O papel dos professores no ensino da programação
Por: Vinicius S.
08 de Abril de 2020

O papel dos professores no ensino da programação

Se você acha que programar é "chato", talvez você só tenha aprendido com o professor errado

Computação Programação Ensino superior

programar não é chato

Esse artigo foi originalmente publicado em nosso blog

 

1- Programar é chato?

Responder a essa pergunta é bastante difícil, visto que existem diversos fatores que influenciam a resposta. De forma geral, o processo de aprendizado é sempre algo difícil de realizar independentemente da área de atuação. No entanto, posso afirmar com total convicção que quando sua curiosidade e vontade de criar é maior que a sua preguiça, as coisas começam a caminhar na direção correta. 

Se eu fosse resumir a programação em poucas palavras eu diria que é: "a arte de resolver problemas". Parece meio "cliche", mas acredite, saber codificar te leva a um outro nível de eficiência na resolução de problemas. Você pode utilizar a computação para resolver um problema simples do seu tio, que tem uma loja de doces, a simplesmente fazer uma planilha de vendas e descobrir seu faturamento. No entanto, você também pode resolver problemas mais complexos, ser um empreendedor do ramo e ganhar milhões. 

Minha intenção nesse artigo é esclarecer, apenas, se programar é chato. A minha resposta é bem vaga: depende. A seguir, eu reuni os dois principais fatores que influenciam nessa resposta.

2- O aluno

O aluno de computação é o principal ator no processo de aprendizado da programação. Portanto, um aluno que não possui nenhuma afinidade com lógica e matemática, evidentemente, terá mais dificuldade ao aprender. Porém, a peça chave aqui não é ter dificuldade, mas sim, o nível de satisfação que o aluno tem ao aprender o assunto. 

Minha experiência no primeiro contato com a programação foi algo desafiador, mas isso não tornou a experiência ruim.  Muito pelo contrário, tornou a experiência tão empolgante que eu passava de 8 a 12 horas por dia vidrado em resolver problemas. 

Qual a motivação para isso? 

Dinheiro? - Definitivamente, não. Naquela época, não ganhei 1 real com aquilo.

Resolver problemas do dia-a-dia? - Também não, dado que no começo do aprendizado ninguém resolve um problema do cotidiano, mas sim, problemas matemáticos como números primos etc.

A resposta para essa pergunta é: prazer.

Sim, eu sentia prazer, tesão, vontade, desejo de resolver aqueles problemas. Não por que eu iria ganhar algo com aquilo, mas pelo simples prazer de fechar o arquivo e dizer: "pronto, esse eu consegui". Então, se você se motiva a estudar buscando ganhar dinheiro, ou simplesmente para resolver problemas do dia-a-dia, isso não é errado. Porém, essas motivações podem facilmente te frustrar quando você receber uma proposta de emprego de 1500 reais + vale alimentação, ou então, quando você perceber a complexidade do processo de produção de softwares que realmente resolvem problemas do dia-a-dia. 

2- Professor

Muitos professores não sonham em ensinar outras pessoas, gostariam de apenas executar o trabalho como pesquisadores ou então auxiliando empresas. Um professor que se frustrou em sua carreira pode causar danos irreparáveis aos alunos de ciência da computação.

Coloco aqui minha crítica ao sistema de ensino, no qual muitas vezes obriga o profissional a lecionar, mesmo que seu foco dentro da Universidade seja a pesquisa. Entretanto, também registro minha crítica para aqueles profissionais que não se importam com o ensino, ou seja, aqueles professores que sentam em sua mesa, colocam uma atividade no ambiente virtual e acreditam que o aluno vai adorar aquela "aula". Esses profissionais fazem o trabalho tão mal feito, que traumatizam e frustram as pessoas ao ponto de retirar todo o prazer que o aluno poderia ter ao estudar o assunto.  Em oposição a esses profissionais, existem professores maravilhosos que ensinam com paixão e mostram o assunto com tanta fluidez, que tudo faz sentido.

Você não precisa ser o professor palhaço, fazendo piadinhas e cantando músicas para memorizar fórmulas, você também não precisa ser o professor que tem habilidades sobrenaturais de programação. A única coisa que você precisa ter é carinho com os estudantes.

Carinho? Como assim?

Carinho, é, simplesmente, se importar com o aluno, ter empatia.

Mostre isso ao preparar seus slides e colocar no meio deles uma lista de filmes legais que você assistiu sobre o assunto. Carinho é você também não tornar sua aula um momento de martírio para os alunos, exigindo 1001 exercícios. Carinho é trazer atividades que atacam exatamente o ponto que você quer ensinar. Carinho é você saber que programar pode ser divertido, mas depende de você, professor. 

Lidar com infinitas variáveis de uma sala de aula não é fácil e inevitavelmente você vai precisar reformular o conteúdo, adaptar de acordo com a necessidade e interesse de cada turma. Contudo, saiba que você estará cultivando em seus alunos o amor por aprender.

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