Sobre Einstein e sua Obra-Prima
Por: João G.
04 de Maio de 2019

Sobre Einstein e sua Obra-Prima

Física Ensino Médio Ensino Superior Física em Geral Física Moderna Mecânica Quântica

O fascínio global com figuras como Albert Einstein não é algo particular da nossa geração, muitas vezes tão perdida que busca refúgio na grandiosidade dos mártires da ciência. Não raro (e digo isso por experiência pessoal), há uma tremenda dificuldade em encontrar roupas ou adesivos que remetam aos feitos dos gigantes; ou esgotou ou não tem de um tamanho vestível. Assim, imagino, maravilhado e assombrado, o quão profundo é o nosso conhecimento sobre a ciência e se, de fato, algum dia, ainda iremos compreender integralmente teorias como a apresentada por Einstein e muitos outros.

A elegância dos saltos einsteinianos é passível de palmas. Isso pode ser facilmente aceito com a leitura de sua biografia, feita por Walter Isaacson. Aluno razoável, bom mas nunca excelente, insolente, contrário aos autoritarismos típicos da época, um homem de paz e criatividade. Esse era Einstein, figura central da teorida da relatividade (e aqui vou aglutinar a geral e a restrita em um mesmo pacote pois não é de minha intenção, pelo menos por hora, destrinchar as diferenciações), talvez a descoberta que mais instigou a comunidade científica no âmbito da concessão de um sentimento válido de horizontes ainda abertos a novos achados.

O mais interessante, no entanto, era a capacidade do "gênio com a língua de fora" de fazer os experimentos na sua própria mente; Einstein não era apaixonado por laboratórios, na verdade, os odiava. Tampouco era um excelente geômetra ou matemático, tendo que recorrer, em primordiais vezes, aos conhecimentos de seu ex-colega de classe na Politécnica de Zurique para se safar de alguma complicação ou muro algébrico. Desde pequeno, formando-se em escolas não-tradicionais, onde se prezava a imaginação e não teorização, Einstein sempre se perguntava como seria viajar ao lado de um raio de luz; tal questionamento o seguiu a vida inteira e foi se resolver apenas nos princípios do século XX. Desse cenário, surge a Teoria da Relatividade.

Não ocupando, nas palavras de Carlo Rovelli, "nem meia linha", Einstein descreveu o universo como molde, libertando-se da rigidez proposta por Isaac Newton séculos antes. A verdade de Albert vinha da proposta de planetas orbitando estrelas ( Terra e Sol, por exemplo) não pela força gravitacional que carrega corpos de menor massa no sentido dos de maior, mas sim por termos uma camada moldável que serve de manto para o deslocamento de planetas. A título de exemplo, imagine uma cama elástica, coloque uma bola de boliche - ou qualquer coisa bem pesada, para fazer o papel de Sol- no centro do brinquedo e adicione bolas de bilhar ou de gude - os planetas. Você vai observar que as bolas menores tendem a ser "puxadas" pela bola de boliche e isso faz com que elas se movimentem ao redor desta. Tal é o funcionamento do espaço, dos planetas e do universo em geral, para Einstein.

A teoria, portanto, pressupõe que o espaço é o campo gravitacional, fugindo do aspecto difusivo associado aos campos físicos em geral. Isso tem algumas implicações. A primeira descreve a luz não mais como retilínea, mas curvada pelo campo gravitacional. A segunda, e certamente interessante, é que o tempo passa mais rápido para quem está localizado em altitudes maiores do planeta Terra. Exemplo retirado do livro: dois gêmeos que passem anos separados, um morando ao nível do mar e o outro em um região de montanhas, este apresentará um estágio de velhice ligeiramente mais avançada que aquele. Um toque de genialidade pode, sim, alterar conceitos que julgamos sagrados e irrefutáveis. Albert Einstein não foi o irmão mais novo que destrói o quebra-cabeça do mais velho, Isaac Newton; ele foi a peça que estava faltando no complexo quebra-cabeça que Newton montava desde os séculos passados e que ninguém (ou melhor, quase ninguém) teve a audácia de remontar.

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