Este artigo explora os efeitos da ansiedade na produção oral de alunos de inglês como segunda língua, suas causas mais comuns e estratégias pedagógicas para reduzir o bloqueio emocional em sala de aula e promover uma comunicação mais livre e segura.
Para muitos estudantes, falar inglês em público é mais assustador do que escrever, ler ou fazer uma prova. Esse fenômeno, conhecido como ansiedade comunicativa, afeta negativamente a fluência, a memória de trabalho e a autoconfiança dos alunos.
Segundo Horwitz et al. (1986), a ansiedade linguística pode surgir de três fontes principais:
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Medo do julgamento
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Medo de cometer erros
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Pressão por desempenho imediato
O bloqueio pode causar sintomas físicos (sudorese, taquicardia, voz trêmula), psicológicos (vergonha, autocrítica intensa) e linguísticos (brancos, pausas longas, troca de palavras). Para que o aluno fale com mais naturalidade, é necessário reduzir a carga emocional associada ao erro e estimular a comunicação progressiva e contextualizada.
Algumas estratégias eficazes incluem:
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Construção de um ambiente acolhedor, onde o erro seja tratado como parte do processo
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Trabalho com pares ou grupos pequenos antes da exposição ao grupo inteiro
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Uso de jogos e dinâmicas descontraídas, que diminuem a autocobrança
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Práticas de fluência com tempo limitado, que priorizam o fluxo ao invés da perfeição
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Modelos de fala (vídeos, áudios, exemplos de alunos anteriores) para inspirar segurança
Além disso, técnicas de mindfulness, respiração consciente e preparação prévia de roteiros podem ajudar alunos mais ansiosos a se sentirem no controle.
O papel do professor é fundamental: um educador empático, que valoriza o esforço e celebra pequenos avanços, pode transformar a experiência oral do aluno em um espaço de crescimento e libertação.
Referências Bibliográficas:
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Horwitz, E. K., Horwitz, M. B., & Cope, J. (1986). Foreign language classroom anxiety. The Modern Language Journal, 70(2), 125–132.
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MacIntyre, P. D., & Gardner, R. C. (1994). The subtle effects of language anxiety on cognitive processing in the second language. Language Learning, 44(2), 283–305.
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Young, D. J. (1991). Creating a low-anxiety classroom environment: What does language anxiety research suggest? The Modern Language Journal, 75(4), 426–437.
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Gregersen, T., & Horwitz, E. K. (2002). Language learning and perfectionism. The Modern Language Journal, 86(4), 562–570.