Agricultura Urbana em Santo André
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Nas margens do Córrego Cassaquera, em Santo André, encontramos um extenso corredor de hortas urbanas, que ocuparam terrenos de linhões de torres de energia. Essa forma de agricultura é comum em diversos locais da região metropolitana e das periferias de São Paulo, estes terrenos despontam como manchas de solo e verde em meio ao asfalto, onde é possível cultivar alimentos.
No início, os agricultores fizeram um abaixo-assinado para terem acesso à água, com o passar dos anos impulsionado pelo programa Fome Zero, as hortas urbanas ganharam alguma atenção e passaram a ter algum apoio da prefeitura, com assessoria técnica e reduções de taxas de água. As hortas representam um avanço na questão da segurança alimentar e nutricional, pois fornecem alimentos nutritivos, livres de agrotóxicos, a um preço mais acessível ao consumidor final.1 Hoje, com as mudanças de prefeitura e a concessão da rede de energia para a Eletropaulo, os agricultores encontram-se desassistidos, a agricultura urbana não está presente em nenhuma política pública, e não há assistência técnica ou de insumos.
Nestas hortas, é comum a produção para geração de renda, os e as agricultoras ali presentes, são em sua maioria aposentados, pessoas que buscam resgatar uma relação que tinham no passado, com o cuidado da terra, e o cultivo do próprio alimento, e tem a horta como fonte de diversificação da renda, por meio da venda de produtos, ou pela redução da compra nos mercados, substituindo pelos que são cultivados. Nos últimos anos, se instalou ali uma família que visa ter a horta como fonte principal de renda, em conversa com o dono, há a intenção de gerir a horta como um negócio que seja mais rentável, por meio do cooperativismo e de investimento em infraestrutura. Esta horta em questão, pois possui mais de duas pessoas trabalhando simultaneamente (emprega duas pessoas e se dividem em três familiares), e possui investimento em estrutura, com minhocário para ciclagem dos descartes orgânicos da horta e geração de húmus para adubo, canteiros com tamanhos específicos para cada cultura, irrigação e cobertura plástica planejada para cada um, e um tratorito, além de ter um terreno de tamanho maior, adequado a um objetivo de produção.
Para além desta faixa de terra, existem em diversos bairros mais hortas urbanas, em baixo de outros pontos de torres de energia, gás, em beiras de praças e campos de futebol, e também em terrenos particulares.
1ROSTICHELLI, Michele. Entre a Terra e o Asfalto: A Região Metropolitana de São. Paulo no contexto da Agricultura Urbana. São Paulo, 2013.



