IMPORTANTE 1: A frase vai para a voz passiva normalmente, a única diferença é que o objeto indireto da ativa continua sendo objeto indireto da passiva, enquanto o objeto direto segue seu destino, transformando-se em sujeito paciente.
IMPORTANTE 2: Na voz passiva sempre haverá uma locução verbal formada pelo verbo “ser + particípio“. Recordando: verbos no particípio são aqueles terminados em “ido” e “ado” (imprimido, publicado, imaginado, etc)
IMPORTANTE 3: Durante a transposição da voz ativa para a voz passiva, deve-se manter o tempo, o modo e o número do verbo. Ou seja, se na voz ativa o verbo estava no pretérito perfeito do indicativo singular, isso não mudará na voz passiva. Basta observar o exemplo acima: “Eu paguei a conta”, “A conta foi paga” (ambas estão no pretérito perfeito, no modo indicativo e no singular).
VOZ PASSIVA SINTÉTICA:
Sintetizar é diminuir, sendo assim, uma voz passiva sintética será menor (em estrutura) que uma voz passiva analítica, pois, como veremos, não haverá locução verbal e nem agente da passiva em sua composição.
No entanto…
… música de suspense ao fundo.
É na voz passiva sintética que estudamos a ilustre partícula “se”. Sim! Sim, meus amigos! Ela é ilustre mesmo. Ela é chique, ela é convidada para quase todas as provas, ela adota várias formas (odeia repetir a mesma roupa) e reprova muita gente preparada. Mas… coitada, não sejamos injustos: ela é apenas uma pobre partícula mal compreendida. Sendo assim, por ela e pelo bem geral da nação, passaremos a compreendê-la hoje mesmo! Veja abaixo a estrutura de uma voz passiva sintética:
Verbo+SE + Sujeito Paciente
Quando a partícula “SE” encontra-se presente em uma voz passiva sintética, ela é conhecida como “Partícula Apassivadora“, e é justamente aí que surgem as famosas confusões referentes às classificações sintáticas do nosso querido “SE”. As provas de concurso sempre tentam confundir o candidato, chamando-a, em inúmeros casos, de “Índice de Indeterminação de Sujeito”.
Perceba uma coisa: a voz passiva tem sujeito, ou seja, o verbo concordará com ele (o que é de praxe), por isso, a partícula “SE” não pode ser chamada de Índice de Indeterminação de Sujeito, uma vez que não faria o menor sentido. Vejamos os exemplos abaixo:
Ficou na dúvida se a partícula “SE” é P.A ou I.I.S? Tente transformá-la em voz passiva analítica: “Aquele réu foi inocentado”. Percebe-se que há sujeito paciente(“Aquele réu”), de tal forma que a partícula “SE” em questão é uma partícula apassivadora e deve concordar com o verbo.
Outro exemplo de voz passiva sintética:
“Jogam-se búzios” -> búzios é o sujeito paciente. Transformando-a em voz passiva analítica: “Búzios são jogados“, ou seja, há sujeito paciente e o verbo deve concordar com ele (indo para o plural).
Dica: observe o verbo, se for transitivo indireto, intransitivo ou de ligação, a partícula “se” não poderá ser “partícula apassivadora”, pois, como vimos, só dá para apassivar frases com verbo transitivo direto.
VOZ REFLEXIVA:
Sendo bem direto: cai pouco em prova.
Todavia, o que você deve saber é que na voz reflexiva o sujeito pratica e recebe a ação verbal, ou seja, ele é agente e paciente ao mesmo tempo.
É usado, obrigatoriamente, com os pronomes oblíquos reflexivos (me, te, se, nos, vos, se).
Ex1: o menino feriu-se. (o rapaz cometeu o ato de ferir a si mesmo);
Ex2: Os namorados beijaram-se (um beijou o outro);
No primeiro exemplo temos a ideia de um ato reflexivo (recai sobre o próprio agente), enquanto que no segundo exemplo temos a ideia de reciprocidade (um age no outro de forma recíproca).
Porém, a banca CESPE não faz esse discernimento (pelo menos até onde eu vi), de tal forma que considera os dois exemplos como “voz reflexiva“.
Professor Adriano Rodrigues Natividade.
www.adrianorodrigues.blog