Relações entre arte e psicologia
em 12 de Julho de 2021
De acordo com Wadenphul (2014), a alimentação é determinada por aspectos socioculturais, econômicos e variantes simbólicas. Os transtornos alimentares configuram um crescente mal-estar contemporâneo e são marcados por padrões disfuncionais e insalubres de alimentação. Percebemos a influência da mídia, que exibe modelos de beleza praticamente inalcançáveis pela maioria da população, o que contribui para que muitas pessoas abram mão da saúde na busca por corpos perfeitos. Oliveira e Hultz (2010) complementam que o considerável aumento de cirurgias estéticas aparece atrelado à busca por uma autoimagem de disciplina e sucesso.
Autores como Andrada (2012) versam sobre a corporificação do mal-estar psíquico, através do qual o corpo fala: come, engorda, vomita, purga e jejua. Percebemos que tanto a palavra como a comida são elementos de oralidade. Essa oralidade pode ser terapeuticamente abordada, pois, pela fala alcançamos elementos primitivos e recalcados, possibilitando que o acesso aos mesmos se dê de outro modo, que não via sintomas.
Diversos transtornos alimentares trazem como marcas as tentativas de controle. Na anorexia, a pessoa se priva de comer e, embora sinta fome, restringe ao máximo a ingesta alimentar. Já na bulimia, quadro que inclui compulsão, o sujeito ingere muita comida em um tempo curto e depois a expurga, induzindo o vômito ou diarreia. Pensamentos obsessivos ligados à ideia de controlar o peso, o que entra e o que sai do corpo geram prejuízos a pessoas com tais diagnósticos.
Atualmente, as abordagens psicoterapêuticas vêm compreendendo melhor sofrimentos ligados à alimentação. Há diversas linhas de tratamento que buscam flexibilizar padrões rígidos de funcionamento, minimizar sofrimentos e ampliar a qualidade de vida de pessoas com transtornos alimentares. Independente da abordagem, o apoio familiar é importante para que a pessoa possa lidar com frustrações, ressignificar experiências e se manter motivada.