"Amar, verbo intransitivo".
Por: Bárbara P.
21 de Outubro de 2015

"Amar, verbo intransitivo".

Literatura Literatura Brasileira

Muitas pessoas podem torcer o nariz ao lerem o tema desde artigo. Não fiquem assim meus amigos, meu texto é justamente para estimular a leitura do grande e maravilhoso livro “Amar, verbo intransitivo”, do igualmente maravilhoso Mário de Andrade, a meu ver, a literatura brasileira está sendo constantemente deixada de lado. E a intenção desse resumo, é que você meu caro internauta, voe com minhas palavras, e que isso te faça procurar o livro na íntegra, deixo claro que esse livro pode fazer maravilhas.

Segue a aventura:

O título do livro já mostra uma contradição que estará presente em toda a narrativa. O verbo amar não é intransitivo, mas transitivo, porém ao longo da leitura compreendemos que a personagem principal é que precisa ser intransitiva, sem complemento. Já edílio, significa algo que é sublime, intocável, um amor, porém um amor todo transitivo, um amor de duas pessoas.

O livro começa com o senhor Souza Costa oferecendo um emprego para Fraulein, para todos os efeitos como governanta da casa, professora de música e piano propriamente de Carlos e Maria Luiza, porém Fraülein estipula somente uma condição, que Souza Costa, conte a sua mulher, Dona Laura, o que ela realmente vai fazer na casa deles.

O que Fraulein realmente vai fazer na casa deles é desvirginar o filho mais velho, Carlos, para que ele não perca a virgindade com prostitutas, e ficar exposto a doenças. Porém a essa altura, Carlos já havia perdido a virgindade no Ipiranga, com as mesmas mulheres que o pai estava com medo.

Em todo o livro, o narrador, que está em terceira pessoa e, por vezes, se confunde com os pensamentos da governanta, faz uma divisão entre o homem do sonho e o homem-da-vida. Diz o narrador “O alemão propriamente dito é o cujo que sonha, trapalhão, obscuro, nostalgicamente filósofo, religioso, idealista incorrigível, muito sério, agarrado com a pátria, com a família, sincero e 120 quilos. Vestido o tal, aparece outro sujeito, homem-da-vida, fortemente visível, esperto, hábil e europeiamente bonitão. Em princípio se pode dizer que é matéria sem forma, dútil, H2O se amoldando a todas as quartinhas.” (ANDRADE, pág. 33). Fraülein claramente tem de ser o homem-da-vida, tem de ser intransitiva, agir com a cabeça, não envolvendo o coração. O que na realidade não acontece raras vezes.

Dona Laura, em um determinado período do livro, descobre o que realmente Fraülein foi fazer em sua casa e vai tirar satisfação, Fraülein conta que Souza Costa tinha prometido cumprir sua única exigência, que era contar para Dona Laura o que realmente foi fazer lá, mas não o fez. Fraülein então leva Dona Laura para defronte do marido e explica toda a situação.

Souza Costa convenceu a mulher que era a melhor solução que ele havia tomado então os dois decidem que Fraülein não pode deixar a casa. Souza Costa fala para a esposa conversar com Fraülein no intuito de convencê-la a ficar, ela então resolve permanecer na casa.

Até que em certo dia, quando a família jantava, a professora e o filho mais velho, chegam juntos à mesa.

Numa determinada noite, combinaram de vigiar Carlos, e como eles previam, o garoto foi direto ao quarto da governanta. Então o pegaram, e como se tivessem descoberto o caso naquele momento, seu pai tira-o do quarto a força.

Depois do ocorrido, Fraülein teve que se afastar da casa, ao seu entender a arte do amor já havia sido passada a Carlos, e ela ainda tem muito trabalho, não pode se dar ao luxo de ser levada pelas emoções.

É bem interessante que ao longo de todo o romance, Fraülein realmente acredita muito no seu trabalho, para ela, ela deve sim introduzir o amor para os meninos, o seu trabalho é um trabalho digno como qualquer outro.

Esse livro maravilhoso, quando foi publicado, lá pelos anos 20, um pouco depois da Semana de Arte Moderna, foi muito rechaçado e deixado de lado. Agora, Fraülein, personagem principal desse romance, é uma das mulheres mais fortes da literatura brasileira.

Lembrando que a personagem principal é natural da Alemanha, e a Europa estava vivendo um período chamado de entre guerras, ao qual, a Europa e a Alemanha principalmente, estavam devastadas. Essa foi a razão principal para que o senhor Souza Costa, trouxesse Fraülein para o Brasil. Se não fosse assim, a nossa querida professora, não teria nem nos dado o ar de sua graça, como ela mesma diz, já que era uma alemã nata, e profundamente nacional, em todo livro almejava o regresso.

No mais, espero que tenham gostado da leitura, e até o próximo texto.

 

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