Autoimagem segundo a Relatividade Linguística
Por: Pedro S.
02 de Maio de 2018

Autoimagem segundo a Relatividade Linguística

Lingüística e Psicologia

Psicologia Teoria Geral da Psicologia

Relativamente à outras partes da linguística, a hipótese de Sapir-Whorf é bem conhecida. Talvez pelo seu simples enunciado de que a língua que se fala altera a forma de pensar de seu falante. Porém, em se tratar de uma hipótese teórica, tal enunciado é vago. E, assim sendo, um tratamento mais formal é preciso.

Embora tenha sido a hipótese nomeada após Edward Sapir e Benjamin Whorf, a ideia fora há muito discussão entre linguistas como Wilhelm Von Humboldt e filósofos como Nietzsche.

Por partido de Worf, a hipótese - por ele chamada de Princípio da Relatividade Linguística - trás aspectos mais profundos para análise. Primeiramente, duas possibilidades são apresentadas à sua definição. A primeira, determinista: enuncia que a linguagem determina o pensamento. A segunda, relativista: diz que a linguagem apenas o afeta. Mas embora a determinista seja uma versão mais forte que a segunda, não há evidências experimentais com equivalente força para preferi-la .

Em sua obra conjunta com o filósofo Alfred Whitehead, "Principia Mathematica"; o lógico Bertrand Russell discorre sobre a motivação de postular uma teoria: "A auto-evidência nunca é mais do que uma parte da razão para aceitar um axioma, e nunca é indispensável. A razão para aceitar um axioma, como para aceitar qualquer outra proposição, é sempre de caráter indutivo, ou seja, que muitas proposições quase indubitáveis ​​podem ser deduzidas a partir dela, e que não se sabe de maneira igualmente plausível por que essas proposições poderiam ser verdadeiras se o Axioma fosse falso, e nada que seja provavelmente falso pode ser deduzido dele."(Whitehead & Russel, 1963) Entende-se, aqui, axioma como um princípio de uma teoria. Engenheiro Químico formado pelo MIT, Whorf mostra em seu trabalho um caráter lógico comum ao da asserção acima. Aliás, é notável seu apreço pelo o que pode ou não ser derivado de seu princípio.(Whorf, 1971) Assim sendo, Whorf prefere a necessidade à suficiência, refinando os princípios e deduzindo a Teoria Complexa de Whorf.(Lee, 1996)

Tal teoria estabelece que as estruturas conceituais e perceptivas são ambas afetadas pela linguagem. É comum que em análise sensorial, somente pessoas treinadas e acostumadas consigam perceber certas características físicas de um produto. E é somente treinando essas habilidades que se pode apurá-las. Mas compreendê-las, processá-las é possível somente através da linguagem. Isso dá abertura a estudos mais modernos que garantem a existência de versões do Relativismo Linguístico.

Em um artigo de 2011, o físico Leonid Perlovsky discorre sobre a versão emocional da hipótese de Sapir-Worf. Mas além disso, organiza a hipótese de forma a mostrar um funcionamento mais geral da linguagem. Ele afirma que a língua falada afeta não somente a forma de pensar, mas também a emoção de seu falante. A ideia de que, para a língua, o emocional é conjugado inversamente do seu nível lógico, ("A reduzida emoção na fala é necessária para a evolução da língua, mas se muito reduzida, a língua se torna "irrelevante à vida", desconectada dos sentidos sensoriais") abre caminho para a sugestão do autor: conceitos estão para a semântica e morfologia enquanto o fator emocional da língua está para a sintaxe. Então, em algum sentido, por consequência, a semântica é conjugada inversa da sintaxe, logo, não sendo diretas umas às outras, suas implicações na mente humana devem ser distintas.

Ademais, Perlovsky relaciona a linguagem com a língua de forma a colocar em evidência a cultura do falante. Toda ciência permite a previsão de dados experimentáveis, porém com a utilização de modelos matemáticos, a previsão se torna muito mais apurada e precisa. Perlovsky dispõe-se disso para prever três configurações principais de sociedades: conceitual, tradicional-emocional, multi-cultural. A primeira, típica de culturas pragmáticas apresenta uma baixa emocionalidade com resultado de uma rápida desenvolvimento, porém ao preço de crises internas, e incertezas sobre valores. A segunda, com um balanço entre razão e emoção, trás estabilidade, porém ao preço de um desenvolvimento estagnado. E a última que aparentemente se mostra mais eficiente, pois combina diversas culturas e o resultado é somente os lados positivos das outras duas. Isso, devido ao fato de que os conceitos (semântica e morfologia) são transferíveis de uma cultura para a outra, mas a emocionalidade (sintaxe) em grande parte não o é.

Tomemos como hipótese tudo até então. Especificando o indivíduo de uma cultura dialogando consigo mesmo, notória é a falta de estrutura sintática para uma conversa desse tipo. Chamemos-a de diálogo interno. Imperativo, vocativo e outras estruturas não existem para primeira pessoa. A desviar desse problema, criamos diálogos internos em segunda pessoa, onde somos obrigados a nos externalizar para podermos usar tais estruturas. Embora funcione semanticamente (sem danos aos conceitos), não nos percebemos sintaticamente e, talvez, emocionalmente como nós mesmos. E como em um diálogo interno, o conceito é o objetivo, sendo ele satisfeito, estamos satisfeitos. Porém, talvez não percebemos o potencial equívoco que sentimos ao sermos nós mesmos.

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em 3 de maio de 2018

Provavelmente os indígenas tem isso bem estruturado na lingua deles... Eles falam de uma forma como se parecesse não haver "estrutura" pra usar no portugues qie tem em suas limguas.

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