“Onde estiver seu medo, aí está sua tarefa.” – JUNG.
No momento em que se assume essa responsabilidade, não há espaços para inquietações externas. Contudo, o entendimento dessa responsabilidade passa pela compreensão de seus medos. Sim! Aqueles escondidos no seu interior. Na psicologia, o medo é um estado afetivo e emocional necessário para a adaptação, e não é uma característica somente nossa, pois se verifica tal particularidade em diversas espécies de animais.
Nesse ponto, seja qual for o grau de complexidade da forma de vida animal, o medo é essencial para a sobrevivência, pois é uma reação ante o perigo, seja real ou imaginário. Então lhe pergunto: Você consegue discernir seus medos? Eles são reais ou imaginários? Ai está sua grande primeira tarefa para desenvolver-se com equilíbrio e bem-estar. A partir deste ponto, torna-se muito importante estabelecer-se a diferença entre medo e fobia, a qual reside na intensidade em que cada um se manifesta, e para isso, além da abordagem teórica a seguir, é preciso ressaltar o quanto é essencial à ajuda profissional.
O medo é uma sensação de ansiedade frente a uma situação de perigo, uma resposta bioquímica do corpo que funciona como um instinto de sobrevivência. É uma sensação que proporciona um estado de alerta demonstrado pelo receio, geralmente pelo fato de o indivíduo sentir-se ameaçado, tanto fisicamente quanto psicologicamente. A resposta anterior ao medo é conhecida por ansiedade, um temor antecipado ao encontro com a situação ou objeto ameaçador. É importante entender-se que, o medo pode se transformar em uma fobia quando passa a impedir situações e encontros sociais. Neste ponto, pergunto-lhe: você sente medo... Ou pavor (fobia)?
No caso da fobia, trata-se de um medo específico, intenso, muitas vezes irracional e que pode paralisar o indivíduo. Nesse processo, os sintomas são mais fortes e muitas vezes não permitem que a pessoa reaja da maneira esperada, que é fugir do perigo, sobrecarregando assim as amígdalas, e falhando na missão “instinto de sobrevivência”. Nesse caso, os fóbicos evitam ou esquivam-se de situações determinadas, e isso os afeta quanto ao seu dia a dia e realização de suas tarefas.
Bem, o que é fobia, em termos técnicos? É um tipo de distúrbio da ansiedade caracterizado como medo ou aversão persistente a um objeto ou situação. É uma doença, um transtorno de ansiedade, e está classificado como transtorno fóbico-ansioso no CID 10 (Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas Relacionados com a Saúde). Essa condição já atinge cerca de 20% da população mundial, segundo o Instituto Nacional de Saúde americano.
Em tempo, deixo aqui três considerações:
1. Converse sobre os seus medos com amigos e familiares.
2. Foque na sua respiração! Busque compreender a importância da respiração correta. Entre os benefícios, de imediato, está o fisiológico, pois a ansiedade nos faz respirar rápido, de forma errônea. Ao controlar a respiração pela inspiração, o corpo volta ao equilíbrio.
3. Faça terapia! O autoconhecimento contínuo e direcionado, e a terapia, são grandes aliados no entendimento e controle do medo. O que você percebe que está em desordem em tua mente? Entenda que, a terapia ajuda a entender os porquês, e principalmente a raiz do medo. Considere essa questão, talvez seja a hora de procurar ajuda profissional. Nessa tomada de decisão está a oportunidade para organizar-se mentalmente, e assim ajustar e compreender seus medos.
Por fim, ressalte-se que a abordagem dessas questões, aqui realizada, possui a finalidade de proporcionar ou viabilizar o entendimento do tema, cujo objetivo é o bem-estar físico e mental das pessoas, essa é a nossa grande tarefa. Entender a origem e saber diferenciar medo de pavor possibilita a organização mental diariamente. Importante pontuar que, organizar a mente é o ato de buscar uma função definida, uma ordem, onde todas as nossas ações têm que ter não só objetivo quanto clareza.
A busca pelo equilíbrio e bem-estar é uma tarefa espontânea de todo indivíduo que decidiu autoconhecer-se. Lembre-se que: o autoconhecimento reflete o conhecimento que uma pessoa tem a respeito de si mesma. Sim! É o entendimento de suas qualidades, potencialidades, desejos, ambições, e limitações, tais quais as que abordamos neste artigo.