Moisés S.

O valor da hora/aula depende da necessidade do aluno e da quantidade de aulas que precisar.

Temas paralelos que permeiam nossas analises são os que se relacionam com as questões ambientais, de memória e patrimônio histórico e cultural, museu, identidades, pensamento político e social. O que nos move como professor e historiador é a vontade de entender e ter interpretações para a sociedade brasileira e mundial, esclarecer com isso questões que permeiam nossa relação atual com o tempo.

Graduei-me em História pela UNESP Campus de Assis. Na graduação realizei pesquisa de Iniciação Científica sobre as relações de trabalho nas primeiras tentativas de substituição do trabalho escravo para o trabalho livre em meados do século XIX. O objetivo era entender as relações contratuais entre colonos imigrantes europeus e os cafeicultores no espaço que compreende o oeste paulista. O pano de fundo de nossas analises era entender como se deu a formação do pensamento imigrantista no período de transição do trabalho escravo para o livre.
Nossas fontes para o entendimento dos objetivos foram, os contratos, textos de autores da época e o relato, em forma de livro, do ex-colono Thomas Davatz. O livro de Davatz fora publicado na Suíça, como o título, Memórias de um colono no Brasil. Neste livro Davatz relata, a partir do olhar do colono, como ocorreram essas primeiras tentativas de uso do trabalho livre. Narra a revolta da qual foi líder.
Após a graduação, realizamos uma Especialização em Antropologia na Universidade do Sagrado Coração USC, Bauru. Nossa pesquisa tratou de analisar como foi o processo de imigração japonesa na região da Alta Paulista. Nosso foco se deu na cidade de Duartina. Nosso objetivo foi o de compreender como se deu a organização familiar japonesa na frente de expansão cafeeira da Alta Paulista. A partir da perspectiva que o estudo das relações de gênero abriu e articulando as análises às premissas antropológicas, foi possível entender, por uma nova ótica, as práticas de cada individuo pesquisado, na organização familiar do imigrante e descendente de imigrante japonês. Foi possível entender as posições ocupadas na estrutura familiar e como a preocupação com a tradição incutiu a necessidade de coesão familiar e com isso a necessidade de ordenar as práticas familiares a partir da tradição. Os novos espaços dimensionaram a organização pontuando a permanência e a transformação da família do colono japonês.
Atualmente realizamos mestrado em História na Universidade Federal de São Paulo/UNIFESP. O objetivo desta pesquisa é analisar o pensamento e as ações políticas do médico, ativista político e pensador francês Louis Couty sobre o problema da mão de obra e a constituição do povo no Império do Brasil. Entender suas relações problematizando sua interlocução e convergência de suas teses com a construção de projetos reformistas que visavam um Brasil moderno a partir da imigração européia. Louis Couty viveu no Brasil, no contexto da crise da escravidão e do regime monárquico, período de intensos e decisivos debates sobre os destinos do regime político, da formação da nacionalidade brasileira e o próprio destino do país. Nosso foco principal é refletir a maneira como os escritos de Louis Couty expressam alguns temas fundamentais do debate do final do século XIX como a questão do trabalho, da formação do povo e a concepção da identidade nacional, travejados por algumas especificidades: sua interlocução, como mediador cultural, nas redes institucionais do Império, em particular a Sociedade Auxiliadora da Indústria Nacional, a Sociedade Central de Imigração e as associações científicas ligadas ao saber médico e sua divulgação. Pensamos que a ênfase na relação entre seus escritos e suas ações na esfera pública, permitirá alargar e enriquecer a compreensão do papel de Louis Couty em seu próprio tempo e das incorporações de seus escritos e de seu pensamento nas décadas posteriores. Desse modo, interessa-nos particularmente a discussão que esse autor faz do processo de abolição da escravidão, a utilização do trabalhador imigrante e sua visão do trabalhador nacional livre, em conexão com a ideia de formação do “povo”.