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Letras Vestibular Gramática
Abriu a porta de casa. A sala era grande, quadrada, as maçanetas brilhavam limpas, os vidros da janela brilhavam, a lâmpada brilhava - que nova terra era essa? E por um instante a vida sadia que levara até agora pareceu-lhe um modo moralmente louco de viver. O menino que se aproximou correndo era um ser de pernas compridas e rosto igual ao seu, que corria e a abraçava. Apertouo com força, com espanto. Protegia-se trêmula. Porque a vida era periclitante. Ela amava o mundo, amava o que fora criado - amava com nojo. Do mesmo modo como sempre fora fascinada pelas ostras, com aquele vago sentimento de asco que a aproximação da verdade lhe provocava, avisando-a. Abraçou o filho, quase a ponto de machucá-lo. Como se soubesse de um mal - o cego ou o belo Jardim Botânico? - agarrava-se a ele, a quem queria acima de tudo. Fora atingida pelo demônio da fé. A vida é horrível, disselhe baixo, faminta. O que faria se seguisse o chamado do cego? Iria sozinha... LISPECTOR, C., Amor in Laços de Família. Os textos são complexas redes, tecidas de significantes e significados, às quais se atam os nós da coesão. Considerando o trecho acima, a respeito dos elementos chamados coesivos, é possível afirmar que a) a ausência de conjunção unindo os dois primeiros períodos do excerto acima serviria como prova de que não existe coesão entre eles. b) o paralelismo sintático em “O menino que se aproximou correndo” seria corrigido substituindo “que se aproximou” por “se aproximando”. c) a subordinada adverbial “Porque a vida era periclitante” poderia ser lida como causa tanto do seu período anterior quanto do posterior. d) o pronome “ele”, em “agarrava-se a ele”, retomaria anaforicamente o substantivo “mal”, da oração “Como se soubesse de um mal”. e) o sujeito elíptico do verbo “Fora”, em “Fora atingida pelo demônio da fé”, anteciparia cataforicamente a “vida”, em “A vida é horrível”.
Foto de Eliana C.
Eliana perguntou há 5 anos