A linguagem de uma criança começa a se formar logo nos primeiros instantes da vida dela: ouvindo as vozes da mãe, de pessoas próximas; assimilando cheiros e cores a significados; aprendendo como formar fonemas e aplicá-los para suas necessidades... até que a fala surja, até que as primeiras palavras sejam emitidas e tornem esse signifcado mais completo e mais necessário.
Ao longo do desenvolvimento da linguagem oral da criança, alguns "erros" podem acontecer: as chamadas trocas fonológicas. E estas trocas podem ser de diversas ordens, acontecem de diferentes maneiras. Como a linguagem segue um padrão para se desenvolver, alguns sons tendem a ser aprendidos mais tardiamente; outros, porém, tomam o lugar de seus correlatos e causam as trocas que ouvimos e não estamos acostumados a lidar.
Até aí, tudo bem, pois a terapia fonoaudiológica pode auxiliar e mostrar o caminho correto para aquela criança aprender e colocar os sons corretamente. Mas, e depois? Pode existir algum reflexo sobre essas trocas? A resposta é: sim.
Os processos fonológicos incorretos de uma criança podem atrapalhar o desenvolvimento da alfabetização da mesma, gerando maiores efeitos em todo o processo de leitura e escrita que ela vai atravessar. Estudos mostram que crianças com dislexia do desenvolvimento apresentam um déficit nas habiidades fonológicas, e estas mesmas crianças apresentaram, em seu histórico, dificuldades de fala.
Portanto, tratar a dificildade na fala da criança não é apenas a fala, mas sim todo o processo de aprendizagem que ela receberá em seguida.