“Oh vida de gado”: ??Fake News como instrumento de controle

Você alguma vez deve ter se questionado de onde surgem as novas tendências que vem como alguém que não quer nada e se aloja em nossa cultura. Foi assim, os jargões que surgiram como “marxismo cultural”, “cultura de massas”, “kit gay”, “mamadeira de piroca”, dentre outros que são criados e divulgados no nosso cotidiano.

Para muitos estudiosos, essas são apenas manifestações da nossa cultura que sempre ocorreram e que são resultantes de algum determinado evento, que pessoas ou grupos de pessoas causam e resultam em uma viralização de termos, muitos destes sem aprofundamento teórico, deixando ao relento as suas reais preocupações.

O que nos trouxe aqui para discutir sobre isso, é a posição que esses termos ocupam em nosso dia a dia. Somos bombardeados diariamente com essas “tendências”, sem ao menos nos preocupamos de onde veio, e com qual intenção foi criada . Isso mesmo, com qual intenção esse termo foi elaborado e solto em nossa sociedade?

Para que um termo viralize (e sua significância também) há necessidade de alguém ou um grupo de “Alguéns” se apossar do termo e ressignifique para seus reais interesses. Com base nisso, surge uma questão: Como esses novos significados são divulgados pela sociedade?

Ora, pelas esferas responsáveis ​​pela formação cultural da sociedade. Essas esferas não são independentes por si só, devem existir pessoas que possam produzir esses conteúdos e influenciar as pessoas com isso. (Tipo aquela influenciadora que deu festinha em plena pandemia do COVID-19)

lembrando que muitas vezes os termos vêm de uma verdade distorcida, por isso faz sentido algumas notícias falsas e são compradas pela sociedade.

Parece muita coisa não é? Mas podemos ir por partes para compreender isso.

Fake News: Eventos necessários

Para a construção de uma fake news, o ideal é que parte de uma verdade que posteriormente seja distorcida. Ou seja, se tomarmos como exemplo o kit gay , que tem sua origem de um debate no campo político chamado Escola sem homofobia, temos a verdade produzida, que foi o debate público sobre a Escola brasileira de luta contra a homofobia. Logo, o kit gay se origina de uma verdade totalmente (eu disse TOTALMENTE) distorcida do que realmente era uma ideia, e que acaba afetando nossa sociedade inteira.
Vamos dar como exemplo o impacto que as fake news tiveram nas eleições de 2018, e a seguir traçar alguns questionamentos.
O primeiro questionamento, deve ser feito por qual razão determinada imagens e textos circulam por aí nos fóruns.
Muitas vezes, pode ocorrer por um problema real, ou até mesmo inventado como o famoso Kit Gay . Hoje sabemos (pelo menos as pessoas que leem e não são mau caráter) que esse kit não passou de uma fake news produzida por um determinado grupo político para desqualificar uma necessidade nas escolas, que era discutir uma Escola sem homofobia .
Essa ideia de Kit gay, foi comprada pela boa parte das pessoas que não gostam (note que eu disse no presente, pois esse debate é mais atual do que nunca), que seja discutida as orientações sexuais nas escolas, principalmente pelos conservadores e alguma parcela da religiosidade, que envolve o preconceito travestido de boa moral e costumes tradicionais, bem como, distorcendo a palavra de fé. Isso é assim, como um grande impacto na imagem pública do partido dos trabalhadores (PT) que foi desqualificada por uma mentira no período. Não só o PT que leva nas costas todos os resquícios da corrupção estrutural brasileira, mas outras pessoas que tiveram na corrida presidencial, como a Manuela D'Ávila que sofreu e ainda sofre com fake news diariamente. Por falar nisso, recomendo o canal no Youtube dela em que há vários vídeos produzidos para desqualificar o desqualificador que são as fake news. ( saiu quase como um trabalho de línguas )

Mas então, como são produzidos esses pequenos eventos?

Esses eventos são trabalhados individualmente, mas ao mesmo tempo pensados ​​em conjunto. Agora, como assim?
__Deixa eu te explico!
Os eventos menores, retratam o dia a dia das massas, ou seja, os bens de consumo diários se transformam em transmissores dessa nova ideia, seja por um outdoor sendo contra o kit gay (que nunca existiu mas foi criado), ou qualquer outro meio como a imprensa e a mídia televisiva.
E, como estamos sendo bombardeados com isso, então deve ser verdade, não é? (se tá na internet, é real não é!?) .
E eu digo que não é. O que ocorre é que ficamos mergulhados na discussão, e por mais que não quiséssemos nos posicionar, somos empurrados ao meio do campo de disputas e vamos nos organizar com base no que é mais fácil e já faz parte do nosso conhecimento (ou desconhecimento). Sabe quando você chega em um ônibus cheio de gente? Geralmente você vai indo para o local que mais te dá conforto tentando fugir da muvuca. Ora, é assim também com o posicionamento político atual, foi assim com kit gay, foi assim com as eleições de 2018. A falta de leitura sobre política (não partidária) e a construção de um conhecimento e uma bagagem cultural que crítica as condutas dos representantes ou até mesmo a imprensa, nos confere a incapacidade de raciocinar diante de polêmicas criadas apenas para desqualificar um discurso, a imagem pública de alguém ou de uma instituição. E isso afeta diretamente a sociedade, pois estamos vendo o despreparo dos políticos atuais e de toda a equipe federal do Brasil.

Essas imagens (textuais ou não) são construídas em busca de um elemento, a disputa pelo campo (e no nosso caso a gente sabe que é o político, não é?)

Aos poucos das mais variadas esferas da cultura brasileira começam a disseminar esses significados através das imagens, diálogos, entrevistas, reportagens, e tudo mais que possa ser fornecido.
Mas como essa ideia e divulgada? Essas ideias são divulgadas por contato com a proximidade das pessoas que estão presentes nessas instituições formadoras de opinião pública, com os interesses divulgados. Na medida, geralmente não há um acordo físico ou presencial feito por algumas reuniões de conspiração. Na maioria das vezes, existe um consenso social antes disso tudo ocorrer, o que leva a reuniões posteriores e PROVÁVEIS IMPEACHMENTS usando por base os argumentos do kit gay ( se é que vocês me entendem ).

Em resumo, tudo isso ocorre em meio a uma disputa por um determinado campo, se, no caso do campo político o capital em disputa é a prestígio e a imagem do político, logo temos uma disputa por esse capital, então ambas as instituições presentes no campo político irá disputar entre si, para ver quem acumula mais capital (prestígio e imagem pública) para ter a chamada distinção no campo. No caso da construção da imagem pública, vale também os atos de desqualificação de uma determinada imagem, que estão sendo regradas pelo campo. (ADORO BOURDIEU