Casos clínicos de Imunologia
Por: Vinícius P.
07 de Abril de 2021

Casos clínicos de Imunologia

Hipotireoidismo e Câncer de Próstata

Medicina Patologia Imunologia Curso superior

Caso clínico 1

Paciente: J. A. B. C.

Data de nascimento: 01/02/1989

Sexo: Masculino

Tabela 1: Exame TSH realizado pelo paciente J. A. B. C.

Método

Material

Resultado

Valor de referência

ELISA

Soro

12,4 µUI/mL

0,27 a 4,2 µUI/mL

Fonte: LABOR, 2014

 

Com base no resultado do exame de TSH o paciente apresenta hipotireoidismo, em que há predomínio no aumento nos níveis séricos do hormônio.

O TSH (hormônio de estimulação da tireóide) é um hormônio pertencente à família dos hormônios glicoproteicos, que inclui o hormônio luteinizante (LH), o folículo estimulante (FSH) e a gonadotrofina coriônica humana (HCG). Ele compartilha com essa família a mesma sub-unidade alfa, tendo uma sub-unidade beta específica (SPENCER et al, 1990).

Os hormônios da tireoide são reguladores chave do metabolismo e do desenvolvimento e são conhecidos por seus efeitos pleiotrópicos em diferentes órgãos. A glândula tireoide sintetiza e libera triiodotironina (T3 ) e tiroxina (T4 ), que representam os únicos hormônios compostos de iodo nos vertebrados. O T4 é o principal produto da secreção tireoidiana e a deiodinação em tecidos periféricos produz o T3, que é o hormônio biologicamente ativo. T3 e T4 estão ligados à tireoglobulina, que promove uma matriz para a síntese e um veículo para seu subsequente estoque na tireoide (BRABANT et al, 1990).

A produção dos hormônios tireoidianos é controlada pelo TSH sintetizado pela parte anterior da glândula hipófise em resposta ao hormônio liberador da tireotrofina (TRH), secretado pelo hipotálamo. T3 e T4 livres ou não ligados à proteína fazem um feedback negativo na síntese e liberação de TSH e TRH, mantendo assim os níveis circulantes de hormônios tireoidianos dentro dos valores normais (HERSHMAN et al, 1993).

As ações dos hormônios tireoidianos são iniciadas com a interação dos receptores tireoidianos (RT), que pertencem a uma grande família de receptores nucleares, na qual se incluem: receptores sexuais, receptores de vitamina D e receptores de ácido retinóico (RAUEN et al, 2011).

Variações na concentração sérica de TSH podem ser atribuídas a uma secreção pulsátil e a liberação noturna de TSH, porém as variações diurnas não são suficientemente divergentes para que a coleta de amostras para a quantificação deva respeitar algum horário específico (VEIGA, 1998).

Entre os transtornos da tireoide o hipotireoidismo e o hipertireoidismo são os predominantes, afetam as pessoas ao longo da vida (VEIGA, 1998).

 

Caso clínico 2

Paciente: A. A. M

Data de nascimento: 29/01/1925

Sexo: Masculino

Tabela 2: Exame de PSA realizado pelo paciente A. A. M.

Método

Material

Resultado

Valor de referência

ELISA

Soro

7,87 ng/mL

Até 4,0 ng/mL

Fonte: LABOR, 2005

Com base no resultado do exame de PSA o paciente acima apresenta um nível elevado de antígeno prostático especifico na circulação, sugestivo de câncer de próstata.

            No aparecimento do câncer, a idade é um fator de risco importante e destaca-se no câncer de próstata, pois tanto a incidência como a mortalidade elevam-se de forma exponencial após os 50 anos de idade. Outro fator considerado de risco é a história familiar de parentes de primeiro grau, tais como, pai ou irmão com câncer de próstata antes dos 60 anos de idade e o risco pode-se aumentar de 3 a 10 vezes se comparado à população em geral e os aspectos herdados quanto ao estilo de vida compartilhado entre os integrantes da família podem ser refletidos (BAROUKI, 2012).

            Estudos comprovam que o câncer de próstata se manifesta principalmente acima dos 50 anos de idade e, com o aumento da expectativa de vida, é considerado muito importante nos dados apresentados de mortalidade entre homens, representando um sério problema de saúde pública. Acredita-se que o crescimento da incidência ocorre também devido a uma qualidade melhor na identificação de casos subclínicos e pela facilidade atualmente da realização do teste diagnóstico de Antígeno Prostático Específico (PSA) (BAROUKI, 2012).

            O Antigénio Específico da Próstata, purificado e sintetizado pela primeira vez por Wang e colaboradores em 1979, é uma glicoproteína, produzida primariamente pelas células secretórias da próstata e pelo revestimento epitelial das glândulas periuretrais. Trata-se portanto de um marcador biológico altamente específico de, o que. Com efeito ele é segregado em pequenas quantidades quer pelas células prostáticas normais acima referidas, tanto numa situação de normalidade como em situação de hiperplasia (HBP). O que está comprovado é que o contributo para o doseamento plasmático de PSA é, por mL de tecido, cerca de 10 vezes superior no carcinoma da próstata (3.5 ng/mL) do que no tecido de HBP (0.3 ng/mL) (REIS, 2006).

            Na sua forma nativa que é a que existe no ejaculado, o PSA existe de forma livre (não ligado a qualquer proteína). No entanto, a nível plasmático, o PSA está complexado com diversas proteínas, inibidoras das proteases. Por razões que ainda não estão totalmente esclarecidas, os doentes com neoplasias da próstata tendem a apresentar proporções de PSA livre inferiores, enquanto que os doentes portadores de HBP apresentam normalmente valores elevados deste quociente. A utilização deste teste permite evitar a realização de biópsia prostática num número significativo de doentes, sem aparente significativa perda de sensibilidade de detecção dos carcinomas (REIS, 2006).

            A combinação entre o exame clinico e a dosagem do PSA é de grande importância para o diagnóstico, a fim de iniciar a prevenção adequada, e como tratar melhor os doentes nas diversas fases da doença.

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Vinícius P.
São Paulo / SP
Vinícius P.
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Infectologia Medicina - Biotecnologia Medicina - Diagnóstico por Imagem
Doutorado: Alergia e Imunopatologia (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - FMUSP)
Professor particular de medicina, biomedicina, farmácia, biologia e enfermagem. Vamos aprender?
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