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Senso comum e ciência são conhecimentos. O senso comum nao se baseia em dados, pesquisas e observação e teorias para explicar os fenômenos sociais. Se refere a conhecimentos que vem da tradição, costumes.A ciência exige pesquisa, análise, teorias para explicar os fenômenos.
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Olá Ivan, como está?
Essa é uma boa pergunta; aliás pertinente para o campo de reflexão da "filosofia da ciência". Essa é uma pergunta de filósofo! rs.
A ciência tende a se colocar num patamar superior ao senso comum, o que alguns autores concordam e discordam dessa posição. Os que concordam, como as correntes do racionalismo e positivismo, defendem que o conhecimento científico é superior, porque faz uso de método e análise racional dos fatos. A ciência estaria bem próxima da verdade, o que não aconteceria com a filosofia (possível contradição: se valem de um pensamento filosófico para negar a filosofia) ou com a religião. A ciência então formula uma pergunta, observa certa regularidade dos fatos e produz uma hipótese científica. Essa hipótese será testada para se produzir leis e teorias científicas. Esse é o caminho de produção de conhecimento científico mais comum e definido nas ciências naturais.
Por outro lado, alguns autores, como os autores da "nova filosofia da ciência" (Kuhn, Feyerabend), defendem, em linhas gerias, que a ciência é uma forma de produzir conhecimento, mas todas as regras da ciência foram quebradas na história e podem ser quebradas, desde que o cientista se valha de fatores sociais e psicológicos que possam convencer a comunidade científica de que sua "nova teoria" seja mais "eficiente", "fecunda", etc., que a anterior. Claro que essa teoria tem que ser capaz de responder os fatos; caso contrário não há como "convencer" ninguém.
Tudo isso para citar uma comparação que Rubem Alves faz no começo de seu livro "Filosofia da ciência". A única coisa que o cientista se diferencia do senso comum é a especialização que o cientista escolhe. Rubem Alves pergunta: só o cientista é capaz de pensar? A ciência é, para ele, uma especialização de um refinamento de potenciais que todos temos. Imagine um pianista que resolve se especializar na técnica dos trinados (uma repetição alternada entre duas notas vizinhas). Ele é muito bom em alternar duas notas vizinhas, mas nem tanto em tocar a variedade de notas de um piano. Os positivistas e racionalistas, citados pela gente acima, pensaram que seria possível que, com essa especialização, os cientistas, de uma forma geral, produziriam uma sinfonia refinada. E isso não acontece. Geralmente os músicos (em comparação, os cientistas) são surdos para o que os outros tocam (pensam, produzem).
Bem, essa discussão é longa e fedunda. Recomendo esses autores e correntes de pensamento que citamos.
Att,
André.
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