A ciência por trás da dor fantasma
Por: Adriane B.
27 de Julho de 2021

A ciência por trás da dor fantasma

Explicando a patologia por trás de Greys Anatomy

Farmácia-Bioquímica Patologia Ensino superior Fisiologia Geral

     

DOR FANTASMA

Citada desde o século XX, sendo descrita pela primeira vez em 1966 como sensação ao membro removido. A dor fantasma é uma sensação que o amputado pode apresentar em qualquer momento pós-amputação, a prevalência dessa patologia é muito variável, em geral, acima de 80%.

Mas, qual a explicação de sentir dor em algo que não existe mais?

A maioria dos pacientes submetidos à amputação evolui com algum tipo de desconforto no membro ausente. Quando caracterizado como dor, esse desconforto é denominado dor fantasma e reduz a qualidade de vida do paciente.

A dor fantasma não é resultado de somente um evento neural mas sim a interação de vários eventos neurais.

Pode aparecer em forma de ardor, aperto, compreensão ou como uma dor intensa e frequente.

Sendo descrita como dormência, sensação de queimadura, pontadas, câimbras, constrição, sensação de estiramento, espasmo ou descarga elétrica.

A dor normalmente está presente na primeira semana após amputação, mas ela pode aparecer após meses ou até vários anos, estando localizada principalmente na parte distal do membro fantasma.

Durante muito tempo, acreditava-se que a origem da sensação fantasma era psíquica, no entanto, sabe-se hoje que tal fenômeno está relacionado também com o fisiológico, a partir da reorganização cortical, que consiste em alterações estruturais na representação topográfica dos mapas corticais.

A fisiopatologia é complexa podendo estarem subjacentes mecanismos nervosos, medulares, sub-corticais e corticais.

Na teoria periférica vão existir alterações nas terminações nervosas junto à lesão. Os distúrbios sensoriais dos amputados são causados pelo seccionamento dos nervos cirurgicamente sua deficiente restauração das terminações periféricas lesadas que ficavam aglomeradas de neuromas que geram impulsos continuamente e são interpretados pelo doente como dor.

A teoria espinal envolve o corpo dorsal da medula espinal que está irritada por uma grande atividade dos nociceptores.

A teoria cortical baseia-se na diferença entre as intenções motoras e o "feedback" visual e proprioceptivo.

Além disso, a dor fantasma é processo de reorganização anormal da neuromatriz e que há uma relação direta entre reorganização cortical mal-adaptativa e a dor de membro fantasma.

Além desse fator, o córtex cerebral, que possui um mapa sensorial das partes do corpo, ainda possui uma área de representação da região amputada, o que dificulta o cessar das sensações corporais.

O tratamento da dor fantasma pode ser feito por medicamentos (como alguns antidepressivos), por terapia ou cirurgica (em casos raros).

Um dos tratamentos mais realizados é a Terapia do Espelho, que trabalha com estratégia de feedback visual.

 

RESUMINDO - DOR FANTASMA:

Uma das explicações é que na região do coto terá nervos que foram seccionados e que ficam mais excitáveis, transmitindo impulsos com mais frequência para região do corno dorsal da medula. Outra explicação, é que o córtex somatossensorial continua a receber informações dos nervos aferentes seccionados, sendo necessário uma alteração no córtex, que irá ocorrer a medida que o organismo entender a ausência do membro.

 

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Para entender um pouco mais – referências consultadas/sugeridas:

  • PROBSTNER, Danièlle; THULER, Luiz Claudio Santos. Incidência e prevalência de dor fantasma em pacientes submetidos à amputação de membros: revisão de literatura. Rev Bras Cancerol, v. 52, n. 4, p. 395-400, 2006.c

  • DE OLIVEIRA DEMIDOFF, Alessandra; PACHECO, Fernanda Gallindo; SHOLL-FRANCO, Alfred. Membro-fantasma: o que os olhos não vêem, o cérebro sente. Ciências & Cognição, v. 12, 2007.

  • MALPHETTES, Virginie. Efeito da terapia de espelho no tratamento da dor fantasma em pacientes amputados: revisão bibliográfica. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. [sn].

  • ESTEVÃO, M. C.; MIRANDA, C.; PEREIRA, A. P. G. S.; SOUZA, E. N.; PEREIRA, R. S. F.; RIBEIRO, C. F.; MELO, A. U. C.. Dor fantasma em pacientes submetidos à amputação: revisão integrativa. Medicus, v.2, n.2, p.1-5, 2020.

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Adriane B.
Goiânia / GO
Adriane B.
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Farmácia-Bioquímica - Química Inorgânica Farmácia-Bioquímica - Bioquímica Farmácia-Bioquímica - mestrado
Doutorado: Ciências Biológicas ênfase em Farmacologia e Fisiologia (Universidade Federal de Goiás)
Professor de biologia, farmácia, enfermagem, nutrição, biomedicina, principalmente das disciplinas básicas como fisiologia e anatomia.
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