O Livro e a América

Ao Grêmio Literário

[...]
Por uma fatalidade
Dessas que descem de além,
O seculo, que viu Colombo,
Viu Gutenberg também.
Quando no tosco estaleiro
Da Alemanha o velho obreiro
A ave da imprensa gerou...
O Genovês salta os mares...
Busca um ninho entre os palmares
E a pátria da imprensa achou...

Por isso na impaciência
Desta sede de saber,
Como as aves do deserto —
As almas buscam beber...
Oh! Bendito o que semeia
Livros... livros à mão cheia...
E manda o povo pensar!
O livro caindo n’alma
É germe — que faz a palma,
É chuva — que faz o mar.
Um dos aspectos mais relevantes do movimento literário conhecido como Condoreirismo – em referência à ave condor – é visível na materialidade dos escritos da época. Nesse poema de Castro Alves, esse aspecto é nitidamente demonstrado pelo 

(A) conceito simplista com que relaciona as palavras “Gutenberg”, “imprensa” e “livro”.
(B) enaltecimento da natureza, já que estão presentes elementos como aves, ninho, mares etc.
(C) conceito de liberdade, uma vez que o excerto faz referência ao livro como elemento libertador para as almas.
(D) aspecto saudosista com que o autor trata da questão de produção dos livros e da imprensa, chamando-a, inclusive, de fatalidade.
(E) enfoque mecanicista do homem, uma vez que, com o surgimento da prensa de Gutenberg, inicia-se um processo de expansão industrial.