TRANSFORMAÇÕES DO TERRITÓRIO: PATRIMÔNIO, CULTURA E SOCIEDAD
em 06 de Março de 2017
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‘Está chovendo lá fora’, disse ele. Numa tarde tão fria de inverno, o sol se escondendo as 4 da tarde e as pessoas ainda com suas rotinas a fazer. Estava muito contente quando Dennis me disse que haveria uma greve amanhã.
‘Greve do que? ’ – Perguntei imaginando a possível resposta de Dennis.
O governo retardou o pagamento novamente. Precisamos ir também? - Indagando com seus olhos fixos em minhas pupilas como se quisesse arrancar delas alguma palavra de apoio em ação ao que estava a acontecer.
‘Mas Londres está tão longe daqui. Não podemos escrever uma carta e enviar como sinal de apoio? ’ – Quisera eu que ele concordasse pois bastasse algo de ruim acontecer para que ele se sentisse desconfortável e começasse a gritar como um cão raivoso.
Brenton, você sabe onde precisamos estar amanhã. E não é tão longe quanto você diz. São só algumas horas de ônibus. – Seus olhos brilhavam como um pôr-do-sol em Paris. Vi uma ponta de expectação em seu sorriso. Como era bonito vê-lo sorrir.
Dennis é o estilo de pessoa que não se pode prever. Ele expõe-se a ser aquilo que você tanto deseja ter ao seu lado num belo dia de domingo ou um “trovão” que atrapalha seus sonhos numa noite chuvosa. Já fazem 4 anos que nos conhecemos e desde que viemos morar em Cambridge não desgrudamos nossas mãos daquele computador, escrevendo coisas que poderiam nos ajudar a viver aqui. Certo dia escrevemos sobre os finais de semana nas praias inglesas, mas, faltou inspiração para terminar – ou talvez um pouco mais de competência para começar.
‘Está chovendo lá fora’ – disse a Dennis. ‘Eu já lhe disse isso’, retrucou com audácia. Tentei fazê-lo desistir. Talvez lhe dando a sensação que haveria tensos problemas em irmos a Londres para apoiarmos os Ingleses em suas ambições políticas inescusáveis. ‘Você vai desistir? ’ – Uma voz me disse. ‘Não, apenas quero que Dennis não me deixe aqui sozinho amanhã’. ‘Vá com ele! ’ – Com insistência me informou uma possibilidade de não o deixar ir sozinho. ‘Está chovendo lá fora! ’ – Novamente repeti isso a mim mesmo. Então disse a Dennis quando iremos partir?
‘O ônibus sai as 19 horas’ – respondeu abanando as passagens nas mãos compradas antes da minha resposta.
Ao contrário de Dennis, eu sou um pouco mais previsível do que o normal. Seria por causa da criação que tive com minha avó, que era católica e gostava de fazer as mesmas coisas todos os dias. Fui criado em São Paulo. Quando vim morar em Londres já se faziam 10 anos que ela havia morrido. Me formei numa universidade simples da capital paulista. Conheci Dennis num congresso de estudantes. Íamos juntos para Londres estudar Inglês e eu, após o termino do curso voltei para casa. Ele ficou. Como eu disse, Dennis não é previsível. Depois de insistir por mais de 5 meses para ir morar com ele na Inglaterra eu abandonei meu emprego como professor no Brasil. Sugeri que morássemos em outra cidade, mais afastada do caos da metrópole londrina. Houve um silencio.
‘Você quer ir morar aonde? ’ – Dennis ficou assustado com minha sensibilidade de optar por algo que pudesse afetar nossas vidas. ‘Não sei, talvez na Escócia? ’ – Ainda lembro de um tempo que fiquei em St. Andrews que ao meu ver é um lugar pacifico e agradável.
‘O inglês deles é muito difícil. Eu não usaria aquela saia escocesa de jeito nenhum. ’ - Como eu disse, Dennis é um pouco imprevisível. Essa ignorância dele eu não conhecia. Estamos descobrindo coisas diferentes após esses 5 meses afastados.
‘Dê’ (carinhosamente apelidado assim por sua namorada. Às vezes eu ouso chama-lo de Dê para ver suas bochechas ficarem rosadas e seus dedos estralarem de raiva), ‘não se fala saia. É kilt e você não precisa usá-lo. Não é por que você vai à praia que precisa comer camarão. ’
‘Cambridge é melhor! ’. Decidimos resolver esse problema de escolha do modo mais maduro possível – jogando cartas. E assim viemos morar em Cambridge.
Naquela sala empoeirada, deixamos nossos livros e fomos comer. A mesa de madeira que aparentava ser do seculo passado junto as cadeiras de bétula manchada e um cheiro que lembrava o dourado. Na pia uma torneira enferrujada igual aos filmes de terror que eu tanto gosto de assistir. Nos olhamos e sorrimos. Sempre acahavamos graca nas coisas terriveis da vida, talvez seja por isso que nos damos bem. O celular de Dennis tocou. Era sua namorada Isabeli que morava em Wimbledon perto da escola que frequentava anos antes.
‘ Por que você não me disse nada sobre ela? ’ - Éramos amigos a muito tempo e ainda o via como um baú fechado cheio de segredos. ‘ Era uma surpresa. Ia apresentar ela a você amanhã. ’ Olhei para ele e quando desci o olhar para sua mão observei o rosto belo e rosado de uma loira – meio embaçado pela falta de pixel. ‘Pelo menos é bonita! ’ Meio constrangido ele saiu para o jardim querendo privacidade. Isso acontece quando estamos apaixonados por alguém, algo que nunca me veio na cabeça fazer. Meus olhos só se abraçavam aos livros. Dennis permaneceu no jardim por horas a fio enquanto eu tentava arrumar a bagunça deixada pelo tempo naquela cozinha. A poeira deixava meu aspecto asmático ainda mais acentuado, mas mesmo com tantas situações que poderiam fazer-me querer voltar para casa, ao lado de amigos como Dennis me sentia seguro e buliçoso ao continuar a planejar minha nova rotina aqui em Cambridge.
...Continua