
Cambridge Tests

em 01 de Maio de 2025
Para ensinarmos inglês, é essencial aprofundarmo-nos nas suas diversas dimensões, que nos permitem classificar e planejar atividades de aprendizado de idiomas de maneira mais estratégica e eficaz. Essas dimensões não apenas diferenciam os tipos de tarefas, mas também orientam sua aplicação em contextos variados.
Primeiramente, é crucial distinguir entre tarefas-alvo e tarefas pedagógicas. As tarefas-alvo são aquelas que as pessoas realizam no dia a dia, como preencher um formulário no trabalho, escrever um e-mail ou pedir um café. Já as tarefas pedagógicas são adaptações simplificadas dessas atividades do mundo real, projetadas especificamente para o ambiente de sala de aula, com o objetivo de preparar o aluno para o uso autêntico da língua. Muitas vezes, uma tarefa pedagógica pode ser uma "sub-tarefa" de uma tarefa-alvo mais complexa, focando em um aspecto específico para facilitar o aprendizado.
Outra distinção importante reside no fluxo de informação: tarefas unidirecionais versus bidirecionais. Nas unidirecionais, um participante detém a maior parte ou toda a informação e é o principal responsável por transmiti-la, como ao dar direções. Nas bidirecionais, a colaboração é fundamental; todos os participantes precisam interagir e compartilhar informações para que a tarefa seja bem-sucedida, como no conhecido jogo de "achar as diferenças" entre duas imagens semelhantes, sem que elas sejam mostradas entre si.
A natureza do resultado da tarefa também as classifica em abertas ou fechadas. Tarefas abertas não possuem um único resultado predeterminado; os alunos têm liberdade para criar suas próprias soluções. Por outro lado, tarefas fechadas exigem que os participantes cheguem a uma solução específica e previamente definida, como identificar um número exato de diferenças.
Relacionado à questão do resultado, temos as tarefas convergentes e divergentes. Tarefas convergentes exigem que os participantes alcancem um acordo ou consenso sobre o resultado, como em uma tomada de decisão coletiva para alocar recursos. Já nas tarefas divergentes, o consenso não é obrigatório; elas incentivam a discussão e a exploração de múltiplas perspectivas sobre um tema, com o resultado sendo frequentemente uma lista de ideias ou sugestões.
Rod Ellis também introduziu a distinção entre tarefas focadas e não focadas. As tarefas focadas são desenhadas para eliciar o uso de uma característica linguística específica (por exemplo, fazer perguntas ou usar o presente perfeito), direcionando a atenção do aluno para aquela estrutura. As não focadas, por sua vez, não têm um foco linguístico predeterminado e tendem a promover o uso de uma gama mais ampla e natural de recursos linguísticos, como em uma negociação ou debate livre.
Finalmente, e particularmente relevante para o aprendizado da leitura, distinguimos entre tarefas baseadas em entrada e baseadas em saída. A maioria das tarefas tradicionais são baseadas em saída, exigindo que os alunos produzam a língua, seja falando ou escrevendo (como em role-plays ou composições). No entanto, as tarefas baseadas em entrada focam primariamente na compreensão – seja ouvindo (como em anúncios de aeroporto) ou lendo (como interpretar um texto para um projeto), sem a exigência de produção de linguagem. Embora os alunos possam naturalmente produzir alguma língua nessas tarefas, o objetivo principal é a compreensão da informação recebida.
Ao compreender essas dimensões, professores e alunos podem maximizar o potencial das tarefas pedagógicas, tornando o processo de aprendizado de línguas mais dinâmico, autêntico e alinhado aos objetivos específicos de cada contexto.