Educação e Spinoza:
em 29 de Outubro de 2018
Eis que em dois mil e dezesseis vivemos o fim do mundo. Sim, é realmente o fim! Não há mais conforto em certas formas de lidar com a educação e com a aprendizagem. Se lembrarmos do mundo educativo há cerca de trinta e poucos anos atrás, em uma sala de aula de alguma escola do antigo segundo grau, hoje ensino médio, o professor, praticamente a única fonte de informações disponível, expunha seu conteúdo e para que o mesmo fosse ainda mais absorvido, lançava um trabalho para casa. “Tragam na próxima semana um trabalho em folha de papel almaço pautada com no mínimo quatro páginas sobre o assunto da aula de hoje. Façam a capa do trabalho com folha do mesmo papel sem pauta”. Brado ouvido frequentemente naquela época. Alunos e alunas buscavam suas fontes onde havia informação disponível e que geralmente estavam ou em revistas e jornais que tinham em casa, ou nas enciclopédias compradas com muito sacrifício onde esse luxo era possível ou ainda e por fim, na biblioteca da cidade. No dia marcado lá estavam várias e várias folhas de papel cheias de conhecimentos para o professor avaliar e comprovar a absorção mais efetiva do conhecimento.
De lá para cá algumas mudanças ocorreram e gostaria de expor duas que foram mais impactantes para nossas relações de aprendizagem. A primeira está relacionada a forma de acesso à informação e acaba por influenciar diretamente a segunda que é a forma de abordagem, o método. Pois bem que nos últimos anos nossa rede de informações ampliou-se assustadoramente e as revistas, os jornais, TVs, rádios e bibliotecas ganharam a companhia da grande rede mundial denominada WWW (world wide web) sistema em hipermídia, que é a reunião de várias mídias interligadas por sistemas eletrônicos de comunicação e executadas na Internet. A tradução literal de world wide web é "teia em todo o mundo" ou "teia do tamanho do mundo", e indica a potencialidade da internet, capaz de conectar o mundo, como se fosse uma teia. E agora? A escola vê-se emaranhada, envolvida e as vezes julga-se covardemente “presa” nessa teia de informação e conhecimento com características rizomáticas e que a coloca em “cheque”, logo ela, a raiz do conhecimento. Como assim? Como assim o professor não ser mais a única fonte de informação dos alunos? Como lidar com essa transformação que não marcou hora e muito menos mandou aviso de chegada? Que adentrou sem bater à porta ou muito menos pediu licença? Eis que é o fim do mundo do professor transmissor uni metodológico onde a escola, perfeitamente adaptada, espanta-se com a chegada das NTIC (novas tecnologias de informação e comunicação). A mesma escola que mesmo sem muito querer, vê-se diante de um caminho sem volta e inicia “à toque de caixa” o processo de adaptação, incluindo aí a recepção ao professor que media e que tece saberes e fazeres de forma multi metodológica com o apoio das NTIC.
Sandro, ainda bem que o professor não é mais a fonte principal de informação! Ele deve facilitar o aprendizado e indicar caminhos (talvez?). Mas não ter um super poder de controlar o que deve ou não ser aprendido. O conhecimento está finalmente (um pouco) mais acessível através da internet.
Concordo.