Transtornos alimentares
em 15 de Julho de 2021
Sociedade, clínica psicológica e arte se relacionam de modo complementar, pois a última é um elemento essencial aos processos de produção de subjetividades. De acordo com Rosa e Moehlecke (2017), pela música somos capazes de fomentar identidade cultural e práticas de resistência. Pela poesia podemos, ainda, alcançar facetas de sensibilidade e afetividade, considerando que tais fatores se influenciam mutuamente.
A arte aproxima o indivíduo do todo, une singular e coletivo. O psicólogo pode em várias modalidades terapêuticas e com diversos objetivos. Para despertar o interesse quanto a aprendizados, ampliar a capacidade de observação e avaliação do sujeito. Através de exercícios, buscando focar a atenção, gerar relaxamento físico, agregar à comunicação e resolução de conflitos.
De acordo com Rosa e Moehlecke (2017), o tempo atua subjetivamente na arte e na vida. Os atendimentos não são norteados por determinantes lineares e pode-se dizer o mesmo dos instrumentos musicais. Intervalos de tempo, dias meses, pausas, são necessárias na formação e atuação do psicólogo. Socialmente também, necessitamos de tempo para elaborar frustrações e lutos e, então, reunir energias e recomeçar.
A arte como elemento de inclusão interdisciplinar, que promove prevenção, mediação e humanização, integrando aspectos sociais e comunitários. A arteterapia surgiu há décadas e preza técnicas como a escrita, a música, a pintura, etc. De acordo com Reis (2014), pode ser utilizada em reabilitação, na promoção de habilidades sociais, auxiliar no desenvolvimento interpessoal, ampliação da criatividade e redução do estresse e ansiedade.
Trata-se de um instrumento para a promoção da saúde e da qualidade de vida, que considera outras linguagens, além da verbal. A cultura compartilhada aproxima pessoas e transforma contextos, além disso, produções artísticas podem ser propulsoras de mudanças sociais. Tais movimentos de mudança são necessários à construção e desconstrução de conhecimentos, promoção de saúde e inclusão.
Referências:
REIS, Alice Casanova dos. A arte como dispositivo à recriação de si: uma prática em psicologia social baseada no fazer artístico. Santa Cruz do Sul / RS. Rev. Barbarói ; (40): 246-263, jan.-jun. 2014. Disponível em: https://pesquisa.bvsalud.org/brasil/resource/pt/psi-61485. Acesso em: 30 de maio 2021.
ROSA, Gessica Carneiro da; MOEHLECKE, Vilene. Clínica, Música e Tempo: Agenciamentos Possíveis para uma Experiência Afetiva. Revista Polis e Psique, Porto Alegre, RS, v. 7, n. 3, p. 84-99, jan. 2018. ISSN 2238-152X. Disponível em: <https://seer.ufrgs.br/PolisePsique/article/view/76348>. Acesso em: 30 jun. 2021. doi:https://doi.org/10.22456/2238-152X.76348.