Recordar e Ensinar

Quase uma missão impossível encontrar uma pessoa que nunca tenha criticado um professor na vida. Isso porque só notamos com clareza as falhas de um profissional x quando estamos na posição de espectador. Dentre as falhas que merecem destaque estão a voz (e suas particularidades) e os toc’s pessoais inerentes a cada pessoa.

O desejo por ensinar pode ser uma tarefa ineficaz se você não se fizer ouvido. E ser ouvido é saber ponderar velocidade e a entonação da voz. Uma voz lenta demais provoca sonolência no ouvinte, levando-o aos mais delicados sonhos, enquanto que uma voz rápida causa aquela face de desespero por dificuldade de assimilação sobre o que está sendo informado. Por sua vez a projeção vocal é uma ferramenta que permite prender a atenção do aluno, sendo que na sua ausência são disparados inúmeros pensamentos aleatórios e infrutíferos, em alguns casos.

Os Toc’s acima mencionados seriam palavras ou ênfases que são repetidas com frequência. Podemos relembrar dos casos mais simples como dizer “ok ?” ao final de cada frase ou dos mais irritantes como “éeeeee…” de quem emite um som durante a busca de um raciocínio inconcluído. Diferentemente da repetição utilizada como instrumento de fixação, essa repetição, que por vezes é involuntária e imperceptível pelo interlocutor, pode dispersar o aluno da finalidade da aula e até criar uma implicância pelo tema que é falado.

As características apresentadas sempre remetem a alguma memória afetiva, as quais podem ser utilizadas como tópicos de verificação dos métodos pessoais de cada professor. Uma alternativa interessante seria a gravação da própria aula com a finalidade de visualiza-la segundo a ótica de um aluno. Em resumo, o desenvolvimento pessoal de quem leciona pode ser realizado quando este se posiciona como um aprendiz.