Essa semana na Química: Tinta invisível
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Por: Kelvin O.
05 de Novembro de 2017

Essa semana na Química: Tinta invisível

Química Pesquisa Ensino Médio Reações Químicas Química Inorgânica

    Olá amigos e ainda não amigos, tudo bem?

    Com o intuito de divulgar as inovações que borbadeiam o meio acadêmico na química eu vou vir por meio dessa série trazer semanalmente uma novidade pra vocês.

    Sherlock Holmes seria pego de calças curtas ao entrar em contato com um documento impresso com a tinta desenvolvida por Liang Li e colaboradores. Já há um tempo que existem grupos estudando a síntese de tintas invisíveis a partir de  materiais inteligentes, como os MOF's (metal-organic framework) contendo compostos coordenados com lantanídeos, entretanto uma limitação que ocorre nos antigos estudos é de que o material emite luz quando recebe radiação ultra-violeta. Ora bolas, uma lâmpada UV não é necessariamente cara, então para fins de documentos confidenciais essa tentativa de proteção se torna pouco eficaz.

    A novidade no trabalho de Li surgiu ao acaso, justamente numa síntese que eles supuseram que tinha ido por água abaixo. O que eles observaram foi que um nanocristal de perovskita altamente luminescente poderia ser convertido reversivelmente em um material não luminescente(um MOF não luminescente). Esse fenômeno intrigou os pesquisadores envolvidos que prontamente estudaram as reações envolvidas e a possibilidade de manter o nanocristal estável nem um suporte possibilitando sua aplicação como tinta.

    Eles diluíram esse nanocristal em uma solução contendo dimetilsulfóxido, etanol e etilenoglicol, podendo portanto inserir o líquido resultante em um cartucho, como o de uma impressora. Em um papel eles imprimiram textos, padrões e até mesmo um QR code com essa tinta, ao borrifar uma solução de n-butanol contendo brometo de metilamonio, a tinta tornou-se luminescente por alguns minutos. Ao emergir o papel em metanol por 10 minutos pra destruir as moléculas luminescentes, e borrifar novamente a solução com n-butanol o texto se revelou novamente. O ciclo foi testado por 20 vezes e não foi notado nenhum tipo de deterioração na mensagem exibida.

    Li afirma que o nanocristal diluído nos solventes citados é altamente estável e que o único entrave pra uma aplicação em grande escala hoje é de que o MOF percursor utilizado possui chumbo, portanto com o avanço na tecnologia desses MOF's poderemos escrever secretamente além daquelas saudosas baforadas em um vidro limpo com palavras que não cabem nesse artigo.

    E vocês o que acham dessa novidade?

 

C Zhang et al, Nat. Commun., 2017

Kelvin O.
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Guarulhos / SP
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