Qual é a idade ideal para seu filho começar a estudar idioma
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Por: Hugh G.
17 de Junho de 2015

Qual é a idade ideal para seu filho começar a estudar idioma

Letras Geral

Certamente você já ouviu alguém dizer que é mais fácil aprender uma língua estrangeira durante a infância. Será que é verdade? Essa pressuposição tem chamado a atenção de estudiosos na área do ensino de línguas como destacam as pesquisadoras Isabela Queiroz e Raquel Cristina Carvalho. Segundo elas, os pais têm matriculado seus filhos em escolas que oferecem ensino de uma língua estrangeira cada vez mais cedo.

Apesar do interesse e motivaçãoas crianças entre 2 e 3 anos apresentam um período muito curto de atenção. Em sua tese de mestrado, Carvalho (2005) sugere que os professores trabalhem com atividades que não só despertem, mas que também mantenham a atenção das crianças pelo tempo necessário. Além disso, essas atividades não devem ser longas. Do contrário, as crianças perdem o interesse.

De modo geral, crianças apresentam características semelhantes no que diz respeito à curiosidade e à imaginação, fatores essenciais para aprender uma língua estrangeira com sucesso, como defende Cláudia Rocha, doutora em Linguística Aplicada pela UNICAMP (Universidade Estadual de Campinas). Durante a infância, crianças estão sempre dispostas a aprender algo diferente, a desbravar o mundo “dando asas a sua imaginação”. Dificilmente, se sentem constrangidas quando cometem um “erro” ao tentarem se comunicar através da língua estrangeira. Afinal, todos ocasionalmente ainda cometem “erros” ao se comunicarem em sua própria língua.

A aprendizagem de um idioma não se restringe à sala de aula. Atualmente, no Brasil, segundo o IBOPE (Instituto Brasileiro de Opinião e Estatística), aproximadamente 9 milhões de crianças, entre 2 e 15 anos, têm acesso à internet, o que permite a interação delas com o mundo. E na aprendizagem de uma língua estrangeira, a interação é essencial.

Por falar em interação, deve-se dar uma atenção especial aos jogos eletrônicos, pois, nesse tipo de atividade, as crianças são expostas à parte escrita da língua estrangeira e, como veremos mais à frente, essa exposição deve ser evitada na fase de alfabetização.

Para assimilar uma língua estrangeira, o cérebro utiliza o mesmo processo usado na aquisição da língua materna. Ou seja, durante a aquisição da língua materna, as crianças, sob a orientação de alguém mais competente no idioma, ouvem as palavras e estruturas linguísticas com atenção e repetem tudo várias vezes até alcançarem o êxito. Elas procuram imitar os pais e familiares, por meio da repetição das palavras, até adquirirem independência para criarem suas próprias frases. Já ao aprenderem uma língua estrangeira, repetem as palavras e expressões que os professores ensinam também diversas vezes até se sentirem capazes de aplicá-las em múltiplas situações, utilizando a criatividade e a competência. Desse modo, em comparação aos adultos, as crianças se sentem mais confortáveis para repetir o número necessário de vezes para internalizar as novas estruturas linguísticas.

Ainda falando sobre o cérebro humano, você sabia que os dois hemisférios do cérebro de uma criança estão mais interligados e, por isso, ela aprende mais rapidamente uma língua? Bem, a pesquisadora Susi Pratts, da Universidade do Sul de Santa Catarina, investigou esse assunto e explica:

“Os dois hemisférios cerebrais desempenham diferentes funções: o lado esquerdo é lógico e o direito criativo. No cérebro infantil, esses dois hemisférios são mais interligados do que no cérebro de um adulto, o que possivelmente facilita a aquisição da língua, se considerarmos que esta ocorre no lado direito a fim de sedimentar-se no lado esquerdo.”

Crianças querem descobrir tudo e aceitam novos desafios sem muitos questionamentos. Um exemplo simples é que, ao aprender uma língua estrangeira, as crianças não se preocupam com as regras gramaticais. Por essa razão, do 1º ao 4º ano do Ensino Fundamental, as crianças não estão prontas para receber explicações gramaticais sobre a língua estrangeira.

Portanto, ao matricularem seus filhos em um curso de idiomas, os pais devem se certificar de que a metodologia de ensino da instituição se preocupa com o fato de que, durante a fase de alfabetização na língua materna, a criança não deve ser exposta à parte escrita da língua estrangeira. O ensino deve ser baseado na oralidade, pois crianças são curiosas e tentarão aplicar os fonemas da língua materna na leitura e compreensão das palavras estrangeiras.

E por falar em fonemas, por ainda não terem uma matriz fonológica sedimentada, as crianças conseguem perceber e articular fonemas de línguas estrangeiras com mais facilidade que os adolescentes e adultos, como aponta o estudo da professora Waldenice Nascimento sobre a fonética da língua materna e da língua estrangeira.

Com tantos argumentos fica mais fácil escolher uma etapa da vida para iniciar o estudo de línguas estrangeiras, não é? Analise cuidadosamente a metodologia de ensino da instituição escolhida e verifique se essa metodologia é adequada à idade da criança. Basicamente sua escolha deverá ser pautada no fato de a criança ser ou não alfabetizada.

 

Hugh G.
Hugh G.
Barueri / SP
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Especialização: TOEIC ( (Test of English for International Communication) (Oxford londres)
PROFESSOR NATIVO (australiano) - Inglês, Espanhol, Francês, Italiano, Português (Método didático. inovador. diferente. prático)

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