achei este pdf aqui amigo. ve se ajuda: https://webcache.googleusercontent.com/search?q=cache:VLUj5s_8ePMJ:https://periodicos.ufrn.br/cronos/article/download/2157/pdf/+&cd=1&hl=pt-PT&ct=clnk&gl=br
A teoria do sistema de interseccionalidade diz respeito a sobreposição de identidades sociais e sistemas relacionados de opressão, dominação ou discriminação.
Esta, por sua vez, sustenta que as conceituações clássicas de opressão na sociedade, não atua independentemente uns dos outros, mas que foram interrelacionando, refletindo um cruzamento de variadas maneiras de discriminação (não estão desvinculadas uma das outras).
Ademais, vale ressaltar que, é um paradigma no estudo do direito, e as dificuldades surgem devido às muitas complexidades envolvidas no processo das conceituações multidimensionais, que evidenciam o modo em que as categorias construídas de diferenciação interagem para criar uma hierarquia social.
Sendo assim, invés de entender a saúde dos homens somente pela vertente do gênero, é fundamental considerar outras categorias sociais como classe, habilidade, nação ou raça, para ter uma compreensão mais ampla.
O conceito de sistema de diferenças e interseccionalidade provém da teoria social e dos estudos de gênero, e se refere à análise das relações sociais e como diversas identidades e categorias (como gênero, raça, classe social, etnia, sexualidade, etc.) interagem entre si para formar experiências sociais complexas.
O sistema de diferenças é uma maneira de entender as sociedades com base na diversidade das características e identidades que as compõem, como raça, classe social, gênero, religião, entre outras. Ele sugere que a sociedade é estruturada por essas diferenças, que são tratadas de maneiras distintas e influenciam a distribuição de poder e recursos dentro de uma sociedade.
Essas diferenças não são apenas características superficiais, mas são construídas socialmente e têm impactos significativos nas oportunidades, direitos e status das pessoas. O sistema de diferenças está intrinsecamente ligado às hierarquias sociais, onde algumas categorias de pessoas (por exemplo, brancos, homens, heterossexuais) têm mais poder, privilégios e acesso a recursos, enquanto outras (como mulheres, negros, pessoas LGBTQIA+) enfrentam discriminação e marginalização.
O conceito de interseccionalidade foi desenvolvido pela acadêmica Kimberlé Crenshaw, e busca entender como diferentes formas de opressão, discriminação e desigualdade se interseccionam ou se sobrepõem. Ela propôs que as experiências de indivíduos não podem ser compreendidas por uma única identidade ou categoria (por exemplo, gênero, raça, classe), mas devem ser vistas em conjunto.
A interseccionalidade analisa como as diversas formas de identidade (como ser uma mulher negra, uma pessoa trans, uma pessoa pobre, etc.) interagem e criam experiências únicas de privilegio ou opressão. Essas intersecções não são simples somas de identidades, mas resultam em novas formas de discriminação ou de acesso a direitos e recursos.
Por exemplo, uma mulher negra pode enfrentar uma discriminação racial e uma discriminação de gênero ao mesmo tempo, mas essas duas formas de opressão não atuam de forma isolada; elas se combinam e criam uma experiência única que não poderia ser explicada apenas com base na raça ou no gênero isoladamente. A interseccionalidade, então, permite que entendamos como múltiplas formas de desigualdade e privilégio se entrelaçam e afetam as vidas das pessoas de maneira complexa.
A análise de sistemas de diferenças e interseccionalidade é crucial para uma compreensão mais profunda das desigualdades sociais, permitindo uma análise mais completa das dinâmicas de poder e das formas de opressão em diferentes contextos.