faca de dois gumes”. Essa prática é uma estratégia muito eficiente para os alunos que são muito inseguros em relação à escrita e necessitam de uma estrutura básica para conseguir construir uma redação com “pé e cabeça”, ou seja, com início, meio e fim, articulados entre si. Nesse sentido, o uso desse “esqueleto dissertativo” é aconselhável, pois além orientar a escrita do aluno, lhe dá uma segurança psicológica.
Entretanto, os lados negativos pesam mais do que os positivos. Primeiro, pelo fato de esses modelos geralmente serem apresentados em cursinhos para muitos alunos, ou seja, em pouco tempo viram estruturas clichês. Segundo, pelo fato de nem sempre serem compatíveis com todos os temas. Em muitos casos, os alunos ficam tão viciados com essas “bengalas textuais” que as usam para falar de qualquer coisa, desde a reprodução das formigas até sobre a Terceira Guerra Mundial. O resultado é uma “Redação Frankenstein”, com pedaços que não combinam entre si! :) E, terceiro - mas não menos importante -, o uso excessivo dessas estruturas pré-prontas mina com a criatividade do aluno, deixando-o com pouca margem para colocar o seu ponto de vista de modo autoral e autêntico.
Levando em consideração os aspectos apresentados acima, o ENEM lidará com esses modelos de acordo com a capacidade de o aluno usar esses modelos pré-prontos. Se o modelo for relativamente original e o aluno preenchê-lo corretamente, provavelmente terá uma boa nota. Se ele for já muito “batido” e já tiver aparecido em inúmeras redações, mas o aluno executá-lo com adequação, é bem possível que o aluno perca pontos na competência 3, que avalia o projeto de texto e a autoria. E, por fim, se o modelo for fraco e o aluno não conseguir usá-lo de modo articulado, perderá pontos também na competência 4 que lida com os aspectos coesivos.
Claro, existem outras configurações possíveis que ocasionariam distintas apenações, porém, creio eu, essas são as hipóteses mais evidentes!
Espero, sinceramente, tê-lo ajudado!
Se tiver mais dúvidas em relação a outros temas, é só me procurar! Será um prazer discutir essas questões com você!
Um abraço e excelentes estudos,
Prof. Valdenir Gonçalves
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