1. INTRODUÇÃO
A história da oratória, bem como o seu conceito, confunde-se com a retórica.
A arte de discursar em público surgiu na antiga Grécia e, posteriormente, foi copiada pelos romanos. Na Grécia antiga, bem como em Roma, a oratória era vista como parte da retórica e importante habilidade, tanto na vida pública como privada. Porém, com a ascensão romana, a oratória passou a ser a tradução latina da retórica, porém, somente como eloqüência, sem a preocupação com as técnicas de contestação e persuasão.
Assim, entende-se por oratória, a arte da fala, como falar em público, ou seja, um conjunto de regras que permite a composição e a apresentação de discursos.
A retórica, por sua vez, é a arte de argumentar, de persuadir o interlocutor. A retórica, além das técnicas argumentativas, faz uso da oratória, no discurso oral, para conseguir a persuasão do auditório. Porém, ela se encontra, também, no discurso escrito, como por exemplo, em músicas engajadas, e no discurso visual, como pinturas, anúncios publicitários.
Aqui, falaremos da oratória, pois o estudo da retórica demanda mais tempo.
2. O DISCURSO
Entende-se, aqui, por discurso, o texto preparado e estudado que servirá de apoio para a exposição oral. Apesar de admirarmos a exposição de improviso, nenhum grande orador procedeu de tal forma. Nosso discurso deve ser organizado e estudado.
Essa preparação, segundo MATTOSO CÂMERA JR.(2003), pode-se dividir em duas partes:
a) estabelecer o que vamos falar e procurarmos nos informar o máximo sobre o assunto, através de pesquisas e reflexões;
b) arranjar a distribuição do assunto de maneira clara, correta e interessante.
2.1 Partes essenciais da exposição:
2.1.1 Introdução (exórdio) – É responsável pela adequação do expositor com o auditório, captando-lhe a simpatia e a atenção e do auditório com o assunto, para que todos sintam a importância do será tratado.
Ainda segundo MATTOSO (2003), a introdução apresenta-se dividida em três partes:
a) primeiro, tomamos posse do ambiente;
b) segundo, focalizamos claramente, tanto para nós, como para o auditório o nosso objetivo;
c) terceiro, fixamos nesse objetivo o auditório e fazemos com que ele partilhe e do interesse pelos pensamentos que serão desenvolvidos.
2.1.2 Corpus – Pode-se dispor, organizar nosso discurso das seguintes formas:
a) de forma cronológica;
b) pela seqüência das idéias logicamente concatenadas;
c) pela colocação de um problema;
d) pela fixação de um ponto de maior interesse, de onde partiram todas as outras idéias.
2.1.3 Conclusão – O expositor deve resumir o objetivo de seu discurso no fecho, que deve ser breve. Isso pode ser feito de várias formas, como:
a) por meio de um sumário do que foi exposto;
b) por meio de um apelo para a aplicação do que foi dito;
c) por meio de uma ilustração (exemplo vivido);
d) por meio de uma citação incisiva (argumento de autoridade);
e) por meio de destaque de um ou mais pontos cruciais do discurso.
3. O AUDITÓRIO
Para o discurso persuasivo é vital a relação entre o orador e o auditório a que se dirige.
Auditório, segundo Perelman, é "o conjunto de todos aqueles que o orador quer influenciar mediante o seu discurso".
O conhecimento do auditório é vital para o sucesso da argumentação, já que, o orador sempre fundamentará seu discurso sobre determinados acordos prévios do auditório. Quanto melhor se conhece o auditório, maior é o número de acordos prévios que se tem à disposição e, portanto, melhor fundamentada será a argumentação, e o inverso também é verdadeiro.
4. O ACORDO
O conceito de acordo desdobra-se no conceito de acordo prévio. Acordos prévios são determinadas proposições incontroversas que já se encontram aceitas pelo auditório, antes do início do discurso. É sobre essas proposições que o orador baseará seu discurso, procurando transferir a adesão do auditório em relação aos acordos prévios, até a tese que apresenta.
Os acordos prévios podem ter naturezas muito diferentes: podem ser fatos de conhecimento público ou notório, podem dizer respeito à hierarquia de valores de uma dada sociedade, podem se referir a auditórios específicos (congregações religiosas, grupos profissionais) etc.
5. CONCLUSÃO
Finalizando esta síntese, recomendando-se algumas dicas de oratória, do prof. Dr. Reinaldo Polito, que podem ser encontradas na sua obra Superdicas para falar bem em conversas e apresentações. Elas resumem os principais cuidados que todo o orador deve ter.
Lembramos, mais uma vez, que oratória é repetição, ou seja, para você ser um bom orador, deve discursar sempre que puder. Ofereça-se para a apresentação de trabalhos, peça a palavra em festinhas, faça homenagens em público, enfim, expresse-se, fale, porém não esqueça dos cuidados com a linguagem e de colocar emoção na sua fala.
BIBLIOGRAFIA
CAMARA JÚNIOR, Joaquim Mattoso. Manual de expressão oral e escrita.22 ed. Petrópolis, RJ:Vozes, 2003.
POLITO, Reinaldo. A influência da emoção do orador no processo de conquista dos ouvintes. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2001.
___ Superdicas para falar bem em conversas e apresentações. São Paulo: Saraiva, 2006.
POMBO, Ruthe Rocha. Curso de oratória CAEF. Petrópolis,RJ: Vozes,2001.
RIBEIRO FILHO, João Demétrio. O prazer de saber expressar-se. 6 ed. Pato Branco: Imprepel, 2001.

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em 29 de Setembro de 2025
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