Monopólio Comercial: Um dos principais problemas era a atuação da Companhia Geral do Comércio do Maranhão, que possuía monopólio sobre a distribuição de produtos europeus e a compra de produtos locais. Tal monopólio frequentemente resultava em preços abusivos e na escassez de mercadorias básicas.
Escassez de Mão de Obra: Havia uma forte insatisfação com a falta de mão de obra indígena e africana, já que a Companhia não supria adequadamente as necessidades dos colonos. Isso pressionava a produção agrícola e prejudicava a economia local.
Conflitos com os Jesuítas: Os colonos também estavam insatisfeitos com os jesuítas, que protegiam os indígenas da escravização, uma prática então comum para suprir a falta de trabalhadores.
Derrubar o Monopólio: Os revoltosos, liderados pelos irmãos Manuel e Tomás Beckman, buscavam eliminar o monopólio da Companhia de Comércio e estabelecer maior liberdade comercial.
Liberdade para Escravizar Indígenas: Queriam a autorização para escravizar indígenas sem a oposição dos jesuítas, refletindo a necessidade de resolver a crise de mão de obra.
Melhorias Econômicas: Esperavam promover reformas que levassem ao aumento da eficiência econômica e à melhoria das condições de vida dos colonos.
Excesso de Tributos: A alta tributação imposta pela Coroa Portuguesa, principalmente através da cobrança do quinto (20% sobre o ouro extraído) e da derrama, gerava grande insatisfação entre a elite mineira.
Declínio da Produção de Ouro: A redução das jazidas auríferas aumentava a pressão fiscal sobre os mineradores e suas famílias, salientando as dificuldades econômicas e o descontentamento.
Influência de Ideais Iluministas: Os ideais de liberdade, igualdade e autonomia propagados pelo Iluminismo, bem como as influências das revoluções Americana (1776) e Francesa (1789), inspiraram os líderes da revolta.
Independência de Minas Gerais: Os inconfidentes desejavam libertar a província do controle direto da Coroa e estabelecer uma república independente.
Estabelecimento de um Governo Republicano: Inspirados pelos valores iluministas, queriam substituir o governo monárquico português por um regime republicano que garantisse direitos e liberdades aos cidadãos.
Reformulação Econômica: Pretendiam implementar políticas econômicas que favorecessem o desenvolvimento local e reduzissem a carga tributária sobre a região.
As revoltas nativistas, como a Revolta de Beckman, geralmente visavam resolver problemas locais e imediatos relacionados às práticas administrativas e econômicas coloniais, sem buscar formalmente a separação de Portugal. Por outro lado, as revoltas separatistas, como a Inconfidência Mineira, foram impulsionadas por ideais políticos mais amplos, incluindo a independência e a formação de regimes republicanos. Ambas, no entanto, refletem a crescente insatisfação com o controle português e a busca por maior autonomia, certos direitos e melhores condições de vida.