Epistemologia - o que você sabe e o que acha que sabe
em 01 de Julho de 2016
Essa foi a conclusão a que chegou pesquisa realizada pela ONG Education Endowment Foundation (EEF) com crianças de 9 a 10 anos no Reino Unido. Turmas de 26 escolas britânicas receberam, uma vez por semana, aulas de Filosofia e tiveram seu desempenho em outras disciplinas monitorado nos anos letivos seguintes. Os resultados desse monitoramento indicaram melhoras expressivas de desempenho nas disciplinas de Inglês (língua materna delas) e Matemática, embora, curiosamente, as aulas de Filosofia não tivessem sido elaboradas para contribuir com essa finalidade. Em geral, as crianças mostraram, em suas avaliações, um aproveitamento equivalente ao de crianças que tivessem tido dois meses a mais de aulas naquelas disciplinas. Crianças com dificuldades de aprendizado, devido a condições sócio-econômicas de vida adversas, apresentaram um desempenho ainda melhor do que o de seus colegas, sugerindo a possibilidade da Filosofia ajudar a diminuir a influência das diferenças sócio-econômicas no percurso escolar.
A pesquisa realizada pela EEF atendeu a uma série de requisitos metodológicos que lhe conferem credibilidade científica. Primeiro, os pesquisadores estabeleceram um grupo de contraste, formado por turmas de outras 22 escolas britânicas, que não receberam aulas de Filosofia e tiveram, da mesma forma que o outro grupo, seu desempenho em Inglês e Matemática monitorado. Segundo, tomou-se o cuidado de evitar, na medida do possível, outras diferenças entre as turmas monitoradas, seja na qualidade da infra-estrutura escolar, seja no perfil dos estudantes, de modo a poder descartar a influência de outros fatores no resultado final. Um bom exemplo de aplicação do princípio metodológico ceteris paribus.
Obviamente, essas aulas de Filosofia não submeteram as pobres crianças à leitura da República, de Platão, da Crítica da Razão Pura, de Kant, ou da Fenomenologia do Espírito, de Hegel. Usaram-se poemas, filmes, músicas, como pontos de partida para reflexões coletivas sobre a justiça, a amizade, o conhecimento. Seguiu-se em todas as classes o programa ou método desenvolvido nos anos 1970 pelo filósofo norte-americano Matthew Lippman e aplicado em escolas de New Jersey, nos Estados Unidos. Esse programa prevê, para os estudantes em sala de aula, atividades de reflexão individual silenciosa, de formulação de questões, de exposição dos pontos de vistas pessoais sobre cada assunto, de discussão coletiva e argumentação sobre as questões suscitadas pelo tema.
Você encontra mais informações sobre a pesquisa nesses dois links abaixo:
Teaching kids philosophy makes them smarter in math and English.
Philosophy for Children - Evaluation Report and Executive Summary - July 2015.
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