
A Guerra Do Século No Mercado Econômico Global MUSK vs HONDA

em 17 de Julho de 2025
Ucrania e Rússia:
Ucrânia proíbe música e livros russos
2 de julho de 2022
Putin acabou com controlo da família Rothschild sobre a Rússia ao nacionalizar o Banco Central?
Por que a Rússia tenta justificar guerra da Ucrânia com combate ao nazismo?... - Veja mais em https://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/rfi/2022/05/02/por-que-a-russia-tenta-justificar-guerra-da-ucrania-com-combate-ao-nazismo.htm?cmpid=copiaecola
Trechos de Irmaos Karamazov:
NOVO CASAMENTO E NOVOS FILHOS
Fiódor Pávlovitch, depois de livrar-se do pequeno Mítia, contratou em breve um segundo casamento, que durou oito anos. Escolheu por
esposa desta segunda vez também uma mulher bastante jovem, de uma outra província, aonde tinha ido, em companhia de um judeu, para tratar
de um pequeno negócio. Embora boêmio, bêbedo e debochado, nunca deixava de ocupar-se com a boa colocação de seu capital e arranjava quase
sempre bem os seus negócios, mas quase sempre desonestamente. Sofia Ivânovna, órfã desde a infância, filha de um obscuro diácono, vivera na
opulenta casa de sua benfeitora, a viúva, altamente colocada, do General Vórokhov, que a educava e a maltratava. Ignoro os detalhes, ouvi
simplesmente dizer que a moça, doce, paciente e cândida, tentara enforcar-se, pendurando-se dum prego, na despensa, tão farta estava dos
caprichos e das eternas censuras daquela......
Página 18:
Falemos de Fiódor Pávlovitch. Ficara muito tempo ausente de nossa cidade. Três ou quatro anos após a morte de sua segunda mulher, partiu
para o sul da Rússia e chegou por fim a Odessa, onde passou vários anos. Travou conhecimento, segundo suas próprias palavras, com "muitos
judeus, judias e judotes de toda laia", e acabou por ser recebido "não só em casa dos judeus, mas também em casa dos israelitas". É preciso crer que,
durante esse período, aperfeiçoara a arte de juntar e de subtrair dinheiro. Reapareceu em nossa cidade três anos somente antes da chegada de
Aliócha. Seus antigos conhecidos acharam-no bastante envelhecido, se bem que não fosse muito idoso. Mostrou-se mais descarado do que nunca:
o antigo bufão experimentava agora a necessidade de rir à custa dos outros. Gostava de freqüentar os bordéis duma maneira mais repugnante
do que outrora e, graças a ele, novos cabarés abriram-se em nosso distrito. Atribuíam-lhe um capital de 100 000 rublos ou quase, e dentro em breve
muitas pessoas tornaram-se seus devedores, em troca de sólidas garantias. Nos últimos tempos, ficara enrugado, começava a perder o equilíbrio
temperamental e o controle de si mesmo; caiu numa espécie de idiotismo, começando por uma coisa e acabando por outra, incapaz de concentrar-se
e embriagando-se cada vez mais. Sem aquele mesmo criado, Gregório, que havia também envelhecido muito e o vigiava por vezes como um guia. a
existência de Fiódor Pávlovitch teria sido eriçada de dificuldades.......
Pagina 84.
— Pois bem, contaram-me que anteontem, em casa de Catarina Ivânovna, disse boas de mim, tanto se interessava por este teu criado.
Depois disso, ignoro qual irmão tem ciúme do outro. Houve ele por bem insinuar que, se eu não resignar à carreira de arkhimandrit e não largar a
batina num futuro bem próximo, partirei para Petersburgo, entrarei para uma grande revista na qualidade de crítico, escreverei por uma dezena de
anos e acabarei por tornar-me proprietário da revista. Publicá-la-ei então com orientação liberal e ateia, com uma tintura socialista, certo verniz
mesmo de socialismo, mas tomando minhas precauções, isto é, nadando entre duas águas e ludibriando os imbecis. Sempre segundo o teu irmão,
malgrado essa tintura de socialismo, colocarei minhas rendas em contacorrente, pondo-as no momento em circulação, sob a direção dum
judeuzinho qualquer, até que eu consiga construir um grande imóvel em Petersburgo; meus escritórios ocuparão um andar e alugarei os outros.
Designou mesmo o local da casa, perto da nova ponte de pedra que se projeta, parece, entre a Rua Litiéinaia e Travessa Vibórskaia...
Pagina 383
Por conseguinte, era preciso "galopar", e Mítia não tinha com que pagar a corrida: 20 copeques, eis o que lhe restava de sua antiga
prosperidade! Possuía um velho relógio de prata, que havia muito tempo estava parado. Um relojoeiro judeu, instalado numa lojinha, no mercado,
deu por ele 6 rublos. "Não esperava tanto!", exclamou Mítia, encantado (o encantamento continuava). Pegou seus 6 rublos e correu à sua casa. Ali
completou a soma pedindo emprestados 3 rublos a seus locadores, que lhe deram de bom grado, se bem que fosse o derradeiro dinheiro que tinham,
tanto gostavam de Mítia. Na sua exaltação, Mítia revelou-lhes que sua sorte se decidia e explicou — à pressa, bem entendido — quase todo o
plano que acabava de expor a Samsónov, a decisão deste último, suas futuras esperanças, etc. Antes já, estavam aquelas pessoas a par de muitos
de seus segredos e o olhavam como dos "seus", um bárin nada orgulhoso. Tendo dessa maneira juntado 9 rublos, mandou Mítia buscar cavalos de
posta para ir até a estação de Volóvia. Mas desta maneira comprovou-se e foi relembrado que "na véspera de certo acontecimento não tinha Mítia 1
copeque, que para arranjar dinheiro vendera um relógio e pedira emprestados 3 rublos a seus locadores, tudo isso diante de testemunhas".
Pagina 395
— Eles não lhe escaparão, é como se os tivesse em seu bolso. E não 3 000, mas 3 milhões, em breve prazo. Eis minha idéia: o senhor descobrirá
minas, ganhará milhões, quando voltar ter-se-á tornado um homem de ação capaz de nos guiar para o bem. Será preciso, pois, abandonar tudo
aos judeus? O senhor construirá edifícios, fundará diversas empresas. Socorrerá os pobres e eles o abençoarão. Estamos no século das estradas
de ferro. O senhor será conhecido e notado no Ministério das Finanças, que se encontra em extrema penúria. A queda de nossa moeda fiduciária
impede-me de dormir, Dimítri Fiódorovitch, conhecem-me mal a este respeito.
TRECHOS DE CRIME E CASTIGO:
- É formidável! - dizia. - Tem sempre dinheiro pronto. É rica como um judeu; pode emprestar de uma só vez cinco mil rublos e não perdoa um de juros. Há muitos dos nossos que vão ter com ela. Simplesmente, é uma tipa horrorosa...
Pagina 67.
- Sim, sim, a senhora tem razão; eu me esquecia e sinto-me envergonhado! - disse Razumíkhin, refreando-se. - Mas... mas... as senhoras não devem ficar zangadas comigo por eu me exprimir assim! Porque eu, ao falar assim, falo com toda a sinceridade, e não porque... hum! Isso seria uma vileza; em resumo: não porque eu, à senhora... hum!... Bem, o fato é que, embora eu não diga a razão, não me atrevo... Mas todos nós compreendemos esta tarde, assim que ele entrou, que esse homem não é dos nossos. Não é pelo fato de ter chegado acabadinho de sair do cabeleireiro, com o cabelo frisado, nem porque se tivesse apressado tanto em mostrar a sua inteligência, mas sim porque é um espia e um especulador, porque é um judeu e um charlatão, e tudo isso salta logo aos olhos. As senhoras pensam que ele é inteligente? Pois olhem que não, é um burro, um asno! Ora, vejam francamente: fará realmente um par condizente com a senhora? Oh, meu Deus! Reparem, minhas senhoras - e parou de repente, quando iam já subindo a escada da pensão
-, embora todos os que neste momento se encontram em minha casa estejam embriagados, isso não significa que não sejam todos umas pessoas decentes e, ainda que mintamos (porque eu também minto), mentindo acabaremos por alcançar a verdade, porque vamos por bom caminho, ao passo que Piotr Pietróvitch... não vai por caminho direito. E, embora há um momento eu estivesse a disparatar acerca deles, fiquem as senhoras sabendo que eu
os respeito a todos; e até ao próprio Zamiótov, se bem que não o respeite, tenho-lhe amizade, apesar de tudo, porque... é um garoto. Até mesmo a esse idiota do Zósimov, porque... é honesto e sabe do seu ofício... Mas, basta, já está tudo dito e perdoado. Está perdoado, não é verdade? Ora cá estamos! Entremos. Este corredor não me é desconhecido; eu já estive aqui; aqui, no número três, houve uma vez um escândalo... Mas qual é o seu quarto? Que número é? É o oito? Bem, fechem-se a chave por dentro, de noite, e não abram a ninguém. Dentro de um quarto de hora estarei outra vez aqui com notícias e, passada outra meia hora, com Zósimov, vão ver! Então adeus, que vou já num pulo!
Pagina 595.
As crianças, de maneira geral, agradam-me, agradam-me muito as crianças - disse
Svidrigáilov rindo às gargalhadas. - A propósito disso posso até contar-lhe um episódio
CRIME E CASTIGO
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muito curioso, que se prolonga ainda até agora. No próprio dia em que cheguei pus-me a percorrer todos estes bordéis; havia sete anos que não os freqüentava. O senhor, provavelmente, já notou que quando estou ao seu lado não tenho pressa de ir ver as minhas antigas amizades e conhecimentos. Não, e até faço o possível por evitar o seu encontro. Repare numa coisa: com Marfa Pietrovna, lá na aldeia, era para mim um suplício mortal lembrar-me de todos estes lugarzinhos secretos, nos quais sabe lá as coisas que se podem encontrar. Raios me partam! A gente de baixa condição embriaga-se; a juventude instruída, devido à ociosidade, consome-se em sonhos e desvarios imprecisos, excita-se com teorias; de todos os lados acorrem os judeus, escondem o dinheiro, e os restantes entregam-se ao vício. Por isso, desde o princípio que esta cidade me enjoou. Aconteceu ir parar a uma soirée dançante, como lhe chamam: um lupanar horrível (e a mim agradam-me precisamente os lupanares sujos); é claro que se dançava aí um cancã tão descarado como em nenhum outro lugar e como até no meu tempo não se dançava. Nisto, sim, houve progresso. De repente, olho e vejo uma mocinha dos seus treze anos, muito bem vestida, dançando com um virtuose e com outro à frente, como seu vis-à-vis. A mãe estava sentada numa cadeira, junto da parede. Já pode ver que espécie de cancã era esse. A moça sobressalta-se, cora, e por fim dá-se por ofendida e desata a chorar. O virtuose segura-a e começa a obrigá-la a dar voltas e a fazer piruetas diante dela, e toda a gente à volta se ri e... Nesses momentos agrada-me a sua sociedade, ainda que seja a do cancã: ri e grita: "Assim é que é, assim é que se faz! Ou, então, não tragam para aqui meninas". A mim, é claro, tudo aquilo repugnava; mas, com lógica ou sem ela, a gente vai-se divertindo. Deixei imediatamente o meu lugar, dirigi-me para junto da mãe e disse-lhe que eu também não era da cidade, que ali eram todos muito indelicados, que não sabiam contribuir para a educação da moça ensinando-lhe o francês e a informei de que era um homem de dinheiro; convideia a subir para a minha carruagem, levei-a a casa e tornamo-nos amigos (elas estavam instaladas numa casa de hóspedes, pois tinham acabado de chegar à cidade). Confessaramme que tanto ela como a filha não podiam considerar a minha amizade senão como uma honra; puseram-me a par de que se encontravam sem eira nem beira e que tinham vindo a Petersburgo tratar não sei de que assunto numa repartição do Estado. Ofereço-lhes os meus serviços, o meu dinheiro; dizem-me que tinham ido cair naquela soirée por engano, pensando que, de fato, ensinavam a dançar; ofereço-me, por meu lado, para contribuir para a educação da rapariga ensinando-lhe o francês e a dança. Aceitam, entusiasmadas, consideram isso uma honra e ficamos amigos até hoje. Se quiser, iremos até lá... mas,
agora, não.
Reflexoes e Resenha:
https://humanitas.ufrn.br/wp-content/uploads/2025/02/Os-Irmaos-Karamazov.pdf
file:///home/komunism/Downloads/Crime-e-Castigo.pdf