Vinte Mil Léguas: Podcast de Ciências
em 07 de Outubro de 2020
Oi pessoal. Tudo bem? Li uma matéria muito interessante sobre a grande extinção da biodiversidade que está em curso devido a ação predatória da própria humanidade. Fiz um recorte dos trechos que achei mais fundamentais da entrevista da National Geographic Brasil com a jornalista Elizabeth Kolbert, autora do livro A Sexta Extinção: Uma História Não Natural, ganhadora do Prêmio Pulitzer em 2015 na categoria não-ficção geral.
Não se esqueçam de conferir a entrevista completa em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/meio-ambiente/humanos-sobreviverao-sexta-grande-extincao
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O componente humano desta história - o fato de que parecemos ser responsáveis pela sexta extinção - quais são algumas das melhores evidências para nosso envolvimento?
Eu não acho que haja qualquer disputa de que somos responsáveis pelas elevadas taxas de extinção que vemos agora. Há poucas, se alguma, extinções que conhecemos nos últimos 100 anos que teriam ocorrido sem a atividade humana. Eu nunca ouvi alguém argumentar, "oh, taxas de extinção, isso é apenas uma coisa natural que teria acontecido com ou sem humanos." É simplesmente impossível discutir isso.
Se estamos puxando o gatilho, com que carregamos a arma?
Existem milhares e milhares de artigos científicos que foram escritos sobre isso. Nós a carregamos simplesmente caçando. Trouxemos espécies invasoras. Estamos agora mudando o clima, muito, muito rapidamente, por padrões geológicos. Estamos mudando a química de todos os oceanos. Estamos mudando a superfície do planeta. Cortamos florestas, plantamos a agricultura monocultura, o que não é bom para muitas espécies. Fazemos sobrepesca. A lista continua.
Não há escassez de projéteis. Temos um arsenal muito grande agora.
Será que os seres humanos serão vítimas de sua própria extinção em massa?
Eu não quero afirmar que não podemos sobreviver à perda de muitas, muitas espécies. Nós já provamos que podemos. Somos muito flexíveis. Mas eu acho que o resultado é algo que você não gostaria de descobrir.
Há duas perguntas que surgem: Uma é: OK, apenas porque nós sobrevivemos à perda de X número de espécies, podemos nos manter na mesma trajetória, ou nós eventualmente ponderamos os sistemas que mantêm os povos vivos? Essa é uma pergunta muito grande e incrivelmente séria.
E depois há outra pergunta. Mesmo que nós possamos sobreviver, é esse o o mundo onde se quer viver? É esse o mundo que você quer que todas as futuras gerações de seres humanos vivam? Essa é uma pergunta diferente. Mas ambas são extremamente sérias. Eu diria que elas realmente não poderiam ser mais grave.