Me explique por favor cada alternativa!
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Abriu a porta de casa. A sala era grande, quadrada, as maçanetas
brilhavam limpas, os vidros da janela brilhavam, a lâmpada
brilhava - que nova terra era essa? E por um instante a vida sadia
que levara até agora pareceu-lhe um modo moralmente louco de
viver. O menino que se aproximou correndo era um ser de pernas
compridas e rosto igual ao seu, que corria e a abraçava. Apertouo com força, com espanto. Protegia-se trêmula. Porque a vida era
periclitante. Ela amava o mundo, amava o que fora criado - amava
com nojo. Do mesmo modo como sempre fora fascinada pelas
ostras, com aquele vago sentimento de asco que a aproximação
da verdade lhe provocava, avisando-a. Abraçou o filho, quase a
ponto de machucá-lo. Como se soubesse de um mal - o cego ou o
belo Jardim Botânico? - agarrava-se a ele, a quem queria acima
de tudo. Fora atingida pelo demônio da fé. A vida é horrível, disselhe baixo, faminta. O que faria se seguisse o chamado do cego?
Iria sozinha...
LISPECTOR, C., Amor in Laços de Família.
Os textos são complexas redes, tecidas de significantes e
significados, às quais se atam os nós da coesão. Considerando o
trecho acima, a respeito dos elementos chamados coesivos, é
possível afirmar que
a) a ausência de conjunção unindo os dois primeiros períodos do
excerto acima serviria como prova de que não existe coesão entre
eles.
b) o paralelismo sintático em “O menino que se aproximou
correndo” seria corrigido substituindo “que se aproximou” por “se
aproximando”.
c) a subordinada adverbial “Porque a vida era periclitante” poderia
ser lida como causa tanto do seu período anterior quanto do
posterior.
d) o pronome “ele”, em “agarrava-se a ele”,
retomaria anaforicamente o substantivo “mal”, da oração “Como se
soubesse de um mal”.
e) o sujeito elíptico do verbo “Fora”, em “Fora atingida
pelo demônio da fé”, anteciparia cataforicamente a “vida”, em “A
vida é horrível”.