Energia Sustentável

Nos tempos atuais a palavra da vez é sustentabilidade. Não é para menos considerando o esgotamento dos recursos naturais e a constante ameaça do aquecimento global. Ao mesmo tempo, vivemos uma era de globalização e de desenvolvimento tecnológico que quase sempre vai na direção oposta da
sustentabilidade.

Talvez por esse fato, grande parte das pesquisas em desenvolvimento sustentável estão concentradas nos trabalhos com fontes de energias renováveis que, de forma limpa e de baixo custo, possam suprir a necessidade energética de um mundo cada vez mais dependente das tecnologias e, por consequência, com uma necessidade cada vez maior de energia.

Uma dessas energias renováveis, a energia eólica, é baseada na transformação da energia mecânica produzida pelas turbinas eólicas em energia elétrica. Esse recurso é explorado a mais de 20 anos no Brasil mas, é com a ajuda de recentes pesquisas sobre a utilização de supercondutores em usinas eólicas, feitas na Alemanha, que podemos presenciar uma verdadeira revolução energética.

Os supercondutores são materiais que não oferecem quase nenhuma resistência à passagem de corrente elétrica, ou seja, não há perdas de energia na condução da eletricidade. Com fios de cobre essa perda ultrapassa os 10% somente nas redes de distribuição! Tal fato está relacionado com o atrito que a corrente elétrica sofre ao passar por esse material. Sua temperatura aumenta como consequência de que parte da energia elétrica é dissipada na forma de energia térmica. Além disso, diferente do cobre que precisa de constante manutenção e tem pouca durabilidade, os supercondutores são capazes de transmitir e armazenar muito mais energia e duram por mais tempo.

Além de contribuir na geração de energia, os supercondutores podem ser a esperança do setor de transporte urbano. Isso porque uma de suas características mais notáveis é o Efeito Meissner, a propriedade de não permitir que um campo magnético externo adentre no material. Esse efeito, apesar de complexo, traz uma aplicação popular conhecida como levitação magnética, que é a base do funcionamento dos trens de alta velocidade, já em operação em alguns lugares do mundo. Devido à levitação por causa do magnetismo, não há contato entre o veículo e a linha, de forma que ele pode alcançar altas velocidades com baixíssimo consumo de energia.

O fenômeno da supercondutividade é estudado já a muito tempo, inclusive no Brasil, mas a produção de supercondutores é mais recente e ainda não pode suprir a necessidade real para esses fins. Espera- se que, a medida que compreendamos melhor esses materiais e aperfeiçoemos a sua utilização, sua demanda aumente, tornando-o o precursor de uma nova era no que se refere a energia sustentável.