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Características da língua

Texto 1:

 

“Isto é, a língua, por um lado, é provida de uma dimensão imanente, aquela própria do sistema em si mesmo, do sistema autônomo, em potencialidade, conjunto de recursos disponíveis; algo pronto para ser ativado pelos sujeitos, quando necessário. Por outro lado, a língua comporta a dimensão de sistema em uso, do sistema preso à realidade histórico-social do povo, brecha por onde entra a heterogeneidade das pessoas e dos grupos sociais, com suas individualidades, concepções, histórias, interesses e pretensões. Uma língua que, mesmo na condição de sistema, continua fazendo-se, construindo-se.”

 

(ANTUNES, Irandé. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola Editorial, 2009,p. 21)

 

Texto 2:

 

Retrato do artista quando coisa

 

A menina apareceu grávida de um gavião.

Veio falou para a mãe: o gavião me desmoçou.

A mãe disse: você vai parir uma árvore para

A gente comer goiaba nela.

E comeram goiaba.

Naquele tempo de dantes não havia limites para ser.

Se a gente encostava em ser ave ganhava o poder de alçar.

Se a gente falasse a partir de um córrego a gente pegava murmúrios.

Não havia comportamento de estar.

Urubus conversavam sobre auroras.

Pessoas viravam árvore.

Pedras viravam rouxinóis.

Depois veio a ordem das coisas e as pedras

Têm que rolar seu destino de pedra para o resto

dos tempos.

Só as palavras não foram castigadas com a ordem natural das coisas.

As palavras continuam com seus deslimites.

Nas suas conchas puras?

(BARROS, M. Retrato do Artista Quando Coisa. Rio de Janeiro: Record, 1999, p. 77)

Para cumprir a tarefa:

Leia os textos anteriores;

Relacione ambos os textos e explique o que você entendeu das características da língua

Matemática Ensino Médio
1 resposta
Professor Samuel S.
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A partir dos textos apresentados, é possível observar algumas características da língua. No primeiro texto, de Irandé Antunes, a língua é descrita como possuindo duas dimensões: a dimensão imanente e a dimensão em uso. A dimensão imanente refere-se ao sistema da língua em si, como um conjunto de recursos disponíveis e prontos para serem ativados pelos falantes quando necessário. É uma potencialidade, um conjunto de regras e estruturas que compõem a língua.

Por outro lado, a língua também comporta a dimensão em uso, que está ligada à realidade histórico-social do povo. Nessa dimensão, a heterogeneidade das pessoas e dos grupos sociais entra em jogo, trazendo consigo suas individualidades, concepções, histórias, interesses e pretensões. Isso significa que a língua não é um sistema estático, mas sim algo que se constrói e faz-se constantemente através da interação dos falantes com a realidade em que estão inseridos.

No segundo texto, de Manoel de Barros, há uma valorização da liberdade e da criatividade da linguagem. O texto apresenta uma atmosfera poética, em que as palavras são descritas como mantendo seus "deslimites" e não sendo castigadas com a ordem natural das coisas. Essa liberdade da linguagem é retratada através de metáforas e imagens poéticas, em que as palavras têm a capacidade de criar um mundo onde as pedras podem se transformar em rouxinóis e as pessoas em árvores.

Dessa forma, a língua é vista como um sistema vivo, em constante transformação e influenciado pelas experiências individuais e coletivas dos falantes. Ela possui uma estrutura interna, mas também é flexível e adaptável às necessidades e contextos sociais. Além disso, a linguagem é valorizada como um meio de expressão criativo, capaz de ultrapassar os limites da realidade e abrir caminho para novas possibilidades de significação.

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