Trovadorismo para concursos
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Por: Jean M.
05 de Abril de 2016

Trovadorismo para concursos

Literatura Geral Portuguesa

Trovadorismo

 

Origem do trovadorismo, os trovadores, literatura medieval, literatura portuguesa, história da Idade Média, cantigas de amor, cantigas de amigo, de escárnio e maldizer, cancioneiros, livros, canções, música, uso de instrumentos musicais.

 

Introdução

 

Podemos dizer que o trovadorismo foi a primeira manifestação literária da língua portuguesa. Surgiu no século XII, em plena Idade Média e do moralismo religioso. Além disso, outro aspecto do período é a questão do feudalismo e das relações de vassalagem, que nas cantigas ficou conhecida como vassalagem amorosa (nas cantigas, o homem se coloca como o vassalo ou servo da mulher amada). Período em que Portugal estava no processo de formação nacional.

 

Marco inicial

 

O marco inicial do Trovadorismo é a “Cantiga da Ribeirinha” (conhecida também como “Cantiga da Garvaia”), escrita por Paio Soares de Taveirós no ano de 1189. Esta fase da literatura portuguesa vai até o ano de 1418, quando começa o Quinhentismo.

 

Trovadores

 

Na lírica medieval, os trovadores eram os artistas de origem nobre, que compunham e cantavam, com o acompanhamento de instrumentos musicais, as cantigas (poesias cantadas). Estas cantigas eram manuscritas e reunidas em livros, conhecidos como Cancioneiros. Temos conhecimento de apenas três Cancioneiros. São eles: “Cancioneiro da Biblioteca”, “Cancioneiro da Ajuda” e “Cancioneiro da Vaticana”.

Os trovadores de maior destaque na lírica galego-portuguesa são: Dom Duarte, Dom Dinis, Paio Soares de Taveirós, João Garcia de Guilhade, Aires Nunes e Meendinho.

No trovadorismo galego-português, as cantigas são divididas em: Satíricas (Cantigas de Maldizer e Cantigas de Escárnio) e Líricas (Cantigas de Amor e Cantigas de Amigo).

 

Cantigas de Maldizer: através delas, os trovadores faziam sátiras diretas, chegando muitas vezes a agressões verbais. Em algumas situações eram utilizados palavrões. O nome da pessoa satirizada podia aparecer explicitamente na cantiga ou não.

 

Cantigas de Escárnio: nestas cantigas o nome da pessoa satirizada não aparecia. As sátiras eram feitas de forma indireta, utilizando-se de duplos sentidos.

 

Cantigas de Amor: neste tipo de cantiga o trovador destaca todas as qualidades da mulher amada, colocando-se numa posição inferior (de vassalo) a ela. O tema mais comum é o amor não correspondido. As cantigas de amor reproduzem o sistema hierárquico na época do feudalismo, pois o trovador passa a ser o vassalo da amada (suserana) e espera receber um benefício em troca de seus “serviços” (as trovas, o amor dispensado, sofrimento pelo amor não correspondido).

 

Cantigas de Amigo: enquanto nas Cantigas de Amor o eu-lírico é um homem, nas de Amigo é uma mulher (embora os escritores fossem homens). A palavra amigo nestas cantigas tem o significado de namorado. O tema principal é a lamentação da mulher pela falta do amado.

 

Principais obras e autores

 

De amor

 

Cantiga da Ribeirinha

 

No mundo non me sei parelha,

entre me for como me vai,

Cá já moiro por vós, e – ai!

Mia senhor branca e vermelha.

Queredes que vos retraya

Quando vos eu vi em saya!

Mau dia me levantei,

Que vos enton non vi fea!

E, mia senhor, desdaqueldi, ai!

Me foi a mi mui mal,

E vós, filha de don Paai

Moniz, e bem vos semelha

Dhaver eu por vós guarvaia,

Pois eu, mia senhor, dalfaia

Nunca de vós houve nem hei

Valia dua correa.

 

Paio Soares de Taveirós

 

De amigo

 

Ai flores, ai flores do verde pinho

se sabedes novas do meu amigo,

ai deus, e u é?

 

Ai flores, ai flores do verde ramo,

se sabedes novas do meu amado,

ai deus, e u é?

 

Se sabedes novas do meu amigo,

aquele que mentiu do que pôs comigo,

ai deus, e u é?

 

Se sabedes novas do meu amado,

aquele que mentiu do que me há jurado

ai deus, e u é?

 

(…)

 

D. Dinis

 

De escárnio

 

Ai, dona fea, foste-vos queixar

que vos nunca louv[o] em meu cantar;

mais ora quero fazer um cantar

em que vos loarei toda via;

e vedes como vos quero loar:

dona fea, velha e sandia!…

 

João Garcia de Guilhade

 

De maldizer

 

Roi queimado morreu con amor

Em seus cantares por Sancta Maria

por ua dona que gran bem queria

e por se meter por mais trovador

porque lhela non quis [o] benfazer

fez-sel en seus cantares morrer

mas ressurgiu depois ao tercer dia!…

 

Pero Garcia Burgalês

 

Além das cantigas (poesia), havia outros tipos de textos:

 

Novelas de Cavalaria (Prosa): adaptações das canções de gesta (poemas que narravam aventuras heróicas). Aventuras fantásticas de cavaleiros lendários e destemidos. Detalhes da vida e dos costumes da sociedade da época.

 

Teatro: Mistérios (episódios bíblicos), milagres (episódios da vida dos santos), moralidades (didático-moralista, com personagens abstratos ou defeitos morais).

Jean M.
Jean M.
Rio de Janeiro / RJ
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Graduação: Licenciatura em Letras Língua e Literatura (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ))
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Literatura e redação para concursos militares e vestibulares.

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