Ensinando que se aprende

É ensinando que se aprende. Há muito tempo essa frase faz sentido para mim.

No Ensino Fundamental a matemática não foi passada de maneira prazerosa, e pior, muitos assuntos não foram abordados por causa de várias greves na educação naquele período. Essa fase da vida achava até bom ficar em casa e aproveitar outros prazeres da infância (pipa, bola, entre outras brincadeiras) rsrs.

E minhas notas como ficaram? Elas eram ótimas, pois no final da greve alguns trabalhos eram cobrados para substituir as avaliações não realizadas e o resultado era "incrível".

E foi no início do Ensino Médio que os problemas até então camuflados apareceram. A base não estava sólida e como todo bom engenheiro sabe, a obra não poderia continuar. Mas estamos falando de uma vida acadêmica, e claro, a minha vida pessoal. Não se pode embargar a mesma como se faz em uma obra.

A primeira nota de matemática no EM serviu para me mostrar que o ano seria punk. E agora, o que fazer? Meter a cara nos livros seria a melhor saída, mas muita coisa tava sem lógica quando estudava pelos livros do Ensino Médio, bom, então comecei a encontrar a tal da base problemática. O mais certo a se fazer era estudar, mas de uma maneira profícua e sistemática. Foi aí que comecei a ler livros de matemática, isso mesmo, a matemática tem sua linguagem e era isso que estava faltando. Naquela época não tinha essa ideia, mas suspeitava. Aproveitei a cronologia dos livros para estudar os assuntos, e seguindo essa ideia iniciei por um da antiga 5ª série e fui até o final do ano (estava aqui no 1º ano do EM) estudando assuntos do Ensino Médio e Fundamental, concomitantemente. 

Só que muitas vezes ficava sem estímulo para continuar e aqui entra o melhor truque. 

Coloquei uma placa dessa na frente de casa. O objetivo era ter alunos para saber o quanto eu sabia, e o resultado meus amigos...

Surpreendente! Não só fiquei sabendo o que sabia, mas também o que não sabia. O medo de empacar nas perguntas dos alunos foi a mola propulsora para continuar estudando.

Como diz Cora Coralina: "Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o que ensina."

Hoje sou militar e formado em matemática pelo IFRS. 

Até mais!