A Doença Renal Aguda (DRA), também denominada Lesão Renal Aguda, consiste em uma síndrome clínica caracterizada pela redução abrupta da função renal, ocorrendo ao longo de horas ou dias, com consequente incapacidade dos rins de manter a homeostase hidroeletrolítica, ácido-base e a adequada excreção de metabólitos nitrogenados.
No contexto acadêmico e médico, a DRA é classificada etiologicamente em pré-renal, renal intrínseca e pós-renal. A forma pré-renal decorre da diminuição da perfusão sanguínea renal, frequentemente associada a estados de hipovolemia, insuficiência cardíaca ou choque. A DRA intrínseca resulta de lesões estruturais do parênquima renal, como a necrose tubular aguda, glomerulopatias ou exposição a agentes nefrotóxicos. Já a DRA pós-renal está relacionada à obstrução do fluxo urinário em qualquer segmento do trato urinário.
Do ponto de vista clínico-laboratorial, a DRA manifesta-se por elevação progressiva da creatinina sérica, redução do débito urinário e alterações eletrolíticas, com destaque para a hipercalemia e a acidose metabólica. O reconhecimento precoce e a intervenção terapêutica adequada são fundamentais, uma vez que a DRA apresenta potencial de reversibilidade; contudo, quando não tratada de forma oportuna, pode evoluir para complicações sistêmicas, aumento da morbimortalidade e progressão para doença renal crônica.