
Emergência climática:

em 27 de Junho de 2025
No anime Parasyte: The Maxim, acompanhamos alienígenas que invadem corpos humanos como parasitas. Mas, ao longo da trama, algo muda: a linha entre parasita e hospedeiro começa a se embaralhar. Quem, afinal, é o verdadeiro invasor do planeta? Os seres alienígenas, que matam para sobreviver, ou os próprios humanos, que destroem sistematicamente seu ambiente, mesmo sem precisar?
Nos episódios finais, essa pergunta explode em forma de reflexão ambiental. Um dos personagens chega a dizer que talvez as doenças, os desastres naturais e os próprios parasitas sejam, na verdade, uma espécie de vacina do planeta Terra contra a humanidade. Um mecanismo natural de defesa. Uma última tentativa da Terra de expulsar aquilo que a está matando lentamente: nós.
Essa ideia ecoa uma visão extrema, mas realista, compartilhada por cientistas e filósofos ambientais. Somos a única espécie que transforma tudo em lixo, altera o clima global, extermina outras formas de vida e esgota os recursos que garantem a própria sobrevivência. Respiramos, comemos, morremos, e em cada etapa, deixamos uma pegada de destruição. Até quando morremos, liberamos gases que aquecem a atmosfera. A metáfora do anime não é exagero: o ser humano age como um vírus em seu próprio hospedeiro.
O mais inquietante é que, diferentemente de um vírus inconsciente, o ser humano sabe o que está fazendo. Sabemos das mudanças climáticas, da perda da biodiversidade, do colapso ambiental iminente, e mesmo assim seguimos em frente, como se nada estivesse acontecendo.
Parasyte não é apenas um anime de ação ou horror. É uma crítica silenciosa, mas afiada. Ele nos convida a olhar no espelho e perguntar: somos mesmo os donos da Terra, ou apenas um episódio passageiro da sua história evolutiva? E mais: será que o planeta precisa de nós, ou precisa se livrar de nós para voltar a respirar?
Essa reflexão não é só ficção. É um alerta. Porque talvez, como diz o anime, a Terra não esteja doente, ela está apenas tentando se curar.