Granitos do batólito Socorro

Os expressivos volumes de rochas graníticas neoproterozóicas presentes na Faixa Ribeira são largamente dominados por rochas de caráter cálcio-alcalino potássico, que constituem grandes batólitos alongados cujo significado tectônico é ainda ambíguo. Embora se disponha de um bom corpo de dados geoquímicos, existe uma carência de dados isotópicos SmNd e U-Pb que seriam sensíveis à idade de cristalização e das áreas-fonte do batólito Socorro. Desta forma, este trabalho objetivou a retomada dos estudos no batólito, tomando proveito da base de dados já existente para a elaboração de um conjunto de dados geocronológicos obtidos através de ferramentas geoquímicas e isotópicas. Os trabalhos executados resultaram em: um mapa geológico de detalhe, idades U-Pb (SHRIMP), dados geoquímicos (FRX e ICP-MS) e isotópicos (Sm-Nd). As unidades estudadas dentro do batólito Socorro foram três: a suíte Bragança Paulista, que compreende os monzo a sienogranitos megaporfiríticos à porfiríticos (599,5 ± 3,6 Ma); a suíte Salmão, que compreende os sienogranitos porfiríticos róseos (624,4 ± 3,6 Ma); e a suíte charnockítica que compreende os charnockitos verdes foliados (644,8 ± 3,6 Ma) da região de Socorro e Atibaia. O intervalo de cristalização encontrado é grande (~45 Ma), sendo que o intervalo encontrado no Batólito vizinho (Batólito Serra da Água Limpa) é praticamente o mesmo, porém um pouco mais antigo (início: 670 Ma). O comportamento dos elementos maiores dessas rochas define uma afinidade cálcioalcalina de médio a alto potássio. Além disso os valores de εNd são mais negativos para a Suíte Salmão e a Suíte Bragança Paulista (-16,2 e -12,8), com maiores valores de 87Sr/86Sr (0,713 e 0,717) em contraste com valores de εNd mais positivos para a Suíte Charnockítica (-6,1), com menores valores de 87Sr/86Sr (0,709). Estes dados refletem a existência de duas fontes distintas: respectivamente, uma mais crustal (com maior idade-modelo) e uma mais jovem e primitiva (com menor idade-modelo).